Sem detalhes, Bolsonaro fala em programa de ‘renda mínima’ para quem ganha menos de R$ 500

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à “BandNews TV”, que confia no ministro da Economia, Paulo Guedes, e na sua equipe para recuperar a economia após a covid-19 e que o ministro está propondo que quem ganha menos de R$ 500 receba um recurso em sua conta apelidado de “renda mínima” ou “imposto de renda negativo”.

“Você pode trabalhar, seria como um banco de horas. No final do mês, se seu ganho for abaixo do salário mínimo, você teria o imposto de renda negativo. Se for abaixo de R$ 500, você receberia o dinheiro na sua conta”, disse, sem dar mais detalhes sobre o valor do recurso.

O Valor apurou que o programa Renda Brasil, que o ministro Paulo Guedes pretende criar como versão reforçada do Bolsa Família, deve incorporar programas sociais existentes, como abono salarial, seguro-defeso e salário família. O governo quer buscar na reforma tributária fontes de recursos para bancar a mudança nos programas.

Bolsonaro voltou a dizer que o auxílio emergencial deve ser prorrogado por dois meses, mas com valor de R$ 300, metade dos atuais R$ 600. O presidente afirmou que “apanha” desde o começo porque teria defendido “preservar vidas e empregos”, mas que agora a crise econômica está chegando forte ao país e 38 milhões de informais já perderam renda.

Bolsonaro afirmou que o governo federal fez sua parte no combate ao coronavírus ao repassar recursos a Estados e municípios para a área da saúde e que a “culpa” por “tirar a liberdade das pessoas” com o isolamento social é de governadores e prefeitos.

“Do ponto de vista da saúde, não temos informações que qualquer pessoa tenha falecido por falta de UTIS ou respiradores. O governo federal abasteceu estados e municípios mais do que suficiente com recursos”, disse. “Quero deixar bem claro. Toda a política de fechar comércio, isolamento, fechar praia, de privar de liberdade das pessoas é exclusiva dos governadores e prefeitos. Infelizmente, por decisão do Supremo Tribunal Federal, o governo federal não tem qualquer participação nessa questão”, afirmou.

Bolsonaro reconheceu a falta de diálogo com governadores e prefeitos para lidar com a crise sanitária, mas culpou os gestores estaduais e municipais e, novamente, o STF. “Falta de diálogo existe porque os governadores passaram a ser os donos dos seus estados e os prefeitos os donos dos seus municípios. Ao governo federal cabia apenas injetar recursos”, disse.

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