Recuperação será mais lenta que o pós-crise de 2008, diz Cepal

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) prevê que a recuperação da região será mais lenta que a registrada após a crise financeira de 2008 e depende da manutenção das políticas de estímulo implementadas pelos diferentes governos para enfrentar a pandemia de covid-19.

As previsões foram feitas pela secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, durante a apresentação do Estudo Econômico de 2020, um dos principais relatórios elaborados anualmente pela entidade.

Em julho, a Cepal previu que o Produto Interno Bruto (PIB) da região terá uma contração de 9,1% neste ano por causa da pandemia, uma projeção mantida na apresentação de hoje. Para o Brasil, a expectativa é de recuo de 9,2% até o fim do ano, o quarto pior desempenho da América do Sul, atrás apenas de Argentina (-10,5%), Peru (-13%) e Venezuela (-26%).

A entidade espera o fechamento de 2,7 milhões de empresas formais neste ano, enquanto o desemprego deve atingir 44 milhões de pessoas, um aumento de 18 milhões em relação à 2019. A pobreza alcançará os mesmos níveis observados em 2005, afetando 231 milhões de pessoas. Além disso, outras 96 milhões estarão em situação de extrema pobreza, número não visto há 30 anos.

Para Bárcena, a covid-19 está provocando impactos negativos sem precedentes nas áreas econômica, produtiva e social. Segundo ela, a pandemia também provocará efeitos a médio prazo sobre o crescimento do PIB da região, além de aumentar a desigualdade, a pobreza e o desemprego.

“Por isso, o processo de recuperação da atividade econômica aos níveis pré-crise será mais lento que o observado na crise do subprime (de 2007-2008)”, disse a secretária-executiva da Cepal ao divulgar o documento.

Ao apresentar o documento, Bárcena calculou que, com uma taxa média de expansão anual do PIB de 3%, a região só atingirá os níveis pré-pandemia apenas em...

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