Nova ordem mundial

judô

Tem que atacar

O judô agora é mais agressivo, simples e atraente. Pelo menos, essa é a proposta das novas regras que serão apresentadas pela primeira vez em um grande evento do calendário: o Grand Slam de Paris, hoje e amanhã na capital francesa.

Até os Jogos Olímpicos do Rio era possível vencer uma luta no tempo regulamentar apenas com as infrações do adversário. Agora, explica o brasileiro Jeferson Vieira, árbitro da Federação Internacional de Judô (FIJ), o atleta precisa pontuar " aplicar golpes " para vencer.

" Na regra antiga, havia caminhos para o atleta vencer a luta sem aplicar um golpe no adversário. Agora, se a luta terminar empatada, os shidos (infrações) não servem mais como critério de desempate. Assim, a luta vai para o golden score. Só se ninguém pontuar no golden score que o shido poderá decidir uma luta. Ou seja, para vencer a luta no tempo regulamentar vai ter que derrubar " diz Jeferson, que em janeiro liderou a equipe de árbitros brasileiros no seminário da FIJ sobre as novas regras em Baku, no Azerbaidjão.

Shido definiu título de Riner

As novas regras evitam, por exemplo, o que aconteceu na final mais badalada do tatame do Rio-2016. Lenda viva do esporte, o francês Teddy Riner chegou ao bicampeonato olímpico no pesado em uma final sem quedas contra o japonês Hisayoshi Harasawa. A luta terminou empatada no tempo normal, e o francês venceu porque tinha apenas um shido a menos do que o japonês.

Algo parecido impediu o último confronto entre as protagonistas de uma das maiores rivalidades do judô feminino. Na Arena Carioca 2, todos também esperavam pela luta da brasileira Mayra Aguiar (78kg) com a americana Kayla Harisson, que conquistou o bicampeonato olímpico no Rio e se aposentou em seguida. Não houve o confronto porque Mayra perdeu na semifinal para a francesa Audrey Tcheuméo " apesar de a gaúcha ter buscado a luta inteira furar o jogo defensivo, a derrota veio por ter uma punição a mais que a francesa.

Audrey, que terminou com a prata, conseguiu duas de suas três vitórias no megaevento sem aplicar um golpe sequer nas adversárias. Mayra ficou com o bronze e saiu da competição olímpica sem ter sido derrubada.

Na Rio-2016, os shidos decidiram 11% das lutas. Entre as mulheres, esse número é mais alarmante: dos 174 embates, 26 terminaram empatados em pontuação e foram definidos pelo número de infrações. Apesar da perda de importância do shido, agora bastam apenas três para que o atleta seja eliminado. Antes, eram...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT