Apresentação
| Autor | Lidiane Soares Rodrigues, Alexandre Bergamo |
| Cargo | Professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)/Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) |
| Páginas | 7-16 |
DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-7984.2017v17n39p7/
77 – 16
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APRESENTAÇÃO
Intelectuais, cultura e
política: modos de usar
Lidiane Soares Rodrigues1
Alexandre Bergamo2
Há pelo menos duas linhagens distintas que balizam os estudos a res-
peito de “intelectuais”. De um lado, o acento nas tomadas de posição po-
líticas “reproduzindo o gesto fundador do ‘J’accuse’”, de Émile Zola. Em
detrimento da caracterização e análise da morfologia social, essa linhagem
tende a explicar o que os intelectuais fazem, segundo o que pensaram; e
o que pensaram, segundo o que zeram – sendo que “fazer”, em geral,
reduz-se ao âmbito da política. Daí certa inclinação às variadas maneiras de
realizar close reading ou análise estrutural do texto e de encontrar no “texto”
a chave explicativa das tomadas de posição dos agentes. De outro, uma
linhagem que toma o exame da morfologia social como requisito prévio
para qualquer análise dos intelectuais, por entender que “a orientação po-
lítica dessas tomadas de posição” tornam-se inteligíveis “[...] antes de tudo
pela posição de cada intelectual dentro de seu espaço prossional.” (MA-
TONTI; SAPIRO, 2009, p. 5). Daí a necessária consideração do regime
de constrangimentos a que estão submetidos os agentes e seus textos, cuja
1 Professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
2 Professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
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