Refletir É Preciso Para Os Magistrados

AutorLuiz Guilherme Marques
Páginas563-564
rEflEtir é PrEciso
Para os MaGistrados
Os concursos para ingresso na Magistratura têm valorizado sobretudo o
conhecimento técnico-jurídico, aprovando vários elementos psicologi-
camente imaturos, principalmente os mais jovens.
O absurdo grau de diculdade das provas – representado por questões exa-
geradamente teóricas e sem nenhuma utilidade prática – tem eliminado candida-
tos excelentes e aprovado pessoas que simplesmente fecharam-se em exaustivos
esforços de memorização irracional, leitura e releitura de apostilas, “macetes”,
treinamento de realização de provas de múltipla escolha e frequência a cursi-
nhos preparatórios, alguns ligados de forma suspeita aos próprios Tribunais.
Hoje em dia tornou-se uma verdadeira especialidade a preparação de
candidatos aos concursos para a Magistratura. Há professores que dedicam
sua vida a esse tipo de trabalho e alguns escrevem livros ensinando como
obter sucesso nesses concursos. Trata-se de verdadeira distorção do objetivo
real, que deveria resumir-se a escolher os candidatos mais vocacionados para
bem servir os cidadãos.
Depois de aprovados, muitos desses elementos mostram-se desprepara-
dos para o trabalho diário.
Alguns passam a revelar uma índole arrogante (a famosa “juizite”),
criando sérios problemas ao invés de resolver os ocorrentes.
Outros dicultam a solução dos processos pelo apego ao formalismo
em detrimento do princípio da instrumentalidade processual.
Outros se julgam no direito de partir para um estilo de vida de relaxa-
mento moral acreditando que, escudados no prestígio do novo cargo, tudo
podem e todos são obrigados a tolerar suas impertinências.
Para aqueles que passaram alguns anos correndo apenas atrás do conhe-
cimento técnico-jurídico com vistas ao sucesso prossional, chega a hora de
introduzir um conteúdo humanístico no seu acervo de informações.
Se assim não se faz, a frustração chega, com a carga inevitável de stress e
doenças psicossomáticas, principalmente na meia-idade ou na velhice.
O Ioga é uma das vertentes de conhecimento estabilizador.
A prática de atividades físicas, tanto sob a forma de esportes quanto sob
a forma de trabalhos braçais, bem como a prática de leituras saudáveis, que
conduzam à calma e à paz espiritual.
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