A mulher na sociedade colonial brasileira
Autor | Wladimir Novaes Martinez/Francisco De Assis Martins |
Ocupação do Autor | Advogado especialista em Direito Previdenciário/Advogado em Direito Previdenciário e Direito Civil |
Páginas | 142-144 |
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22. A MULHER NA SOCIEDADE COLONIAL BRASILEIRA
A monocultura e a escravidão são os principais ingredientes na formação de
nossa sociedade colonial e cujos efeitos perduram até hoje.
Segundo Gilberto Freyre, em sua obra Casa grande & senzala, as relações
na vida colonial obedeciam a dois instintos primários do Homem: o econômico e o
sexual.
Neste modo de produção escravagista, a busca pelos meios de subsistência,
em especial para as mulheres, era quase impossível.
É neste contexto que se estabelecem as relações entre sexos opostos e as
resultantes como as relações de família.
E assim foi resumido pelo Marquês de Lavradio, ao afirmar que “as mulheres
por se não empregarem e por falta de meios para se sustentarem, se prostituem”.
Portanto, a organização social e econômica da colônia era quase que exclu-
sivamente formada pelos senhores e escravos. Embora que de forma lenta novas
classes sociais fossem surgindo como a dos comerciantes.
No entanto, sem serem senhores nem escravos estavam alijados do sistema
produtivo da colônia.
As atividades diretamente relacionadas com o sistema produtivo e com o serviço
doméstico são consequências do modo de produção escravagista colonial.
Não há espaço para o desenvolvimento de outras atividades e assim quem
domina a vida na colônia é o “clã patriarcal”.
E validado pelo rito católico, através das cerimônias religiosas do batismo e do
casamento, surge a figura do padrinho, afilhado e compadres que regulamentam
as relações de família.
Deve-se ressaltar que esta análise da economia patriarcal está restrita ao
observado no nordeste brasileiro e em especial em Pernambuco, com a economia
da monocultura da cana-de-açúcar e na escravidão com o uso da mão de obra
índia ou negra.
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