A Humildade como Requisito para Ingresso no Judiciário

AutorLuiz Guilherme Marques
Páginas77-78
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Para iNGrEsso No judiciário
(Luiz Guilherme Marques – Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora – MG)
MICHEL DE MONTAIGNE foi magistrado na França do século XVI
e ensinava que a atividade física é importante para aquisição da matu-
ridade psicológica, que tem como seu maior identicador a humildade.
Outros exemplos podem ser citados.
JUANA INÉS DE LA CRUZ, que também viveu no século XVI e foi
a mais importante literata mexicana, tinha suas melhores inspirações quando
estava cozinhando no convento onde servia.
MOHANDAS GANDHI realizava trabalhos braçais e viajava normal-
mente a pé, aproveitando a atividade corporal para reetir sobre importantes
questões políticas e espirituais.
O BARÃO DE SANTA BÁRBARA, que viveu aqui em Minas Gerais,
no século XIX, normalmente vestia-se como lavrador e trabalhava na gleba
como seus próprios empregados, chegando ao ponto de ser confundido com
um deles pelos que não o conheciam.
LEV TOLSTOI escreveu seus melhores livros depois que passou a viver
como fazendeiro e realizar trabalhos braçais destinados na época apenas aos
“mujiks”.
No extremo oposto, há alguns magistrados que têm verdadeiro horror
às atividades físicas de qualquer natureza, principalmente aos trabalhos do-
mésticos. A maioria deles são pessoas irritadiças, impacientes para ouvir os
problemas das partes, ditatoriais e dependentes ou do fumo, ou de bebidas
alcoólicas ou de intermináveis tratamentos psicólogos.
MONTAIGNE pregava a humildade como fonte de sabedoria. Dizia
que os arrogantes não são tão inteligentes como imaginam. A própria ar-
rogância em si já seria um décit intelectual, pois tudo na Natureza induz à
noção de que os seres dependem uns dos outros e nenhum é absoluto.
Nos exames de seleção para ingresso na Magistratura deveriam ser apre-
ciados aspectos como a humildade dos candidatos.
Há vários arrogantes dentro das leiras do Judiciário.
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