Não vemos sinais de bolhas de ativos neste momento, diz diretor do FMI

O diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tobias Adrian, afirmou não ver sinais de bolhas de ativos neste momento, durante coletiva sobre a atualização do relatório de Estabilidade Financeira Global. "Mas vemos os 'valuations' esticados", acrescentou o economista.

De acordo com o diretor do FMI, "as valorizações em muitos mercados de risco parecem esticadas". Conforme o especialista, há, no momento, uma desconexão entre o otimismo dos mercados financeiros e a economia real.

A volta da inclinação de investidores ao risco tem sido sustentada pelas rápidas e sem precedentes ações dos Bancos Centrais globais para conter os impactos da pandemia.

O economista ponderou que as principais autoridades monetárias globais, ao longo de seis meses, aumentaram em mais de US$ 6 trilhões os balanços, com as medidas de resposta aos impactos econômicos da crise do coronavírus. A injeção de liquidez tem levado a uma retomada da tomada de risco nos mercados do mundo todo, incluindo os emergentes.

O problema é que a precificação do risco parece estar "além dos fundamentos, simplesmente pela expectativa de ação dos BCs". Adrian citou os spreads no mercado de dívida, que "estão no momento muito estreitos", apesar do choque econômico.

Futuros desdobramentos da pandemia, porém, podem ampliar a volatilidade nos mercados, como uma recessão mais profunda e duradoura ou uma segunda onda de infecções. Segundo Adrian, o maior risco no momento é uma eventual retomada dos "lockdowns".

"Se se tornar necessário estender ou reinstalar o isolamento, isso pode levar a uma reavalição dos 'valuations'". Uma reversão do atual otimismo nos mercados pode levar a uma correção de preços de ativos, que traria um aperto nas condições financeiras e poderia retrair o fluxo de crédito para as economias, avaliou o diretor do FMI.

Apesar dos riscos, Adrian ponderou que, em uma situação de piora da crise, "os BCs têm muito poder de fogo e podemos esperar que vão reagir".

O economista afirmou ainda esperar que BCs de outros países além do Japão adotem o chamado controle de curva de yield. "Com essa ferramenta, os BCs podem ter...

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