Inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais no mercado de trabalho

AutorJuçara Trentin Molon - Karina de Figueredo de Souza - Thiago Xavier Borges
CargoAcadêmicos do Curso de Administração da FSG
Páginas30-41

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INCLUSÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO 1

Juçara Trentin Molon2

Karina de Figueredo de Souza2

Thiago Xavier Borges2

RESUMO: O presente trabalho busca trazer um melhor entendimento sobre o processo de inclusão das pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho, através da abordagem de questões jurídicas e levantando dados de como foi esta adaptação, com o objetivo de analisar de que maneira se dá este processo. Para isso realizou-se um estudo de caso com duas empresas, tendo como base investigação através de questionários e entrevistas, levando em consideração os aspectos que pautam a interpretação dos dados obtidos. Deste modo a proposta está fundamentada a partir da Teoria Científica, abordando através dos autores questões que dão embasamento ao resultado do estudo. Entre os principais resultados, destaca-se a percepção de que a sociedade evoluiu muito quando o assunto é Inclusão de portadores de necessidades especiais, porém ainda tem-se muito a evoluir, principalmente no que diz respeito ao preconceito.

Palavras-chave: Inclusão, Portadores de Necessidades Especiais. Adaptação.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste em apresentar de que forma se dá a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais no mercado de trabalho. Verifica-se, na atualidade, um perfil empresarial de maior responsabilidade e que está se desvencilhando de medos e mitos em relação á produtividade do Portador de Necessidades Especiais e que começa implementar ações necessárias, tanto nas dimensões físicas como nas dimensões dos Recursos Humanos.

A sociedade, principalmente por meio da igreja, e mais recentemente por meio das instituições governamentais e não-governamentais, sempre levou em consideração os Portadores de Necessidades Especiais, mesmo que essa consideração fosse para mantê-los afastados das pessoas normais ou para dar-lhes assistência e abrigo, ou mesmo para treiná-los para estarem aptos a serem inseridos no mundo do trabalho (CARDOSO, 2009).

Na legislação vigente, verifica-se a existência da Lei 8.213/91, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências, entre elas, a habilitação e reabilitação profissional, em que a empresa se obriga a preencher suas vagas com uma

1Trabalho de pesquisa desenvolvido na Disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica ministrada pelo Professor Odir Berlatto.

2Acadêmicos do Curso de Administração da FSG.

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porcentagem pré-definida em Lei de portadores de necessidades especiais. Nessa perspectiva, busca-se apoio na teoria e na prática para compreender melhor a inclusão dos PNE’s no mercado de trabalho.

Verifica-se, na atualidade, um perfil empresarial de maior responsabilidade e que está se desvencilhando de medos e mitos em relação à produtividade do Portador de Necessidades Especiais e que começa implementar ações necessárias, tanto nas dimensões físicas como nas dimensões dos Recursos Humanos. Portanto, observa-se que na medida em que as organizações privadas constroem uma visão possibilitadora da participação do diferente nos locais de trabalho, certamente se ampliam os direitos e se caminha em direção à inclusão social, mas de que forma é a inclusão dos Portadores de Necessidades Especiais no mercado de trabalho? Assim, os objetivos deste estudo são:
a) analisar o processo de inclusão das pessoas com necessidades especiais no mercado de trabalho;

b) verificar o que a legislação vigente exige das empresas referente aos portadores de necessidades especiais;

c) levantar dados referentes às empresas que tem um programa voltado a inclusão

de pessoas com necessidades especiais; e

d) verificar como foi à adaptação de pessoas com necessidades especiais inclusas no mercado de trabalho.

Este projeto se justifica pela necessidade de trazer a tona às questões da proteção jurídica ao portador de deficiência no mercado de trabalho. Uma vez que há sempre uma "confusão” entre deficiente e incapacitado, as empresas acabam criando barreiras a essas pessoas, impedindo assim o crescimento profissional, esquecendo que elas (dependendo do grau de deficiência) são capazes de planejar, organizar, dirigir e controlar uma empresa.

Este estudo possibilitou uma visão maior da potencialidade e desempenho dos PNE’s em funções no mercado de trabalho, como se dá esta adaptação e quais as dificuldades enfrentadas em ambas as partes, funcionário e empresa. Nesse contexto, a sociedade torna-se mais informada e conscientizada no que diz respeito a este tipo de inclusão, podendo dar maior suporte a esses trabalhadores.

Através da investigação, conseguimos diagnosticar as deficiências deste processo de inclusão, gerando possíveis melhorias e transformações no ambiente profissional.

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Foram avaliados portadores de necessidades especiais e percebido que as principais dificuldades estão na comunicação e locomoção, pois uma simples consulta médica pode ser transformada em um pesadelo para um surdo-mudo, ou ainda, andar pelas ruas de nossas cidades para ir ao trabalho é problema para cegos e cadeirantes, pois nem toda a calçada tem acesso facilitado para atravessar a rua. Em contra partida, os PNE’s em sua unanimidade, responderam que foram muito bem acolhidos por seus colegas de célula e seus colegas concordam que eles têm potencial para crescimento na empresa que trabalham.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De um modo geral, as pessoas buscam o mercado de trabalho basicamente porque precisam da remuneração. Porém o trabalho traz os mais diversos benefícios aos seres humanos, conexão com as pessoas, aumento da auto-estima, dignidade e reconhecimento da sociedade, poder de realização pessoal, entre outros. Para os Portadores de Necessidades Especiais além de todas essas vantagens, o trabalho os torna menos diferentes e os possibilita inserção na sociedade (SASSAKI, 1997).

Segundo o mesmo autor, dependendo da necessidade o portador sequer está em desvantagem, o surdo mudo, por exemplo, para exercer uma função operacional somente terá dificuldades na comunicação, o que se comparado a pessoas sem necessidades, muitas vezes se igualam. À medida que a sociedade exclui estes portadores de deficiência, impede seu desenvolvimento e cria uma dependência vitalícia para suas famílias.

A dificuldade de comunicação, assim como o domínio da escrita e de leitura, entre...

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