Acórdão nº 71010131936 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública, 29-06-2022

Data de Julgamento29 Junho 2022
ÓrgãoSegunda Turma Recursal da Fazenda Pública
Classe processualRecurso Inominado
Número do processo71010131936
Tribunal de OrigemTurmas Recursais
Tipo de documentoAcórdão

PODER JUDICIÁRIO


QVC

Nº 71010131936 (Nº CNJ: 0029743-30.2021.8.21.9000)

2021/Cível


RECURSO INOMINADO.
SEGUNDA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. INFRAÇÃO DO ART. 165 DO CTB. nulidade do ait. impossibilidade. ETILÔMETRO COM RESULTADO SUPERIOR A 0,00 MG/L. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE O SINISTRO TENHA OCORRIDO EM LOCAL DIVERSO DAQUELE CONSTANTE DO AIT. SENTENÇA DE IMPROCEDêNCIA mantida. RECURSO desprovido.
Recurso Inominado


Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública

Nº 71010131936 (Nº CNJ: 0029743-30.2021.8.21.9000)


Comarca de Porto Alegre

MARCELO SARTORI


RECORRENTE

DETRAN/RS - DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO


RECORRIDO

MINISTERIO PUBLICO


INTERESSADO


ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.


Acordam os Juízes de Direito integrantes da Segunda Turma Recursal da Fazenda Pública dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio Grande do Sul, à unanimidade, em negar provimento ao recurso inominado.

Participaram do julgamento, além da signatária, os eminentes Senhores Dr. José Luiz John dos Santos (Presidente) e Dr.ª Rute dos Santos Rossato.


Porto Alegre, 22 de junho de 2022.


DRA. QUELEN VAN CANEGHAN,

Relatora.


RELATÓRIO

Dispensado o relatório, nos termos do artigo 38 da Lei n. 9.099/95, aplicado subsidiariamente ao rito dos Juizados Especiais da Fazenda Pública, conforme art. 27 da Lei n. 12.153/09.


VOTOS

Dra. Quelen Van Caneghan (RELATORA)

Trata-se de recurso inominado interposto por MARCELO SARTORI contra sentença de improcedência proferida pelo Juízo.
Em suas razões recursais, narrou que realizou a contraprova em exame clínico pericial, atestando a não influencia de álcool. Sustentou a nulidade dos protocolos 32.748/2016 e 41.692/2016. Defendeu que o procedimento de autuação não observou os dispositivos legais inerentes à espécie. Requereu o provimento do recurso.

Oportunizado prazo para contrarrazões.


De início, consigno que a sentença guerreada ofertou solução adequada ao caso concreto, diante do que a decisão deve ser mantida, por seus próprios fundamentos, na forma do art. 46 da Lei n. 9.099/95:

Alegou que não foi observado o disposto no art. 280 do CTB, pois o auto de infração expedido pela BM contou como local Av.
Aureliano de Figueiredo Pinto, 796, enquanto que no Boletim de Ocorrência da EPTC, constou Rua Múcio Teixeira, s/nº.

Disse que na ocasião realizou o teste do etilômetro, sendo constatado 1,21mg/l, sendo que o exame clínico não foi constado o estado de embriaguez.


Referiu, ainda, que o valor pago a título de fiança foi restituído.


Inicialmente, Bol. da EPTC não interessa ao procedimento de apuração do AIT, uma vez que não registrou cometimento de infração.

O autor, em estado alcoólico elevadíssimo, envolveu-se em colisão de veículos, sequer nega a condução do veículo, e pretende anular o auto de infração porque alega divergência de nome das ruas.


Por favor!

A EPTC registrou o local do acidente de trânsito na Av.
Múcio Teixeira, do lado do Nacional (fl. 24).

A BM realizou o teste de etilômetro na Av.
Aureliano de Figueiredo Pinto, no cruzamento com a Av. Múcio, próximo ao ponto de táxi do Supermercado Nacional, reportando à Ocorrência de colisão de veículos registrada pela EPTC.

A testemunha Solange, na tentativa desesperada de ajudar o autor, colocou o ponto de táxi do Supermercado Nacional, na Rua Barão do Gravataí, quando é notório que fica quase esquina com a Av.
Aureliano de Figueiredo Pinto.

Nada de irregular.

Basta conferir o depoimento de fl. 110.


Assim, tem-se que a constatação do estado alcoólico ocorreu após o acidente, no local onde soprou o etilômetro.


Em suma, apenas o autor e suas testemunhas trazem a Rua Barão do Gravataí, pois nenhum documento confirma tal versão.


De qualquer sorte, o etilômetro atestou alcoolemia (fl. 21).


A lei atual não exige a constatação de embriaguez do condutor do veículo para infringir a norma administrativa do art. 165 do CTB, basta estar dirigindo sob a influência do álcool.


Assim, ao contrário da norma penal do art. 306 do CTB, a infração administrativa dispensa a medição da graduação alcoólica no sangue.


\"Art. 276. A concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue comprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor.

Parágrafo único. O CONTRAN estipulará os índices equivalentes para os demais testes de alcoolemia.

Art. 276...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT