O Judiciário Vai Às Ruas E Praças

AutorLuiz Guilherme Marques
Páginas450-451
o judiciário Vai às ruas E Praças
O
Supremo Tribunal Federal e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal
vão iniciar um programa de estágio para adolescentes em conito com
a lei ou sob aplicação de medidas de proteção.
Tal iniciativa pode parecer, para os pessimistas, uma forma de demago-
gia da parte dos presidentes desses Tribunais. Costumam essas pessoas der-
ramar sua descrença armando que os criminosos não se regeneram e que
não é justo que empregos lhes sejam dados ao invés de contemplar adoles-
centes e jovens que nunca infringiram as leis. Em resumo, há quem pretenda
benefícios somente para si e mais ninguém.
Tenho para mim que a iniciativa não é puramente simbólica, pois be-
neciará concretamente aqueles adolescentes necessitados de conviver com
pessoas organizadas e corretas, diferentes daquelas que os inuenciaram para
a prática de atitudes incorretas.
É preciso que haja um contato permanente sadio entre os vários níveis
sociais a m de aproximarem-se as pessoas cultas das que não puderam fre-
quentar os bancos escolares; os pobres dos ricos; os honestos dos desorien-
tados moralmente; e assim por diante.
Uma das grandes causas da criminalidade é justamente o desprezo que
muitas pessoas destacadas socialmente votam aos seus concidadãos pobres
e sem instrução.
A Cidadania é um emblema que nivela todos os cidadãos. A Fraternida-
de é um dever social, religioso e losóco.
Tomara que outros Tribunais sigam a ideia luminosa daqueles sediados
em Brasília.
Aliás, essa ideia já vem sendo divulgada pela APAC, criada pelo extraor-
dinário advogado MARIO OTTOBONI em 1972.
Já é tempo de trabalhar-se mais ativamente pela inserção social das pes-
soas que, desde o começo ou a partir de determinado momento menos feliz,
passaram a seguir a estrada tortuosa da criminalidade.
Que os pessimistas se convençam do valor de realizações dessa natureza
ao invés de tentarem dicultar a recuperação dos desajustados sociais.
Meus sinceros parabéns aos magistrados GILMAR MENDES e NÍVIO
GERALDO GONÇALVES, que, com essa iniciativa, estão contribuindo
para trazer o Judiciário para as ruas e acolher os cidadãos reconhecendo-
lhes a cidadania, ao invés de manterem-se frios, à espera de que aqueles os
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