Reservas internacionais tiveram retorno negativo de 0,62% em 2021, diz BC

As reservas internacionais do Brasil tiveram retorno negativo de 0,62% em 2021, segundo relatório divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira. O documento mostra que o resultado com juros e demais fatores gerou retorno de 0,20%, mas foi contrabalançado pela valorização do dólar em relação às outras moedas que compõem a cesta, com perda cambial de 0,82%.

"Ao longo do ano, houve leve alta de juros nos EUA, compensada por resultado positivo nos investimentos em títulos indexados à inflação americana e títulos públicos chineses, além de ganhos com índice de ações nos EUA. Esse movimento gerou resultado positivo com juros e demais fatores de 0,20%", explicou o relatório.

"Por outro lado, o dólar norte-americano se valorizou ante as demais moedas dos ativos que compõem as reservas, o que levou a resultado cambial de -0,82%. Assim, considerando conjuntamente essas contribuições, as reservas internacionais brasileiras apresentaram resultado em 2021 de -0,62%", complementou.

Em 31 de dezembro de 2021, as reservas internacionais do Brasil somavam, pelo conceito caixa — que contabiliza recursos imediatamente disponíveis —, US$ 362,20 bilhões, pouco maior que o observado no final de 2020, US$ 355,62 bilhões. No período, a variação do volume de reservas no depósito do Fundo Monetário Nacional (FMI) de US$ 15 bilhões, relativos à nova alocação de Direitos Especiais de Saque (DES), contribuiu para esse aumento.

Os DES são uma espécie de moeda de reservas internacionais e são compostos por percentuais de moedas das principais economias globais. Essa proporção é ajustada pelo FMI a cada cinco anos.

"Em relação a 2020, em 2021 diminuiu o risco de liquidez, que leva em consideração a média da diferença de preços (spread) entre as ofertas de compra e de venda dos ativos pertencentes às carteiras de investimento", ressaltou o texto.

O dólar norte-americano representava 80,34% das reservas internacionais no fim de 2021, segundo o relatório. O euro ficou com 5,04% e o renminbi (China), com 4,99%. Além disso, eram 3,47% em libra esterlina, 2,25% em ouro, 1,93% em iene, 1,01% em dólar canadense e 0,97% em dólar australiano.

Com isso, de acordo com o relatório, o dólar canadense (CAD) e o dólar australiano (AUD) foram incluídos na alocação estratégica, com participações de aproximadamente 1% cada, e a proporção de renminbi (CNY) foi elevada para cerca de 5% da carteira. "Além disso, por suas características anticíclicas em momentos de estresse, a posição em...

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