O Fluminense, Carlos Maximiliano E A Regra XIV Do Futebol

Domingo, 7 de dezembro de 97, Campeonato Brasileiro de Futebol, Série B. Era a segunda e última partida da semifinal que ia apontar um dos clubes classificados para a divisão principal do torneio de 1998. O jogo: Central-PE X Fluminense, local: Caruaru. A primeira partida, no Maracanã, terminou em 0X0, sendo que a equipe pernambucana jogava por dois resultados iguais. O campo era ruim e chovia torrencialmente. Findo o primeiro tempo, embora o Fluminense tenha passado mais tempo com a bola e imposto alguns momentos de pressão, os comentários eram unânimes de que faltara objetividade ao tricolor (ainda desfalcado de sua maior estrela, Renato Gaúcho, condenado a três meses de prisão por ato obsceno após ter caminhado nu ao lado de uma multidão de torcedores, igualmente nus, pelo calçadão de Copacabana. Em sentença, o juiz, que condenou Renato, observou com severidade que o ato representara "uma expansão erótica visando à excitação alheia"). Foi assim que tudo aconteceu. Mas no segundo tempo...

Na segunda etapa, a partida ficou ainda mais truncada; o Central recorria a sucessivas faltas e o Fluminense continuava com baixa capacidade de penetração. Tudo caminhava para o desastre tricolor. A chuva não amainava e os pernambucanos gritavam incessantemente em apoio à equipe local. 42 minutos, Nilson, atacante do Flu, contratado especialmente para o Campeonato e que até então fizera apenas dois gols, avança pela esquerda e se joga grosseiramente na área, escapulindo-se a bola pela linha de fundo. Os jogadores do Central já se preparavam para bater o tiro de meta quando se ouve um grito ensurdecedor vindo lá de cima: "É 'penalty'!!!". Quem gritava era Galvão Bueno, diretamente da cabine da Globo. Confuso, o juiz, que, segundo juram vários jornalistas presentes, marcara o tiro de meta, corre para a marca penal. É cercado por jogadores do Central que chegam a derrubá-lo no chão, mas ele permanece irredutível e responde aos jogadores que o tira-teima mostrará sua razão após o jogo.

Momento de tensão. Vampeta, contratação de maior peso do Flu para o campeonato, ajeita a bola. A torcida se cala. A chuva pára. O dono da Boate "Decadance", então patrocinadora oficial do tricolor, sorri nas numeradas. Vampeta olha, examina, interiormente reza e amaldiçoa o momento; então corre... e chuta. "Na traaaaave!!!" - grita o locutor global. No rebote, o próprio Vampeta fuzila e marca o gol. Os torcedores do Central colocam as mãos na cabeça e parecem não acreditar; os...

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