Apresentação
| Autor | Marcelo Piragibe |
| Ocupação do Autor | Juiz de Direito em Juiz de Fora - MG e Vice Diretor-Presidente da Escola Nacional da Magistratura - ENM - AMB |
| Páginas | 11-12 |
a
presentação
Li, recentemente, de um escritor que apresentava um livro de seu amigo,
a conssão sobre a diculdade de conseguir ser totalmente impessoal
nessa hora; da impossibilidade de uma apresentação completamente isenta e
imparcial, limitando-se ao conteúdo literário, sem deixar de ser tocado por
algumas características de ordem pessoal do autor.
Concordo com essa assertiva e, ao apresentar este livro, não tenho como
me furtar a esboçar, ainda que muito supercialmente, alguns traços pessoais
em torno dos quais, no meu modo de ver, possivelmente inuenciaram nas
ideias expostas no bojo da obra.
Creio que suas reexões originam-se de uma peculiar inquietude e ir-
resignação no sentido de aprimoramento constante da Justiça, como um
todo. Mesmo com muitas décadas de experiência, atuando como estudan-
te, serventuário da Justiça, promotor de justiça, professor de Direito e juiz
de direito sobre a mesma matéria prima – o Direito, em suas mais diversas
nuances – ainda guarda, com vigor, e o acompanha, a mesma capacidade de
indignação e interesse, daquela que todos nós possuímos na descoberta de
algo novo, como tínhamos ao começar nos bancos universitários.
Acrescente-se a esse perl de observador, atento ao mundo que o cir-
cunda, uma necessidade quase compulsiva de expressar-se através da escri-
ta, como forma de extravasamento, de sublimação, e que tem culminado,
quase sempre, na forma de textos diretos, curtos, e em português limpo e
escorreito.
Nesta toada, Luiz Guilherme Marques vem, ao longo de muitos anos,
expondo incansavelmente seus pontos de vista em centenas de artigos, pu-
blicados nos mais distintos meios de divulgação: jornais, internet, blogs, re-
vistas especializadas e livros, entre outros.
Uma outra característica pessoal reside na segurança com que trata suas
reexões e do modo de se abstrair das eventuais críticas que podem surgir
sobre seus posicionamentos. Põe no papel, à sua maneira, independentemen-
te do senso comum, ou do politicamente correto.
E devo dizer, por mais evidente que seja – pois o livro trata também so-
bre temas muito controvertidos – que, obviamente, não comungo de muitas
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