Apresentação

AutorArtur César Isaia
CargoProfessor do Departamento de História da UFSC
Páginas7-8
DOSSIÊ: HISTÓRIA, RELIGIÕES MEDIÚNICAS
E AFRO-BRASILEIRAS
O Dossiê escolhido para este número da Revista Esboços traz como tema de
discussão “História, Religiões Mediúnicas e Afro-Brasileiras”. Com isso nossa publica-
ção continua contemplando a pluralidade temática, a diversidade teórico-metodológica e o
diálogo interdisciplinar, tão salutares à prática historiográfica.
O tema das religiosidades e, mais precisamente, das religiões mediúnicas e afro-
brasileiras é familiar às pesquisas desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em
História, nos trabalhos de Graduação do nosso Departamento, bem como no Laboratório
de Religiosidade e Cultura da UFSC. A “Esboços”, com esse Dossiê, contempla não
somente uma realidade de pesquisa própria ao lugar institucional que a abriga, mas tam-
bém um interesse acadêmico mais amplo, atestado pela crescente presença desta temá-
tica nas teses de doutoramento e dissertações de mestrado, o que demonstra uma abertu-
ra da academia a realidades culturais extremamente relevantes ao pensarmos nosso país
e nosso povo.
Colaboram neste Dossiê: Durval Muniz de Albuquerque Jr, Artur Cesar Isaia, Ra-
quel Marta da Silva, Cristiana Tramonte, Emerson Giumbelli, Roberto Motta, Luis Nicolau
Parés, Reginaldo Prandi e José Jorge de Morais Zacharias.
No primeiro artigo, Durval de Albuquerque Jr estuda o olhar do pensador potiguar
Câmara Cascudo sobre a cultura africana e suas peculiaridades ao abordar a presença
negra na formação histórico-cultural brasileira. Após temos uma reflexão a respeito do
discurso médico-psiquiátrico sobre o transe mediúnico, enfocando a produção de Xavier
de Oliveira, psiquiatra ligado à Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro na primeira
metade do século XX, o que é feito por mim. Abordando o espiritismo, Raquel Marta da
Silva enfoca a importância que o “Pacto Áureo” (tentativa nacional de unificação doutri-
nária espírita) teve no movimento espírita mineiro da primeira metade do século XX. A
religiosidade afro-brasileira em Florianópolis aparece no artigo de Cristiana Tramonte, que
mostra as relações entre as mesmas e um universo cultural bastante difuso, no qual apa-
recem as práticas de curas e as benzeduras. A presença da África na produção dos
primeiros intelectuais da umbanda é analisada por Emerson Giumbelli, que evidencia a
importância negra, malgrado as aparências de desvalorização africana por aqueles inte-
lectuais. As reflexões de Roberto Motta contemplam a abertura das religiões afro-brasi-

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