Incerteza radical, convenções e prêmio de liquidez

AutorLuiz Gonzaga Beluzzo
Páginas73-79
73
INCERTEZA RADICAL,
CONVENÇÕES E PRÊMIO
DE LIQUIDEZ
As convenções desempenham, na economia monetária da produ-
ção, um papel especialmente importante na formação de preços dos
ativos, reais e financeiros – que descontam seus rendimentos esperados
à taxa monetária de juros submetida às oscilações da preferência pela
liquidez. Na perspectiva keynesiana, essas decisões intertemporais não
têm bases firmes, isto é, não há “fundamentos” que possam livrá-las da
incerteza radical em que os proprietários de riqueza estão mergulhados.
Para Keynes, a incerteza radical não corresponde a uma etapa nem
é um atributo determinado por certa fase da economia, mas, sim, o
estado permanente sobre o qual repousam as decisões de longo prazo
que regem o investimento em uma economia capitalista:
O fato mais destacado na matéria é a extrema precariedade dos
dados em que terão de basear-se os nossos cálculos de rendimen-
tos prováveis. O nosso conhecimento dos fatores que governarão
o rendimento de um investimento alguns anos mais tarde é, em
geral, muito limitado e, com frequência, desdenhável. Para falar
com franqueza, temos de admitir que as bases de nosso conheci-
mento para calcular o rendimento provável, nos próximos dez
anos ou mesmo cinco anos, de uma estrada de ferro, uma mina de
cobre, uma fábrica de tecidos, um produto farmacêutico patenteado,

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