As relações sindicais na era tecnológica automação, inteligência artificial e formas sindicais de proteção

AutorAntonio Carlos Aguiar
CargoAdvogado, Mestre e Doutor em Direito do Trabalho pela PUC-SP, Pesquisador do GETRAB/USP, Titular da Cadeira de n. 28 da Academia Paulista de Direito do Trabalho e da Cadeira n. 48 da Academia Brasileira de Direito do Trabalho
Páginas81-87
Revista da Academia Brasileira de Direito do Trabalho 81
As relações sindicais na era tecnológica automação,
inteligência artificial e formas sindicais de proteção
Antonio Carlos Aguiar
(1)
[...] o tempo é assimétrico para nós. Podemos ver o passado, mas não o podemos influenciar.
Podemos influenciar o futuro, mas não podemos vê-lo. Tanto a invisibilidade quanto a
maleabilidade potencial do futuro nos impulsionam a aprender nele, a ficar alertas para
as ameaças ou oportunidades que ele pode conter. Essa brancura da página do futuro
nos dá poder (se o futuro não está determinado, podemos fazer qualquer coisa)(2)
(1) Advogado, Mestre e Doutor em Direito do Trabalho pela PUC-SP, Pesquisador do GETRAB/USP, Titular da Cadeira de n. 28 da
Academia Paulista de Direito do Trabalho e da Cadeira n. 48 da Academia Brasileira de Direito do Trabalho. Autor de diversos
livros.
(2) BRAND, Stewart, The ClockoftheLongNow. Nova York: Basic Boocks, 2000, p.192.
(3) Monteiro, M. B. (1993). Conflito e Cooperação nas Relações Intergrupais. In: J.Vala e M. B. Monteiro (Orgs.) Psicologia Social,
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, p.347.
I. SINÉDOQUE SINDICAL: ADICIONANDO-SE NOVOS (ALÉM DE) INGREDIENTES À RECEITA DA
NEGOCIAÇÃO COLETIVA DE TRABALHO
Comecemos relembrando a receita principal. A espécie (objeto desencadeador), da qual se desdobra a subes-
pécie (além de) objeto deste estudo, a metanegociação, é a Negociação Coletiva de Trabalho, modelo jurídico-
-constitucional que tem por fim a pacificação de conflitos, por meio de uma solução autocompositiva.
Na negociação, “duas ou mais partes em conflito procuram encontrar uma plataforma de acordo que evite a
confrontação directa. Procurar um acordo significa, no entanto, e antes de mais, tomar decisões conjuntas a partir
de um leque de decisões alternativas parciais”(3). Segundo a autora, a adoção desta perspectiva para o estudo da
negociação de conflitos significa: “a) que cada parte negocial é um órgão de decisão; b) que os comportamentos

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT