Apresentação
| Autor | Ricardo Silva, Yan de Souza Carreirão |
| Páginas | 7-10 |
Apresentação
O
present e número de Política & Soc iedade começ a com a
publicação de dois artigos seminais de autores de crescente
repercussão nos debates internacionais recentes no campo da te-
oria política, especialmente nos domínios do republicanismo e da
teoria democrática. O artigo de Philip Pettit, professor de teoria
política da Universidade de Princeton (EUA), antecipa as idéias de-
senvolvidas em seus livros sobre a teoria republicana da liberdade.
Originalmente publicado em 1996, “Liberdade como antipoder ”
prenuncia o conceito de liberdade como não-dominação, elaborado
no livro Republicanism: a theory of freedom and government (1997), e
de liberdade como controle discursivo, desenvolvido em A theory of
freedom: from the psychology to the politics of agency (2001). Para Pettit,
a concepção republicana de liberdade representa uma alternativa à
tradicional dicotomia “liberdade positiva versus liberdade negativa”.
Se as perspectivas comunitaristas inspiram-se na noção de liberdade
positiva, com sua ênfase na participação como um valor intrínseco,
e as teorias liberais e libertárias edificam-se sobre a noção de liber-
dade negativa, com sua ênfase no critério da ausência de coerção,
o republicanismo, segundo Pettit, é uma tradição com fundamentos
próprios. Embora apele também a um ideal negativo de liberdade,
já que esta é definida pela ausência, não pela presença de algo, o
republicanismo distingue-se do liberalismo por julgar que não é
qualquer tipo de interferência externa à ação individual que pode
ser visto como lesivo à liberdade, mas apenas a interferência arbitrá-
ria (dominação). Assim, as políticas públicas e as leis que atuam na
promoção do antipoder e na redução da dominação, embora sejam
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