Menção de Lula sobre candidatura do PT em Pernambuco irrita PSB

A negociação da aliança entre o PT e o PSB entrou em clima de tensão depois de uma reunião na segunda-feira, em São Paulo, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva frustrou as expectativas de pessebistas. De acordo com o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, o encontro foi ruim porque, além de não ter cedido o apoio a Márcio França, pré-candidato a governador da legenda em São Paulo, o PT pôs sobre a mesa, na sala do Instituto Lula, a possibilidade de lançar o senador Humberto Costa como candidato a governador em Pernambuco.

O Estado, onde o PSB controla o governo estadual e a prefeitura da capital, é o quartel-general da sigla. “O Lula veio falando de candidatura em Pernambuco e não apresentou soluções. Dissemos com todas as letras que não há hipótese de abrirmos mão de Pernambuco, assim como São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Rio de Janeiro”, relatou o dirigente ao Valor.

No domingo, véspera da reunião, o PT pernambucano aprovou a candidatura de Costa por 35 votos, com 9 contrários e 5 abstenções. A inclusão do nome do senador no tabuleiro foi vista como um retrocesso na negociação. Ao mencionar o parlamentar, Lula teria tido como objetivo forçar o PSB a ceder São Paulo, em prol do pré-candidato petista, o ex-prefeito Fernando Haddad.

Ainda assim, a conversa teve algum avanço. Os resultado de pesquisa eleitoral a ser realizada no início de 2022 foi apontado como primeiro critério para definir a escolha entre França e Haddad. A informação foi confirmada ao Valor pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), em entrevista publicada nesta quarta-feira.

Questionado sobre a possibilidade de o PT sugerir a realização de pesquisa como critério a ser aplicado também à escolha em Pernambuco, Siqueira foi enfático: “Não vamos aceitar, mesmo sabendo que o resultado não nos será desvantajoso”. No Estado, o PT se sentiu estimulado a lançar Humberto Costa depois que o pré-candidato do PSB, o ex-prefeito Geraldo Julio, desistiu de concorrer. O governador Paulo Câmara busca agora um nome à sua sucessão.

Em São Paulo, Siqueira defende que a pesquisa seja feita “mais à frente”, depois que o ex-governador Geraldo Alckmin, recém-saído do PSDB, se filiar ao PSB, e ficar definitivamente fora do páreo ao Palácio dos Bandeirantes. O ex-tucano é cotado para ser o vice de Lula como parte da aliança nacional entre PT e PSB.

Aí, sim, afirma o dirigente, quando o eleitorado paulista ficar sabendo que Alckmin não será mais...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT