Para Mansueto, mais importante que nível é a percepção sobre a trajetória da dívida pública

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse nesta terça-feira que o nível da dívida pública não é tão importante quanto a percepção sobre sua trajetória.

Para ele, é possível que a dívida no Brasil feche este ano em 90% do Produto Interno Bruto (PIB), que é um nível elevado, mas o que fará diferença para os investidores é a sinalização que o país dará em torno das agendas de reformas e da política fiscal.

“Mais importante que nível da dívida é a trajetória. 90% pode ser número razoável ou muito ruim, depende do que se percebe como trajetória. Se não tiver agenda de reformas é patamar perigoso. Mas, se tiver agenda de reformas, bom diálogo político, agendas como reforma tributária, marco do saneamento, privatizações, 90% não é muito”, afirmou Mansueto, apontando que é necessário consolidar o cenário de inflação e juros baixos.

Ele destacou que neste ano o foco é salvar vidas e não o ajuste fiscal, mas após a crise é preciso voltar à trilha do ajuste e das reformas para permitir mais investimentos privados.

Mansueto admitiu que é necessário elevar os investimentos públicos, mas acrescentou que isso tem que ocorrer reduzindo-se despesas obrigatórias.

“Quebrar o teto de gastos não é solução, porque significa dizer que ajuste que já é gradual será ainda mais gradual e vai ser necessário elevar carga tributária”, disse o secretário, em entrevista ao vivo para a consultoria Arko Advice.

O secretário do Tesouro destacou a necessidade de redução do ruído político no país, que tem gerado um custo mais alto para emissões de títulos com prazo mais longo. Por conta disso, explicou, a gestão da dívida tem colocado apenas títulos curtos, mais ligados à Selic, que está em níveis baixos. “Se houver uma melhora do relacionamento do governo com Congresso Nacional, só vejo ganhos, para a agenda de reformas e para reduzir custo de financiamento da...

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