Juros futuros fecham em alta em dia de pânico nos mercados

O cenário de pânico derivado do tombo dos preços do petróleo e dos temores relacionados ao novo coronavírus (covid-19) não deixou o mercado de juros futuros ileso, mesmo com a perspectiva de cortes adicionais na taxa básica de juros mantida sobre a mesa. As taxas futuras exibiram alta expressiva em toda a curva a termo, no dia em que a diferença entre os juros de curto e de longo prazo se manteve no maior nível desde junho de 2018.

Com a alta expressiva das taxas longas dos últimos dias, os agentes já colocam no radar a chance de uma ação pelo Tesouro Nacional, embora avaliem que uma medida tem baixa probabilidade de ocorrer no momento.

No fim da sessão regular desta segunda, às 16h, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 avançou de 3,84%, no ajuste anterior, para 3,995%; a do DI para janeiro de 2022 subiu de 4,40% para 4,61%; a do contrato para janeiro de 2023 passou de 5,08% para 5,33%; e a do DI para janeiro de 2025 saltou de 6,04% para 6,32%.

A diferença entre os retornos dos DIs para janeiro de 2021 e de 2029 fechou em 3,375 pontos percentuais, no maior nível desde junho de 2018.

Nos cálculos da Quantitas, a curva a termo mostrava um corte de 0,20 ponto percentual no juro básico na semana que vem, o que indica 79% de chance de corte de 0,25 ponto e 21% de possibilidade de manutenção da Selic em 4,25%.

Com a guerra de petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, os preços para o tipo Brent, referência global, anotaram a pior queda diária desde a Guerra do Golfo ao despencarem 24,09%, para US$ 34,36 por barril — os preços da referência americana, o petróleo WTI, para abril recuaram 24,58%, a US$ 31,13 por barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).

Para a economista-chefe da BNP Paribas Asset Management, Tatiana Pinheiro, o momento é de “exagero” nos preços diante de um cenário “muito grande” de incerteza, o que se traduz na performance da taxa de câmbio. Durante a tarde, o Banco Central realizou um novo leilão de dólares no mercado à vista, mas nem isso fez com que os juros futuros arrefecessem a alta durante a tarde.

Os fundamentos para novos cortes na Selic, porém, continuam na mesa para alguns agentes financeiros, embora eles considerem que movimentos adicionais de afrouxamento monetário devam ser feitos com cautela. Para Tatiana, o Federal Reserve (Fed, o BC americano) deu início a uma nova rodada de estímulos à economia “e o Brasil participará dessa onda”. A BNP Asset espera que o BC promova...

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