O consumidor pós-pandêmico e a assimetria da sociedade de consumo

AutorThiago Schlottfeldt Nascimento Da Cas
Ocupação do AutorEspecialista em Direito Público pela Escola Superior da Magistratura Federal (Esmafe) e Mestre em Direito pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP). Advogado.
Páginas389-392
O CONSUMIDOR PÓS-PANDÊMICO E A
ASSIMETRIA DA SOCIEDADE DE CONSUMO
Thiago Schlottfeldt Nascimento Da Cas
Especialista em Direito Público pela Escola Superior da Magistratura Federal (Esmafe)
e Mestre em Direito pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP).
Advogado.
Para além da crise sanitária provocada pela pandemia, culminando com milhões
de mortes em todo o mundo, a mesma trouxe consigo a crise econômica, alterando
as relações interpessoais, trabalhistas e de consumo, expondo, ainda mais, as agru-
ras das vulnerabilidades do consumidor, potencializando algumas delas, de modo
que, rapidamente, tiveram que lidar com o analfabetismo digital, preços abusivos de
produtos de primeira necessidade, publicidade enganosa, cancelamento de viagens
e estadias em hotéis, bem como a intensif‌icação da oferta de crédito.
Inegável que o consumidor vivenciou, em um período de inúmeras incertezas,
diversas modif‌icações nas relações consumeristas, impactando, diretamente, nas suas
escolhas, realocando preferências e prioridades, se adaptando a uma nova realidade
que exteriorizou uma ruptura paradigmática na vida cotidiana e consumerista até
então experimentada. De igual modo, as empresas também tiveram que se adaptar à
nova realidade vivenciada, implicando em alterações estruturais, se atentando nos
cuidados com a saúde e segurança do consumidor, fornecimento de produtos e servi-
ços no formato delivery, migrando a totalidade ou quase totalidade de suas atividades
para o e-commerce, ante a necessidade de não encerramento de seus negócios.1
Estudo realizado pelo Sebrae2 mostra que as prioridades do consumidor se
alteraram drasticamente com a chegada da sociedade pandêmica, crescendo o in-
teresse por produtos para a manutenção geral da saúde e bem-estar, priorização de
produtos essenciais para a contenção do vírus, saúde e segurança pública, aumento
do consumo de alimentos e compras de viagens restritas, impulsionados pela angústia
e necessidade de adaptação ao incerto. Ao mesmo tempo, o aumento do acesso ao
e-commerce, motivado pela procura de produtos e serviços on-line, também envolveu
o consumidor, demonstrando as disparidades do analfabetismo digital, bem como
1. VIEIRA, Luciane Klein; CIPRIANO, Ana Cândida Muniz. Covid-19 e Direito do Consumidor: desaf‌ios
atuais e perspectivas para o futuro. Revista de Direito do Consumidor. v. 135. p. 103-124. São Paulo: Ed. RT,
maio/jun. 2021. p. 105.
2. SEBRAE. Estudo mostra novo comportamento do consumidor diante da pandemia. Disponível em: https://
www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/estudo-mostra-novo-comportamento-do-consumidor-dian-
te-da-pandemia. Acesso em: 29 de janeiro de 2022.

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