Indústria se recupera da crise de forma heterogênea, diz CNI

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a indústria brasileira reverteu a queda nos indicadores de produção e faturamento acumulada desde o início da pandemia de covid-19 e retornou aos patamares de fevereiro. Essa recuperação, no entanto, ocorreu de forma heterogênea.

Em setembro, a produção da indústria de transformação ficou 1,1% acima do registrado em fevereiro, ou seja, antes do choque trazido pela pandemia. A CNI lembra que, em abril, a produção da indústria estava 31,3% abaixo do indicador de fevereiro, mas teve cinco altas consecutivas de maio a setembro.

O faturamento da indústria de transformação também já superou o patamar anterior à crise. De fato, até mais cedo que a produção. O faturamento real em setembro está 6,1% superior ao registrado em fevereiro.

No entanto, apesar do retorno aos patamares pré-pandemia, tanto na produção quanto no faturamento, a média do ano continua abaixo da média de 2019. No acumulado de janeiro a setembro, a produção industrial ficou 8,2% abaixo da média de igual período do ano passado. No caso do faturamento, a média foi 1,7% inferior ao registrado no mesmo período de 2019.

Os dados constam da Nota Econômica nº 16, divulgada nesta quinta-feira pela CNI.

De acordo com a CNI, a diferença entre as evoluções da produção e do faturamento foi influenciada pela estratégia das empresas em minimizar seus estoques, justificada pela forte queda nas vendas em março e abril e pela elevada incerteza. As empresas enfrentaram dificuldades de caixa e acumular estoques agravaria esse cenário.

Os números mostram que a indústria já vinha registrando queda em seus estoques desde abril. Como a retomada da produção ocorreu mais rápido do que o esperado, os baixos estoques contribuíram para a desestruturação das cadeias de produção.

Na esteira da recuperação da atividade industrial, o emprego industrial passou a crescer em agosto. Ele havia registrado queda de março a julho. Segundo os Indicadores Industriais da CNI, após acumular queda de 3,6% em cinco meses, o emprego cresceu 1,3% em agosto e 0,5% em setembro.

Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, mostram que a...

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