Acórdão Nº 08342408420208205001 de TJRN. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Terceira Câmara Cível, 11-10-2023

Data de Julgamento11 Outubro 2023
Classe processualAPELAÇÃO CÍVEL
Número do processo08342408420208205001
ÓrgãoTerceira Câmara Cível
Tipo de documentoAcórdão

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
TERCEIRA CÂMARA CÍVEL

Processo: APELAÇÃO CÍVEL - 0834240-84.2020.8.20.5001
Polo ativo
PORTO SEGURO S/A
Advogado(s): WILSON SALES BELCHIOR
Polo passivo
CRISALDO NUNES BEZERRA
Advogado(s): FELIPPE DE QUEIROZ BESSA BANDEIRA LEITE

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Gabinete do Desembargador Vivaldo Pinheiro - 3ª Câmara Cível


Apelação Cível nº: 0834240-84.2020.8.20.5001.

Apelante: Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro Dpvat S.A.

Advogado: Wilson Belchior.

Apelado: Crisaldo Nunes Bezerra.

Advogado: Felippe de Queiroz Bessa Bandeira Leite.

Relator: Desembargador Vivaldo Pinheiro.


EMENTA: CIVIL. COBRANÇA. SEGURO DPVAT. ACIDENTE OCORRIDO POSTERIORMENTE À ENTRADA EM VIGOR DA MP 340/06, CONVERTIDA NA LEI 11.482/2007. DECLARAÇÃO DE QUE NÃO HOUVE ADIMPLEMENTO DO PRÊMIO. FALTA DE COMPROVAÇÃO QUE NÃO JUSTIFICA A RECUSA DO PAGAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 257 DO STJ. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.


ACÓRDÃO


Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima identificadas.


Acordam os Desembargadores que integram a 3ª Câmara Cível deste Egrégio Tribunal de Justiça, em Turma, à unanimidade de votos, conhecer e negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator, parte integrante deste.

RELATÓRIO


Trata-se de Apelação Cível interposta pela Seguradora Líder dos Consórcios do Seguro Dpvat S.A contra a sentença proferida pelo Juízo de Direito da 21ª Vara Cível da Comarca de Natal que, nos autos da Ação de Seguro Dpvat ajuizada por Crisaldo Nunes Bezerra, julgou procedente o pleito autoral, condenando a ré ao pagamento do valor de R$ 1.687,50 (mil seiscentos oitenta e sete reais e cinquenta centavos), em virtude das sequelas sofridas decorrentes de acidente automobilístico.


Em suas razões, a apelante aduz, em síntese, que a parte apelada está inadimplente com o pagamento do prêmio do seguro obrigatório, razão pela qual não faz jus ao benefício.


Defenda, ainda, a inaplicabilidade da Súmula 257 do STJ.


Ao final, requer o provimento do recurso.


As contrarrazões foram apresentadas pelo desprovimento do recurso (Id. 21269434).


Desnecessária a intervenção do órgão ministerial.


É o relatório.

VOTO


Presentes os requisitos de admissibilidade, conheço do recurso.


Cinge-se à análise do presente recurso acerca do pagamento do seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre (DPVAT).


Ao analisar os autos, verifico que o argumento da parte apelante, defendendo que o autor, ora apelado, não faz jus ao benefício indenizatório do DPVAT em virtude de estar inadimplente com o prêmio do seguro obrigatório não merece prosperar, pois inexiste qualquer previsão legal, obstando o recebimento da indenização por motivo de atraso de pagamento.


Esse é o entendimento deste Egrégio Tribunal:


“EMENTA: CIVIL. COBRANÇA. SEGURO DPVAT. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA. MORTE DA VÍTIMA. INTELIGÊNCIA DO ART. 4º DA LEI 6.194/74. ORDEM HEREDITÁRIA. AUTORA QUE É PARTE LEGÍTIMA. MÃE DA VÍTIMA. LITERALIDADE DO ART. 792 DO CÓDIGO CIVIL. MÉRITO. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE LAUDO DO INSTITUTO DO MÉDICO LEGAL. DOCUMENTOS SUFICIENTES QUE ATESTAM A OCORRÊNCIA DO SINISTRO E DAS LESÕES. NEXO CAUSAL DEVIDAMENTE COMPROVADO. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º E § 1º DA LEI Nº 6.194/74. PLENO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NO ARTIGO 373, I DO CPC. DECLARAÇÃO DE QUE NÃO HOUVE ADIMPLEMENTO DO PRÊMIO. FALTA DE COMPROVAÇÃO QUE NÃO JUSTIFICA A RECUSA DO PAGAMENTO. SÚMULA 257 DO STJ. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DO RECURSO. PRECEDENTES.” (AC nº 2018.011116-4, Relator Juiz Convocado Eduardo Pinheiro, 3ª Câmara Cível, julgado em: 12.03.19) (destaquei).


Insta salientar que o Superior Tribunal de Justiça, por meio da Súmula nº 257, compartilha do mesmo raciocínio: “A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização.”


A sentença, portanto, avaliou de forma correta os elementos fáticos e jurídicos apresentados pelas partes, dando à causa o justo deslinde que se impõe.


Face ao exposto, conheço e nego provimento ao recurso.


Por força do art. 85, § 11, do CPC, majoro os honorários advocatícios em R$ 200,00 (duzentos reais).


É como voto.


Natal, data da assinatura...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT