Atitudes do trabalhador perante o seu trabalho: comprometimento com a organização e satisfação no trabalho
| Autor | Wanderley Codo e Remígio Todeschini |
| Páginas | 339-357 |
Saúde Mental e Trabalho no Serviço Público – 339
CAPÍTULO 4
— ATITUDES DO TRABALHADOR
PERANTE O SEU TRABALHO: COMPROMETI-
MENTO COM A ORGANIZAÇÃO E SATISFAÇÃO
NO TRABALHO
Wanderley Codo
Remígio Todeschini
Historicamente, a atitude do trabalhador tem sido abordada por meio de
instrumentos, medindo satisfação no trabalho e, mais recentemente, compro-
metimentocom otrabalho eoua organizaçãoEmbora mantendoa estrutura
conceitual destes dois conceitos, é necessário tomá-los conjuntamente para en-
riquecimento da análise, inclusive como importante indicador de bem-estar e
saúdepsíquicadotrabalhadormesmoporqueacorrelaçãoentreosdoistemse
mostrado alta quando comparados em uma mesma pesquisa.
Nodiagnósticodo ministérioemquestão vêseumaaltacorrelação entre
atitude e seus dois componentes, satisfação e comprometimento (0,901 e 0,793),
eumacorrelaçãomenorentreosdoisúltimos
Tabela 1 – Correlação entre atitude no trabalho, comprometimento e satisfação
Atitude Satisfação Comprometimento
Atitude
Pearson
Correlation 1,000 ,901 ,793
Sig.
(2-tailed) , ,000 ,000
N 416 416 416
Satisfação
Pearson
Correlation ,901 1,000 ,509
Sig.
(2-tailed) ,000 , ,000
N416 441 416
Comprome-
timento
Pearson
Correlation ,793 ,509 1,000
Sig.
(2-tailed) ,000 ,000 ,
N 416 416 439
Correlaçãoésignicantedeníveltailed
Assimoptamospornestecapítuloenglobarosaspectossatisfação ecompro-
metimento, embora com análises separadas para cada um destes conceitos.
340 – Wanderley Codo, Analía Soria Batista e Remígio Todeschini
Falaremos de atitudes, ou seja, opiniões, representações sociais, estereóti-
posenmdeconstruçõesqueasociedadevaielaborandoequepodemounão
ter alguma relação com a realidade. Por exemplo, é crença corrente que “as
mulheresdirigemmaltodasasestatísticasmostramocontrárioAscompa-
nhias de seguro, inclusive, propiciam descontos para um carro de propriedade
deumamulherporqueorisco deacidentesémenor Noentantoporrazões
que não cabem analisar aqui, continuamos ouvindo pelas ruas a “opinião” de
quemulheressãobarbeirasAssimcomoessaumadascrenças maisgene-
ralizadasentre nósé ade queoservidor públiconão trabalhaé enganador
e, particularmente, está no pior emprego possível. Essa crença é propagada e
difundidadeváriasformasAmarchinhadecarnavalquefaladaMariaCan-
delária é alta funcionária saltou de paraquedas, caiu na letra funcionária classe
O”, da antiga canção de carnaval e a brincadeira do paletó na cadeira enquanto
o funcionário passeia pela vida mostram facetas desta crença.
Olhando além da crença, a atitude do servidor foi analisada como uma
variável e também pelos aspectos comprometimento e satisfação no trabalho. Se
acrençadeque oservidorpúbliconãotem umaatitudepositivaperanteoseu
trabalhocorresponder àverdadeisto semdúvidase manifestaránosíndices
de satisfação e comprometimento destes servidores também de forma negativa.
De qualquer forma, teremos uma chance de contrapor a essas crenças com da-
doscientícosoquenomínimodeveorientaraatuaçãogerencialepolíticae
no máximo, contribui para dirimir alguns preconceitos que além de prejudiciais
ao trabalho seriam falsos.
Deformageralaatitudedo servidorpúblicoperante otrabalhoéboa So-
mente uma pequena parcela de 12,5% dos pesquisados apresentaram problemas,
conformesevênoGrácoEstesíndicesestãopróximosdosesperadosparauma
instituiçãosadiaNãoseapresentavalerepetirnenhumproblemamaiornasati-
tudes do trabalhador perante o seu trabalho e ou organização, ao contrário do que
nossos estereótipos poderiam aconselhar. Esta é uma boa notícia.
GrácoAtitudenotrabalho
Normal
87,50%
Problema
12,50%
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