Não houve represamento de liquidez pelo Bradesco, diz Lazari

O presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr., negou que o banco tenha represado operações de crédito ou aumentado as taxas de juros nas últimas semanas, diante da crise do novo coronavírus. Em teleconferência, o executivo disse que a instituição concedeu mais de R$ 32 bilhões nos últimos dias, acima dos R$ 26,4 bilhões que teve em compulsórios liberados pelo Banco Central (BC).

“Não houve represamento de liquidez pelo banco”, afirmou a analistas e jornalistas. Segundo Lazari, as grandes empresas protagonizaram uma corrida por liquidez no início da crise, chegando a demandar R$ 20 bilhões por dia, mas agora a situação se normalizou e o patamar de pedidos de crédito desse segmento voltou para cerca de R$ 2 bilhões diários.

De acordo com o presidente do Bradesco, as taxas de juros das operações de crédito mantiveram-se estáveis no período e algumas “até diminuíram”, a despeito de reclamações de empresas de o crédito ficou mais caro. “Não há qualquer pretensão ou atitude do nosso banco de aumentar juros”, disse.

O Bradesco recebeu até agora mais de 1,2 milhão de pedidos de clientes para postergar o pagamento de parcelas por 60 dias, e Lazari afirmou que provavelmente será necessário ampliar esse prazo. Segundo ele, já existem conversas e há disposição dos bancos em fazer essa extensão por mais 60 ou 90 dias.

O executivo também afirmou que, dependendo da extensão da pandemia, a crise atual poderá impor aos bancos um recorde de inadimplência, superando o pico observado nas crises de 2008 e 2011. “Espero que não se confirme, mas a gente tem de trabalhar com os cenários mais difíceis que tem pela frente”, disse.

Lazari disse que o Bradesco está bem provisionado, mas provavelmente fará um aumento em suas reservas adicionais, aquelas que as instituições financeiras utilizam como colchão extra contra a inadimplência. “É um cenário que não estava desenhado. Vamos nos debruçar sobre o balanço para entender o que acontecerá com a inadimplência”, explicou.

De acordo com o vice-presidente de varejo do Bradesco, Eurico Fabri, algum impacto em despesas com novas provisões contra calotes poderá ocorrer ainda no ano que vem. “Estamos concentrados em entender os impactos neste ano, mas expectativa é que alguma coisa afete sim 2021”, afirmou.

O Bradesco informou nesta segunda-feira que 20% das 54 mil pequenas empresas com crédito pré-aprovado pelo banco para o financiamento da folha de pagamento aderiram à linha, lançada há uma semana. A instituição tem 125...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT