Corporate Entrepreneurship: a presença das dimensões da cultura nacional na cultura comercial do Grupo Algar

AutorCintia Rodrigues de Oliveira Medeiros - Alirio Severo Nogueira Junior - Rodrigo Miranda
CargoMestre em Administração pela Universidade Federal de Uberlância. - Mestre em Administração. Doutorado em Administração de Empresas - FGV. - Mestre em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Páginas195-220
195
Revista de Ciências da Administração • v. 11, n. 24, p. 169-194, maio/ago 2009
Subcultura Tuning: a identidade estendida na personalização de automóveis
Corporate Entrepreneurship
:
a presença das dimensões da cultura nacional
na cultura comercial do Grupo Algar
Cíntia Rodrigues de Oliveira Medeiros1
Rodrigo Miranda2
Alirio Severo Nogueira Jr.3
Resumo
Este estudo trata do Corporate Entrepreneurship, expressão que se refere às
empresas capazes de estimular a iniciativa de seus funcionários, de forma que
eles proponham novas ideias, novos negócios ou serviços e novos processos. A
cultura organizacional, definida pelo caráter coletivo e pelos elementos que a
constituem, é um fenômeno sujeito a influências sócio-culturais e históricas, o
que implica considerar a existência de um componente nacional. Este trabalho
analisou a Cultura Comercial do Grupo Algar à luz do conceito de Corporate
Entrepreneurship, com o objetivo de identificar a presença das dimensões da
cultura nacional. Utilizou-se da pesquisa documental, com a análise de
documentos, impressos e eletrônicos, publicados com a finalidade de disseminar
o conceito de Cultura Comercial. Os resultados apontam para uma convergência
entre os conceitos de Cultura Comercial e Cultura Empreendedora; entretanto,
isso não ocorre no que diz respeito às dimensões da cultura nacional.
Palavras-chave: Cultura organizacional. Intraempreendedorismo. Inovação.
1 Introdução
Inovação, empreendedorismo e cultura organizacional são temas re-
correntes no contexto das companhias que buscam obter, manter ou ampliar
seu espaço em um mercado cujas mudanças rápidas exigem respostas ime-
1 Mestre em Administração pela Universidade Federal de Uberlância. Doutorado em Administração de Empresas – FGV. Professora da área de
Organizações e Recursos Humanos da Universidade Federal de Uberlândia. Endereço: Av. João Naves de Avila, Campus Santa Mônica, Bloco F.
Uberlândia , MG. CEP 38400-000. E-mail: cintia@fagen.ufu.br.
2 Mestre em Administração. Doutorado em Administração de Empresas – FGV. Professor da área de Organizações e Recursos Humanos da Universidade
Federal de Uberlândia. Endereço: Av. João Naves de Avila, Campus Santa Mônica, Bloco F, Uberlândia, MG. CEP 38400-000. E-mail:
rodmiranda@netsite.com.br.
3 Mestre em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Coordenador do curso de Administração da UNIESSA - Faculdade
de Marketing e Negócios. Endereço: Av das Américas, 505, Uberlândia, MG. E-mail: jacarenog@yahoo.com.br. Artigo recebido em: 21/08/2008.
Aceito em: 03/04/2009. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Gilberto de Oliveira Moritz.
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Cíntia Rodrigues de Oliveira Medeiros • Rodrigo Miranda • Alirio Severo Nogueira Jr.
diatas. A ação local e isolada não mais garante a inserção competitiva das
empresas em um mercado global (CASTELLS, 2000), em que a informática
e as telecomunicações são capazes de gerar e disseminar informações em
grandes volumes e com alta velocidade.
Nesse contexto, a capacidade de inspirar pessoas a trabalharem de
maneira compartilhada e com a atenção dirigida para as tendências sinaliza-
das por esse conjunto de mudanças não só é relevante, como também ne-
cessária para uma companhia ser ou tornar-se competitiva. Crescimento, le-
aldade de clientes, qualidade, logística, criação de valor, fortalecimento da
imagem, excelência operacional, ética, responsabilidade social e ambiental:
são as palavras de ordem para o enfrentamento de tantos desafios.
Dessa forma, no atual cenário, o desenvolvimento do Corporate
Entrepreneurship ganha importância, pois é necessário que as companhias
sejam capazes de criar, continuamente, vantagens temporárias, já que a sus-
tentação de vantagens duradouras é cada vez mais difícil, em face da
conectividade presente na dinâmica da competitividade.
Este trabalho insere-se no âmbito da abordagem qualitativa e analisa a
Cultura Comercial do Grupo Algar à luz do conceito de Corporate
Entrepreneurship, com o objetivo de identificar a presença das dimensões
da cultura nacional na cultura organizacional; as narrativas do Grupo são
seu foco e, sustentando-se em uma abordagem interpretativo-simbólica
(HATCH, 1993), analisa o material institucional utilizado para construir o
significado de Cultura Comercial.
Inicialmente são discutidos os conceitos associados ao Corporate
Entrepreneurship e suas dimensões de análise. Em seguida, enfatizam-se es-
tudos sobre a cultura organizacional e as dimensões da cultura nacional. Pos-
teriormente os procedimentos metodológicos são apresentados e, na
sequência, a análise dos dados busca evidências que possam atender o ob-
jetivo proposto. Por fim, tecem-se as considerações finais do estudo.
2 Corporate Entrepreneurship: conceitos e dimensões de
análise
Fillion (1999) atribui a origem dos estudos sobre empreendedorismo a
Cantillon e Jean Baptiste Say, que definiam como empreendedores as pes-
soas que assumiam riscos em busca de lucros, aproveitando-se de oportuni-

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