Gestores veem boas perspectivas para fundos imobiliários

Apesar de o índice de fundos imobiliários (Ifix) ainda não ter recuperado toda a queda provocada pela pandemia de covid-19, o repique inflacionário que se vê agora oferece boas perspectivas para essa classe. Segundo especialistas que participaram de painel sobre o setor na Expert XP 2021, os descontos observados nas cotas ainda não refletem a retomada da atividade nos principais subsetores.

A despeito da depreciação dos ativos no mercado secundário, o segmento mostrou bastante resiliência durante a crise sanitária e confirma o seu status de porto-seguro, segundo o sócio e gestor da XP Asset, Pedro Carraz. “No meio do movimento desconhecido da pandemia, muita gente vende no desespero e a cota cai, mas por trás tem tijolo, papel, imóveis, não tem por que perder 10%, 20% em poucos dias”, disse. “Pelo contrário, com a inflação subindo mês a mês, nada melhor do que o imóvel, que tem um hedge natural, os inquilinos pagam aluguel todo mês e os contratos são ajustados anualmente pela inflação.”

O Brasil, diferentemente de outras economias, já vinha de uma das suas piores crise, entre 2014 e 2017, e ensaiava uma reação partindo de uma base baixa, quando a pandemia achatou ainda mais os preços, disse o CEO da Blue Macaw, Marcelo Fedak. Ele citou que a oferta no mercado imobiliário local é ainda muito pequena quando se compara a outros países.

Tão logo a demanda por locação se normalize, a tendência, comentou, é o setor apresentar uma performance melhor. Quando se compara com o retorno das Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), com vencimentos em 2026 ou 2035, com taxas de 4,5%, 4,8% acima do IPCA, o adicional esperado para o Ifix, na casa dos 8%, segue atrativo. “Mesmo levando-se em conta a taxa pré de dez anos, em 10%, se o Ifix der mais 8% é um spread positivo relevante”, disse Fedak.

Ele lembrou que após períodos de recessão é natural observar repiques inflacionários e que os investimentos imobiliários funcionam como uma proteção natural. “Onde os preços estão hoje no Brasil, é um ponto de entrada atrativo.”

Embora o IPCA em 12 meses esteja acima de 8% e o IGP-M anualizado tenha superado a casa dos 35%, a expectativa é de que o índice usado para o sistema de metas de inflação, perseguido pelo Banco Central (BC), volte a ficar abaixo de 4% em 2022, segundo as projeções do mercado no boletim Focus.

Para Alexander Alfer, gestor da Capitânia, durante a crise houve muito questionamento sobre o fluxo em shopping centers e o uso de lajes...

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