O Brasil e os Brics: Crescimento Inclusivo, Soluções Sustentáveis
Autor | Edson Tomaz de Aquino - William Freitas Daldegan |
Cargo | Professor Titular no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Sergipe - Professor Substituto no Departamento de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho |
Páginas | 58-74 |
O Brasil e Os Brics: crescimentO inclusivO,
sOluções sustentáveis
Edson Tomaz de Aquino1
William Freitas Daldegan2
Resumo
Este artigo se propõe a discutir a participação do Brasil nos BRICS e
como este bloco de países pode atender às pretensões do país em ter papel
mais relevante no cenário internacional. Será feita uma breve discussão a
respeito da politica externa brasileira diante do reordenamento de poder
no sistema internacional contemporâneo. Também serão apresentados os
principais objetivos comuns que unem os países que compõe o BRICS,
que historicamente o país desempenhou na defesa de uma agenda do
desenvolvimento e da sustentabilidade, apoiada pelas características
perenes da diplomacia brasileira, como a ênfase no universalismo, no
do Novo Banco de Desenvolvimento e seu poder concreto e simbólico na
sobre os organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional
e o Banco Mundial.
Palavras-chave: BRICS. Fundo Monetário Internacional. Banco Mundial.
Crescimento Inclusivo. Soluções Sustentáveis
F02
1 Professor Titular no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Sergipe.
2 Professor Substituto no Departamento de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita
Filho. E-mail: william.daldegan@gmail.com
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O Brasil e os Brics: Crescimento Inclusivo, Soluções Sustentáveis
Textos de Economia, Florianópolis, v.17, n.2, p.58-74, jul./dez.2014
O início do século XXI é marcado por acontecimentos nos planos
internacional e doméstico que favoreceram a dimensão Sul na política
externa do Brasil.
Em primeiro lugar, a estagnação econômica e a diminuição do Estado
enquanto provedor de benefícios sociais levaram ao descrédito popular
sobre as políticas macroeconômicas adotadas de forma generalizada pelos
de diversos governos de esquerda na região.
O governo Lula deu novos contornos à política externa brasileira,
prerrogativas que haviam sido repassadas à área econômica.
voz de um projeto que transcende objetivos de projeção pessoal e adesão
subordinada à globalização. O pagamento da dívida com o FMI simboliza o
desalinhamento da política externa em relação ao Consenso de Washington
como forma de recuperar a capacidade de negociação. Seu antecessor, Fer
nando Henrique Cardoso, já vinha desde os anos 70 criticando o desenvol
No seu discurso de posse, Lula já sinalizava caminhos de sua política
em desenvolvimento: a China, a Índia, a Rússia, a África do Sul, entre
continente africano e a nossa disposição de contribuir ativamente para que
De fato, a inovação na política externa brasileira no início do século
XXI foi buscar os espaços não ocupados, por opção do governo anterior.
A proximidade de Lula com o sindicalismo e os movimentos sociais
conferiam desenvoltura e naturalidade nos discursos sobre as desigualda
des sociais, a fome e a necessidade de se construir um mundo mais justo.
nas negociações na OMC.
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