Coletivos ciberfeministas como fonte de informação

AutorLuana Maia Woida
CargoProfessora Referência 3 Faculdade de Tecnologia-Garça, Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação-UNESP, Brasil luanamwoida@yahoo.com.br https://orcid.org/0000-0003-3621-9154
Páginas1-24
Artigo
Original
Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v.25, p. 01-24, 2020.
Universidade Federal de Santa Catarina. ISSN 1518-2924. DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e70464.
COLETIVOS CIBERFEMINISTAS COMO FONTE
DE INFORMAÇÃO
Cyberfeminist collectives as information source
Luana Maia WOIDA
Professora Referência 3
Faculdade de Tecnologia-Garça, Curso de Tecnologia em Gestão Empresarial
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação-UNESP, Brasil
luanamwoida@yahoo.com.br
https://orcid.org/0000-0003-3621-9154
A lista completa com informações dos autores está no final do artigo
RESUMO
Objetivo: Analisar os coletivos ciberfeministas como fonte de inform ação, cujos problemas incluem questionar se esses
sites disponibilizam sugestões de bibliografias com publicações que abordam o tema, identificar quais são os tipos de
materiais (e-books, artigos, vídeos, dissertações, teses, cartilhas, leis, etc.) disponibilizados, quem os acessa, quem os
produz e se mensuram os acessos aos materiais.
Método: Optou-se pela pesquisa exploratória usando-se o método de etnografia virtual, avaliando os coletivos
feministas brasileiros destacados na literatura pesquisada: Think Olga, Não Me Kahlo, Geledés, Blogueiras Negras,
Escreva Lola Escreva, Blogueiras Feministas, Biscate Social Club, Gorda e Sapatão, Transfeminismos.
Resultado: Os coletivos estudados apresentam, em sua maioria postagens de textos, muitos dos quais construídos a
partir da consciência e conhecimento que o escritor tem do assunto, alguns seguindo uma abordagem próxima a de um
depoimento, mostrando uma percepção pessoal sobre o tema, enquanto outros apresentam uma discussão com mai or
neutralidade. A busca por informação nesses blogs e outros ambientes virtuais, como páginas em redes sociais, nem
sempre é facilitada, uma vez que alguns deles apresentam tags e campos de busca, mas nem todos. Se posicionam
quanto ao possível público-alvo, contu do não foi localizado quantos acessos são realizados. Os comentários dos
leitores são um indicador de que há interesse pelos materiais disponibilizados, mas não se tem um mapa dos acessos
sobre quem e quanto foi acessado.
Conclusões: Considera-se que a Ciência da Informação é fund amental para o ciberfeminismo, pois contribui
diretamente para o empoderamento femi nino, dado que visa compreende r a dinâmica de desenvolvimento e difusão de
uma cultura informacional nesse meio, e uma das principais propostas é promover o acess o e a apropriação à
informação pelas mulheres.
PALAVRAS-CHAVE: Ciberfeminismo. Fonte de informação. Coletivos Feministas. Movimento feminista.
ABSTRACT
Objective: To analyze cyberfeminist collectives as a source of information, whose problems include questioning whether
these websites provide bibliography suggestions with publications that address the theme, identi fy what are the types of
materials (ebooks, articles, videos, dissertations, theses, booklets, laws, etc.) made available, who accesses them, who
produces them, and if the access of materials are measured.
Methods: We opted for an exploratory research using the virtual ethnography method, evaluating the Brazilian feminist
groups highlighted in the researched literature: Think Olga, Não Me Kahlo, Geledés, Blogueiras Negras, Escreva Lola
Escreva, Blogueiras Feministas, Biscate Social Club, Gorda and Sapatão, Transfeminismos.
Results: Most of the collectives studied pres ent textual postings, many of which are built on the writer's awareness and
knowledge of the subject, some follow an approach similar to a statement, showing a personal perception of the subject,
while others present a more neutral discussion. Searching for information on these blogs and websites, as well as social
media pages, is not always easy, since some of them have tags and search boxes, but not all of them. They position
themselves as to the possible audience, however it was not found how many accesses are made. Reade rs’ comments
are an indicator that there is in the materials provided, but there is not a map of accesses of who and how much was
accessed.
Conclusions: It is considered that Information Science is substantial for cyberfeminism, as it contributes directly to
women's empowerment, since it aims to understand the dynamics of development and diffusion of an information culture
in this environment, and one of the main proposals is to promote access and women's ownership of information.
KEYWORDS: Cyberfeminism. Source of information. Feminist collectives. Feminist movement.
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Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, Florianópolis, v.25, p. 01-24, 2020.
Universidade Federal de Santa Catarina. ISSN 1518-2924. DOI: https://doi.org/10.5007/1518-2924.2020.e70464.
1 INTRODUÇÃO
As fontes de informação estão presentes em diferentes ambientes, tanto em meios
digitais como em físicos. Em relação ao ambiente digital, dado seu alcance, passa a ser
uma ferramenta que potencializa a disseminação de informação, por isso considerado um
lugar propício para disponibilizar informação e estimular o acesso a ela.
Os materiais e textos disponibilizados pelos coletivos feministas na rede são em
sua maioria, textos de opinião, artigos de jornais, vídeos, e às vezes livros, que
expressam suas vivências, angústias, lutas e expectativas. Muitos materiais acadêmicos
com investigações voltadas ao tema já foram e continuam sendo produzidos, mas
acabam não sendo acessíveis a muitos potenciais leitores, em especial se considerados
a linguagem e os termos usados nos textos.
Almeida (2004, p.57) explica que as informações disponíveis na rede também são
utilizadas como fonte de informação. O mesmo autor complementa explicando que “São
inúmeros os lugares na Internet em que se podem encontrar determinada informação ou
fontes que remetem a essa informação”, entre os quais os sites.
As fontes de informação são definidas por Rodrigues e Blattmann (2014, p.10)
como “[…] tudo o que gera ou veicula informação. Pode ser descrita como qualquer meio
que responda a uma necessidade de informação por parte de quem necessita” e
complementa explicando que tais necessidades incluem “[…] produtos e serviços de
informação, pessoas ou redes de pessoas, programas de computador, meios digitais,
sites e portais”.
García-Reyes et al (2014, p.26) definem fonte de informação como “[…] qualquer
documento real e virtual o qualquer fenômeno da natureza que possa ser interpretado. As
fontes indicam onde se encontra a informação. Uma fonte é o material que proporciona
conhecimento [...]”. Além disso, os mesmos autores (2014, p.29) complementam
explicando se tratar de “[…] objetos que contém informação em qualquer tipo de suporte”.
Para Araújo e Fachin (2015) as fontes de informação podem ser um “[...]
documento, um link, fotografia, áudio, base de dados ou um repositório, em tempos de
web 4.0, acrescenta-se fonte de informação o armazenamento de documentos em nuvem
[...] pode ser qualquer coisa, tem a característica de informar algo para alguém”.
Os movimentos sociais valem-se da divulgação online de informação produzida
para um grupo, visando conscientizar sobre problemas, reivindicações, leis, novas
interpretações de conceitos e práticas etc. Trat (2009, p.151-152) considera que o

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