Acórdão nº 71010054914 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública, 30-08-2022

Data de Julgamento30 Agosto 2022
Tribunal de OrigemTurmas Recursais
Classe processualRecurso Inominado
Número do processo71010054914
Tipo de documentoAcórdão
ÓrgãoSegunda Turma Recursal da Fazenda Pública

PODER JUDICIÁRIO




QVC

Nº 71010054914 (Nº CNJ: 0022041-33.2021.8.21.9000)

2021/Cível


RECURSO INOMINADO.
SEGUNDA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. DIREITO TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE CANOAS. ISENÇÃO DE IPTU. TOTAL DE RENDIMENTOS AUFERIDOS PELO PROPRIETÁRIO SUPERA O QUANTUM PREVISTO NA LEI QUE CONCEDE A ISENÇÃO TRIBUTÁRIA. QUEBRA DE SIGILO FISCAL. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.

Recurso Inominado


Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública

Nº 71010054914 (Nº CNJ: 0022041-33.2021.8.21.9000)


Comarca de Canoas

CLAUDIONORA LIMA DOS REIS


RECORRENTE

MUNICIPIO DE CANOAS


RECORRIDO

MINISTERIO PUBLICO


INTERESSADO


ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


Acordam os Juízes de Direito integrantes da Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em negar provimento ao recurso inominado.

Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores Dr. José Luiz John dos Santos (Presidente) e Dr.ª Rute dos Santos Rossato.


Porto Alegre, 24 de agosto de 2022.


DRA. QUELEN VAN CANEGHAN,

Relatora.


RELATÓRIO

Dispensado o relatório, nos termos do artigo 38 da Lei n. 9.099/95, aplicado subsidiariamente ao rito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, conforme art. 27 da Lei n. 12.153/09.


VOTOS

Dra. Quelen Van Caneghan (RELATORA)

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, CLAUDIONORA LIMA DOS REIS, contra sentença de improcedência proferida pelo Juízo de primeiro grau.
Em suas razões recursais, sustentou que a lei que estabelece a isenção não exclui a possibilidade do contribuinte ter recursos poupados, limitando-se a estabelecer que para a isenção o requerente inativo e pensionista, de qualquer regime de previdência oficial, comprove que recebe proventos ou pensões de até três salários mínimos. Insurgiu-se, ainda com a quebra de sigilo fiscal, por parte do ente municipal. Pediu o provimento, com a reforma da decisão hostilizada.

Oportunizado prazo para contrarrazões.

A prefacial de quebra de sigilo fiscal sem autorização judicial confunde-se com a própria questão do mérito, assim, passo à análise das razões recursais, de modo que, adianto, a pretensão não merece trânsito.

De início consigno que, sobrepondo-se à questão da quebra do sigilo fiscal, pois ainda que reconhecida fosse a ilegalidade do ato de consulta a informações acobertadas por sigilo fiscal, não se pode descurar do fato de que a concessão da isenção almejada é medida excepcional.
Assim, não tendo a parte demonstrado que seus rendimentos se enquadram na hipótese prevista no caput, no inciso I e no § 5º, do art. 86, da Lei Municipal nº 1.943, de 1979, afigura-se inviável a concessão da benesse, sendo aplicável o disposto no art. 277 do CPC, que induz à aplicação do princípio da instrumentalidade das formas, in verbis:

?
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT