George Soros, o megainvestidor que quebrou o Banco da Inglaterra

Sobrevivente do holocausto, papa da análise técnica, especulador, figura carimbada em teorias da conspiração, filantropo e ativista. As facetas do bilionário George Soros são várias e a vida do megainvestidor parece ter sido feita para o roteiro de algum filme.

Soros possui uma fortuna de US$ 8,6 bilhões, de acordo com o ranking da Revista Forbes de 2022, figurando na 246ª posição entre as pessoas mais ricas do mundo. Isso mesmo já tendo doado dezenas de bilhões de dólares por meio de sua ONG, a “Open Society”. Só em 2018 ele enviou US$ 18 bilhões de seu family office (o equivalente a 80% de sua fortuna) para a fundação.

A estratégia de investimentos de Soros envolve montar posições ousadas e na contramão dos consensos, sem hesitar em operar vendido em ativos que considera supervalorizados. Confira abaixo quem é o megainvestidor que quebrou o Banco da Inglaterra, fazendo uma aposta contra a libra esterlina, uma das moedas mais importantes do mundo.

George Soros nasceu em Budapeste, capital da Hungria, em 12 de agosto de 1930 (mesmo mês e ano de Warren Buffett), é de família judia e seu nome de batismo era György Schwartz. Seu pai, Tivadar, era um advogado que havia sido preso na Rússia na Primeira Guerra Mundial. Depois do conflito, ele voltou à Hungria e se casou.

Com o aumento do antissemitismo na Europa por conta da ascensão dos movimentos nazifascistas na década de 1930, Tivadar mudou os nomes da família para que soassem menos judeus. A mãe de Soros, Erzsébet, tornou-se Elizabeth, e o menino György virou George. O sobrenome Schwartz foi adaptado para Soros.

Graças ao perfil discreto, a família Soros conseguiu sobreviver praticamente incólume aos horrores do holocausto e da Segunda Guerra Mundial na Hungria pelo menos até 1944. Naquele ano, o país rompeu com a Alemanha de Hitler e foi invadido, com terríveis consequências para o povo judeu.

Aos 13 anos, George foi obrigado a se apresentar diante do Conselho Judeu, do qual recebeu uma lista de advogados cujos nomes começavam com “A” e “B”, instruindo-os a se apresentarem ao seminário rabínico com uma muda de roupas e comida para 24 horas.

Soros perguntou a seu pai sobre a lista e recebeu o conselho de que deveria avisar a todos eles de que eram procurados e que, se obedecessem, provavelmente seriam deportados.

Depois do caso, o jovem Soros foi enviado pelo pai sob o pseudônimo de Sandor Kiss para trabalhar com um funcionário do Ministério da Agricultura húngaro. Seu pai comprou documentos falsificados para a família e subornou o oficial para que passasse a dizer às pessoas que George, ou Sandor, era seu afiliado.

Foi isso que deu a ele e à família a possibilidade de sobreviver àqueles tempos nefastos. Tivadar teria conseguido também fornecer documentos falsos a outros conhecidos judeus, salvando-os dos nazistas.

Em 1947, passada a guerra, a Hungria foi ocupada novamente, desta vez pela União Soviética. Soros decidiu, então, mudar-se para Londres. Foi na capital britânica que começou seu contato com o mundo das finanças.

O jovem húngaro estudou na London School of Economics e foi influenciado pelas ideias...

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