Fragmentação do investimento estrangeiro penaliza mais as economias emergentes, diz FMI

Os esforços para aumentar a resiliência das cadeias de suprimentos, transferindo a produção para casa ou países confiáveis, ameaçam tornar os fluxos de investimentos estrangeiros diretos (IEDs) ainda mais concentrados em blocos de países alinhados. Essa fragmentação dos fluxos de investimentos resultará em um mundo mais pobre, que no longo prazo, poderá levar a uma perda de até 2% da produção global, indica um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentado nesta quarta-feira."Se as tensões geopolíticas continuarem a se intensificar e países divergirem ainda mais ao longo das falhas geopolíticas, o IDE pode induzir o aumento das desigualdades entre economias mais desenvolvidas e as emergentes", escreveram os analistas Ashique Habib, Davide Malacrino e Andrea Presbitero em texto publicado no Blog do FMI sobre o capítulo 4 do relatório "Panorama Econômico Mundial 2023".Os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento são mais vulneráveis à realocação de IDE do que as economias avançadas, em parte porque dependem mais de países geopoliticamente mais distantes. Várias grandes economias emergentes são vulneráveis à realocação do IDE, indicando que o risco de fragmentação não está concentrado apenas em alguns países."Algumas economias, como aquelas que permanecem abertas a diferentes blocos geopolíticos, poderiam obter ganhos com investimentos redirecionados", indica o estudo. "Tais benefícios, no entanto, provavelmente serão pelo menos parcialmente compensados por repercussões de demanda externa mais fraca."Além disso, afirma o FMI, em um mundo fragmentado com tensões geopolíticas elevadas, os investidores podem temer que as economias não alinhadas sejam forçadas a escolher entre um bloco ou outro no futuro. "As incertezas geradas por essa obrigação de escolha pode intensificar perdas. Os custos econômicos generalizados da fragmentação do IDE sugerem que as autoridades devem equilibrar cuidadosamente as motivações estratégicas por trás dos movimentos de "reshoring" e "friendlyshoring" com os custos para suas próprias economias e as repercussões para outras", diz o estudo.A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, argumentou em abril de 2022 que as empresas deveriam se mover na direção do friendlyshoring das cadeias de abastecimento — num esforço de reduzir a dependência global de produtores de componentes eletrônicos da China —, lembra o estudo do FMI. "Esses exemplos destacam a tendência crescente de fragmentação...

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