Prefácio

AutorCristovam Buarque
Páginas9-13
9
PREFÁCIO
O texto base do “Curso de Política Externa Brasileira – o
Brasil frente ao mundo” precisa estar nas estantes de todos os
interessados na história política do Brasil, especialmente aqueles que
se preocupam com os assuntos relacionados à nossa presença no
mundo. Ao ler cada um de seus capítulos, o leitor desperta, se
assusta, deslumbra e reflete sobre a relação do berço onde nascemos
com o mundo em cada momento. Mas a maior qualidade desta obra
é despertar nossa reflexão sobre o futuro: qual o papel do Brasil no
mundo adiante?
Na Parte I, “O Império e a Política Externa da Primeira
República (1822-1930)”, graças a quatro capítulos muito bem
escritos e concatenados, é possível ver que a nação nascente
conseguia ter, desde o início, uma presença no mundo. Percebem-se
as bases de nossa diplomacia, sobretudo graças a personagens como
o Barão do Rio Branco e o próprio Imperador, D. Pedro II, embora
este apareça menos do que seu desempenho, muitas vezes apenas
simbólico.
A Parte II, “A política externa do primeiro Governo Vargas
(1930-1945)”, na verdade se inicia no período anterior, quando o
Barão percebe a mudança na geopolítica mundial e desloca o eixo da
Política Externa Brasileira da Europa para os Estados Unidos, com a
abertura da embaixada em Washington. Os três capítulos, que
percorrem o período de 1930 a 1945, nos passam uma visão
dinâmica de um período decisivo da habilidade de nossa diplomacia.
Seus autores mostram como nossa política externa foi sempre capaz
de mudar em defesa dos interesses nacionais. Em um país tão
brutalmente dividido social e economicamente, a política externa
talvez seja o único setor em que os interesses comuns da nação
prevaleceram. Não se vê o mesmo nos investimentos em educação

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