Setor público consolidado tem em 2020 déficit primário de R$ 702,95 bi, o pior da série

O setor público consolidado fechou dezembro de 2020 com déficit primário de R$ 51,837 bilhões, de acordo com o Banco Central (BC). Em dezembro de 2019, o resultado havia sido deficitário em R$ 13,513 bilhões.

Com isso, o governo registou um déficit primário de R$ 702,950 bilhões em 2020, o equivalente a 9,49% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2019, o déficit havia ficado em R$ 61,872 bilhões, o equivalente a 0,84% do PIB. O resultado de 2020 é o pior da série histórica do BC, iniciada em 2001.

Os dados do setor público consolidado envolvem governo central (formado por Previdência e Tesouro, além do próprio BC), Estados, municípios e estatais. Ficam fora da conta Petrobras, Eletrobras e bancos públicos, como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.

O resultado do mês passado refletiu um déficit do governo central de R$ 44,661 bilhões e um déficit de R$ 5,876 bilhões dos Estados e municípios. As estatais tiveram déficit de R$ 1,3 bilhão.

O setor público consolidado registrou déficit nominal, que inclui despesas com juros, de R$ 75,808 bilhões em dezembro, de acordo com o BC. Um ano antes o resultado havia sido deficitário em R$ 38,433 bilhões.

O resultado nominal do mês passado refletiu um déficit primário de R$ 51,837 bilhões e uma conta de juros de R$ 23,971 bilhões.

Em 2020, por sua vez, o déficit nominal foi de R$ 1,015 trilhão, em comparação com R$ 429,154 bilhões registrados em 2019. Como proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o resultado negativo foi equivalente a 13,7% em 2020, contra 5,79% um ano antes.

O resultado nominal de 2020 refletiu um déficit primário de R$ 702,95 bilhões e uma conta de juros de R$ 312,427 bilhões. Como proporção do PIB, o déficit nominal e a conta de juros ficaram em 9,49% e 4,22%, respectivamente.

Os dados não incluem Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.

A dívida bruta dos governos no Brasil variou de R$ 6,558 trilhões em novembro para R$ 6,615 trilhões em dezembro, segundo dados do BC. Em relação ao PIB, a dívida subiu de 88,7% para 89,3%. Com isso, o indicador atingiu o maior patamar para o mês de dezembro de toda a série histórica da autoridade monetária.

De acordo com o Banco Central, a variação da dívida bruta mensal pode ser explicada por: incorporação de juros nominais (responsável por alta de 0,5 ponto) e emissões líquidas de dívida (alta de 0,4 ponto). Em sentido oposto, atuaram: valorização...

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