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Ibovespa cai 5,45% em meio a crise política e saída de Moro

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Vincent

O cenário político brasileiro tomou conta dos mercados nesta penúltima semana de abril. Foram somente quatro pregões, devido o feriado de Tiradentes na terça-feira (21), mas suficientes para que o índice acumulasse perdas de 4,63%, após duas semanas consecutivas de ganhos.

A turbulência política começou logo após o fim de semana, quando o presidente Jair Bolsonaro participou de manifestações e elevou o tom das críticas ao líder da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbro.

Hoje, o novo capítulo veio da saída de Sergio Moro do ministério da Justiça e da Segurança Pública. Moro era considerado pelo mercado um dos pilares do governo Bolsonaro, junto com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

A saída azedou o humor da bolsa brasileira, que tentava se recuperar da crise da pandemia da covid-19 e do petróleo. Após ajustes, o Ibovespa fechou hoje em baixa de 5,45%, aos 75.331 pontos.

Vídeo: Demissão de Moro piora crise política e faz mercados derreterem

Pela manhã, durante o discurso de Moro, o índice atingiu a mínima de 72.041 pontos, uma baixa de 9,6%, o que deixou a bolsa próxima de um novo ‘circuit breaker’. O mecanismo é acionado automaticamente quando a queda atinge 10% e, em 2020, já ocorreu seis vezes. Em nenhum momento do dia, o Ibovespa operou no positivo, atingindo a máxima de 79.667 pontos (-0,01%).

O movimento vendedor foi tão forte que volume financeiro do Ibovespa totalizou R$ 28,9 bilhões, bem acima da média diária de abril, de R$ 17 bilhões. O giro ficou próximo do visto em março, ápice da crise mundial do coronavírus e quando o Ibovespa chegou a bater a mínima dos 63 mil pontos.

A visão do mercado é que a saída de Moro e seu discurso duro e com tom político agrava a crise política no país, mas, principalmente, dificulta a aprovação de medidas essenciais para a retomada da economia após a crise do coronavírus.

“Eleva o risco político para a governabilidade. É fato que o governo vai perder apoio da população e do Legislativo, que já estava ruim. Assim, várias pautas ficam mais difíceis de serem aprovadas”, comenta...

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