Atos e Despachos do Governador

Data de publicação29 Setembro 2017
SeçãoPoder Executivo
Número da edição186
Maceió, sexta-feira, 29 de setembro de 2017
www.agenciaalagoas.al.gov.br
ESTADO DE ALAGOAS
UNIDADE FEDERATIVA DO BRASIL
Ano 105 - Número 186
Monumento à arte popular de
Alagoas será inaugurado hoje
HOMENAGEM
Sereia de mestre Zezinho tem seis metros de altura e consolida proposta de intervenções artísticas promovidas pelo Governo do Estado
Texto de Andressa Alves
O Governo de Alagoas en-
trega hoje (29), às 10h, a escul-
tura Sereia, uma reprodução
da peça de autoria do mestre
artesão Zezinho. A solenida-
de acontece na Avenida Dr.
Antônio Gouveia, em frente à
Academia Top, no bairro da
Pajuçara.
José Cícero da Silva, mais
conhecido como Zezinho, é um
homem simples. Tímido, não
gosta de chamar atenção, de
falar em público, nem de ani-
versários, já que costuma ser
ele o foco dessas situações. A
personalidade reservada é o
que justifica seu nervosismo
e ansiedade com a chegada
do dia 29 de setembro, data
em que uma reprodução de 6
metros de uma escultura de
sua autoria será instalada na
orla de Maceió, homenageando
a arte popular de Alagoas e a
importância de Zezinho para a
produção artesanal do Estado.
Natural de Arapiraca,
região do Agreste, o artesão
começou a criar suas primei-
ras peças quando ainda era
criança, aproveitando o ofício
do pai, Cícero José da Silva,
que construía casas de taipa
com estruturas de madeira.
Nas mãos de Zezinho, as so-
bras do material facilmente vi-
ravam carrinhos de brinquedo,
que faziam a alegria do menino
e marcam, com saudosismo,
as lembranças de sua infância.
Apesar da descrença do
próprio artesão, quem co-
nhecia o trabalho de Zezinho
identificava o talento e origina-
lidade nas peças em madeira.
Kaio Fragoso
Mestre Zezinho não esconde o nervosismo e a ansiedade com a inauguração de sua obra
Aos 22 anos, morando em São
Paulo para buscar uma opor-
tunidade de emprego, Zezinho
levava no transporte público
uma “casinha” colorida, um
presente que havia feito para
um amigo. Ao ver a peça, uma
senhora desconhecida ressal-
tou o talento de Zezinho para
a arte popular.
“Eu carregava a casinha
nas pernas, indo para o bairro
de Santo Amaro, quando ela
me olhou e disse: Moço, quem
fez essa casinha? Eu respondi
que tinha sido eu. Na mesma
hora ela me perguntou se eu
sabia que isso era uma obra
de arte, e que eu poderia fazer
disso minha profissão. Mas
São Paulo era muito grande,
e eu muito pequeno dentro de
São Paulo. Não tinha estudo
para entender o que ela quis
dizer. Só depois dos 30 anos
eu tive noção que poderia vi-
ver do meu artesanato”, conta
Zezinho.
Atualmente, seus traba-
lhos fazem parte de catálogos
nacionais de arte popular e
já foram destaque em revis-
tas como Casa Vogue e Casa
Cláudia. Entre as conquistas,
o artesão destaca, ainda, o
prêmio de Melhor Artesão do
Ano, conquistado em 2009 no
Museu Théo Brandão, ao lado
de João das Alagoas.
Sereia
Conhecida como um sím-
bolo popularmente difundi-
do entre os maceioenses, a
sereia, apesar de não fazer
parte do cotidiano do artesão
no Agreste, está entre uma
das peças mais produzidas
por Zezinho. “Eu sou uma
pessoa que sempre andei
pelo mundo. Minha inspira
-
ção vem de tudo que eu já vi.
De todas as cidades que eu
já andei, inclusive do Litoral.
Mas a gente não tem todas
as ideias, né? As pessoas
ajudam e colocam coisas na
nossa cabeça. Uma vez um
rapaz que me comprava me
disse: Não dá para você fazer
um boneco pescando uma se-
reia, em vez de um peixe? Aí
eu fiz. Dali surgiu a ideia de
fazer em diferentes estilos
e tamanhos. Isso entrou no
gosto das pessoas”.

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