Debates - 24 DE JUNHO DE 2022 $1ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM � Aviação BRASILEIRA

Data de publicação29 Julho 2022
SeçãoCaderno Legislativo
Debates
24 DE JUNHO DE 2022
16ª SESSÃO SOLENE EM HOMENAGEM À
AVIAÇÃO BRASILEIRA
Presidência: CASTELLO BRANCO
RESUMO
1 - CASTELLO BRANCO
Assume a Presidência e abre a sessão. Anuncia a
composição da Mesa. Informa que a Presidência efetiva
convocou a presente sessão solene para "Homenagem à
Aviação Brasileira", por solicitação deste deputado, na
direção dos trabalhos. Convida o público a ouvir, de pé, o
"Hino Nacional Brasileiro".
2 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, convida os presentes a cantarem o
Hino dos Aviadores. Anuncia a exibição de vídeo, produzido
pela Força Aérea Brasileira, em homenagem a Alberto
Santos Dumont, patrono da Aeronáutica. Anuncia a
exibição de vídeo produzido pelo canal de internet Hoje no
Mundo Militar, sobre a história da Força Aérea Brasileira.
3 - ALAN ELVIS DE LIMA
Major-brigadeiro, comandante do IV Comando Aéreo
Regional (IV Comar), faz pronunciamento.
4 - GALDINO COCCHIARO
Presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e
Humanística, a representar o presidente da Associação
Paulista de Imprensa, Sérgio de Azevedo Redó, faz
pronunciamento.
5 - ANTONIO ALVES TEIXEIRA
Presidente da Academia Willian Shakespeare, faz
pronunciamento.
6 - RAUL MARINHO
Gerente técnico da Associação Brasileira de Aviação Geral
(Abag), a representar o diretor geral da Abag, Flávio Pires,
faz pronunciamento.
7 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia a apresentação musical do
cantor Guilherme Silva.
8 - PAULO MIGUEL DE CAMPOS PETRONI
Conselheiro da Fundação Santos Dumont, faz
pronunciamento.
9 - DOMINGOS AFONSO ALMEIDA
Diretor geral da Associação Brasileira de Táxis-Aéreos e
de Manutenção de Produtos Aeronáuticos (Abtaer), faz
pronunciamento.
10 - LUIZ ANTONIO DE OLIVEIRA
Presidente do Aeroclube de São Paulo (ACSP), faz
pronunciamento.
11 - FLAVIA MAIA
Gerente da Helibras, a representar o diretor da empresa,
Alessandro Branco, faz pronunciamento.
12 - DANIEL MARQUES
Conselheiro consultivo da Fundação Astronauta Marcos
Pontes, a representar o astronauta, faz pronunciamento.
13 - MARCEL GOMES MOURE
Coronel aviador e presidente da Rede Voa, anuncia a
exibição de vídeo sobre a empresa e faz pronunciamento.
14 - ANTONIO JOSÉ ÁGUEDA
Suboficial da Aeronáutica e presidente da Associação
dos Militares Veteranos e Pensionistas de Militares de
Guaratinguetá (Amiga), faz pronunciamento.
15 - CARLOS HAROLDO NOVAK
Superintendente do Aeroporto de Congonhas/SP, faz
pronunciamento.
16 - RENATO ACHOA
Diretor da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, faz pronunciamento.
17 - CLEMENTE CALVO CASTILHONE JUNIOR
Delegado de polícia do Serviço Aerotático (SAT) da Polícia
Civil de São Paulo, faz pronunciamento.
18 - MARLON DALLA MARIGA ARAÚJO
Tenente-coronel do Comando de Aviação da Polícia Militar
de São Paulo (CavPM), faz pronunciamento.
19 - RICARDO JOSÉ NIGRI
General de divisão e comandante de Aviação do Exército,
faz pronunciamento.
20 - JEANCARLO NUNES ARAUJO
Capitão de corveta da Aviação Naval, faz pronunciamento
21 - SERGIO RICARDO MACHADO
Contra-almirante e presidente da Amazônia Azul
Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), faz pronunciamento.
22 - ALBERTO BARRETO
Vereador de Taubaté, faz pronunciamento.
23 - MARCELO GOBETT CARDOSO
Brigadeiro do ar e comandante da Academia da Força
Aérea (AFA), faz pronunciamento.
24 - ANTONIO MARCOS GODOY SOARES MIONI RODRIGUES
Brigadeiro do ar e comandante da Escola de Especialistas
da Aeronáutica (EEAR), faz pronunciamento.
25 - CORONEL NISHIKAWA
Deputado estadual, faz pronunciamento.
26 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Disserta sobre a importância da data. Aborda a história da
aviação brasileira. Relata sua trajetória nas Forças Armadas
do País.
27 - SERGIO MARCONDES
Coronel reformado do Exército Brasileiro, faz pronunciamento.
28 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Realiza a entrega de placas de homenagem a integrantes
da aviação brasileira, presentes na solenidade.
29 - FAGNER MOURA
Mestre de cerimônias, anuncia a exibição de vídeo da Força
Aérea Brasileira sobre a aviação de reconhecimento.
30 - PRESIDENTE CASTELLO BRANCO
Faz agradecimentos gerais. Encerra a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Castello
Branco.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Senho-
ras e senhores, bom dia. Prezadas autoridades presentes, inicia-
mos agora a sessão solene em homenagem à aviação brasileira.
Meu nome é Fagner Moura, mestre de cerimônias. Estarei
conduzindo os trabalhos nesta manhã.
Esta solenidade está sendo realizada em formato presen-
cial, no Plenário Juscelino Kubitschek, com transmissão ao vivo
pela Rede Alesp, na televisão e também pela internet.
Você pode acompanhar esta solenidade pelo canal oficial
do YouTube da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
e também pode acompanhar os melhores momentos nas redes
sociais do deputado estadual Castello Branco. O endereço? Cas-
tellobrancosp. “Castello” com dois Ls.
Convidamos para compor a Mesa as seguintes autorida-
des: Exmo. Sr. Deputado estadual Castello Branco, proponente
que presidirá esta sessão solene; Exmo. Sr. Deputado estadual
Coronel Nishikawa; major-brigadeiro Elvis, comandante do IV
Comar; almirante Altum, diretor do Centro de Desenvolvimento
de Submarinos da Marinha. (Palmas.)
General Nigri, comandante do Comando da Aviação do
Exército Brasileiro; brigadeiro Pontirolli, assessor parlamentar e
relações institucionais do Comando da Aeronáutica; brigadeiro
Gobett, comandante da Academia da Força Aérea; almirante
Sergio Ricardo, presidente da Amazul; capitão de mar e guerra
Ciola, chefe do Estado-Maior do Comando do 8º Distrito Naval.
(Palmas.)
Capitão de corveta Jeancarlo, representando a Aviação
Naval Brasileira; comandante da Aviação da Polícia Militar do
Estado de São Paulo, representado pelo tenente-coronel Dalla.
(Palmas.) Finalizando a composição da Mesa, coronel Marcon-
des, pioneiro da retomada da aviação do Exército. (Palmas.)
Também destacamos as seguintes autoridades e personali-
dades presentes nesta sessão solene: Sr. Carlos Haroldo Novak,
superintendente da Infraero; Dr. Clemente Calvo Castilhone
Junior, delegado divisionário de polícia da Divisão de Operações
Especiais da Polícia Civil do Estado de São Paulo; major Cruz, do
IV Comar; coronel Escobar, também do IV Comar. (Palmas.)
Sr. Anderson Favaro Mariano, diretor da Associação dos
Veteranos das Forças Armadas, Forças Auxiliares e Bombeiros;
Sr. Atailson da Cruz Santos, diretor da Escola de Aviação do ABC
- ABC Fly. (Palmas.)
Em representação ao Sr. Flávio Pires, o Sr. Raul Marinho,
da Associação Brasileira de Aviação Geral; Sr. Luiz Antônio de
Oliveira, presidente do Aeroclube de São Paulo. (Palmas.)
Sr. Renato Achoa, vice-presidente da Azul Linhas Aéreas
Brasileiras; Sr. Gilberto (Inaudível.), vice-presidente da Associa-
ção dos Veteranos das Forças Armadas; Sr. Sérgio de Azevedo
Redó, presidente da Associação Paulista de Imprensa; Sr. Paulo
Miguel de Campos Petroni, conselheiro da Fundação Santos
Dumont. (Palmas.)
Também destacamos os militares da Força Aérea Brasileira,
o tenente-coronel Doneda, coronel Fernandes. Destacamos a
presença da perita Rosangela Llanos, do Secrim aqui de São
Paulo, e do perito Eduardo Llanos. Destacamos a presença da
secretária nacional de articulação do Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovações, Christiane Gonçalves Corrêa; Sr. Mario
Damasceno Cerqueira, diretor da Agruban - Associação Amigos
do Grupo Bandeirante; Sr. José Messina, representando o Colé-
gio Dante Alighieri. (Palmas.)
Sr. Walter Parreira, da Ibéria Espadas; Sr. Elton da Silva Jac-
ques, delegado da Polícia Federal; Sr. José Luiz Conrado Vieira,
representante da Sociedade Brasileira de Eubiose, juntamente
com a Sra. Paula Regina Medeiros Gomes. (Palmas.)
Também destacamos a presença do vereador da cidade de
Taubaté, Alberto Barreto, e do pastor Maurício Soares, da Igreja
Cogic 3 - Resgate para a vida. (Palmas.). Convidamos o Exmo.
Sr. Deputado estadual Castello Branco para realizar a abertura
oficial da presente solenidade.
O SR. PRESIDENTE - CASTELLO BRANCO - PL - Sob a
bênção e a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos
legislativos nos termos regimentais da Assembleia Legislativa
de São Paulo. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e agradece às Sras. Deputadas, Srs. Deputados,
autoridades militares e civis presentes.
Minhas senhoras e meus senhores, esta sessão solene foi
convocada pelo atual presidente desta Casa Legislativa, nobre
deputado Carlão Pignatari, atendendo à solicitação deste depu-
tado, Castello Branco, com a finalidade de prestar uma justa
homenagem à aviação brasileira e à Força Aérea Brasileira.
Declaro aberta a presente sessão. (Palmas.)
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Rei-
teramos a presença do brigadeiro do ar Antonio Marcos Godoy
Soares Mioni Rodrigues, comandante da Escola de Especialistas
da Aeronáutica (Palmas.), que compõe a Mesa nesta solenidade.
Convidamos a todos para que, de pé, em posição de res-
peito, cantemos o Hino Nacional Brasileiro, que será executado
pela Banda Sinfônica da Base Aérea de São Paulo, sob a regên-
cia do suboficial Josiel. Música de Francisco Manuel da Silva e
letra de Joaquim Osório Duque Estrada.
* * *
- É entoado o Hino Nacional Brasileiro.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Desta-
camos a presença do Sr. Dom Antonio Alves Teixeira, presidente
da Academia William Shakespeare e, também, do coronel Mar-
cel Moure, presidente da Rede Voa. Convidamos a todos para
cantar o Hino dos Aviadores, letra do capitão Armando Serra de
Menezes e música do tenente João Nascimento.
* * *
- É feita a apresentação musical.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Todos
podem se sentar. Destacamos a presença do comandante
Renato Achoa, diretor de Qualidade e Segurança da Azul. Tam-
bém, da senhora Flávia Maia, gerente de vendas no mercado
governamental da Helibras, do suboficial Águeda, presidente da
Amiga, juntamente com o capitão Moura Brasil.
Convidamos para assistir a um vídeo produzido pela Força
Aérea Brasileira em homenagem ao patrono Alberto Santos
Dumont.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Agora,
nós vamos conhecer um pouco da história da Força Aérea Bra-
sileira a partir do conteúdo produzido pelo canal Mundo Militar.
* * *
- É exibido o vídeo.
* * *
O SR. MESTRE DE CERIMÔNIAS - FAGNER MOURA - Viva a
Força Aérea Brasileira, viva a aviação brasileira. (Palmas.)
Também destacamos a presença do comendador Dom Gal-
dino Cocchiaro, presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica
e Humanística, e do Sr. Wagner Frate, presidente da Associação
dos Veteranos da Força Aérea Brasileira. (Palmas.)
Convidamos para fazer uso da palavra o Exmo. Sr. Major-
-Brigadeiro Alan Elvis de Lima, comandante do IV Comando
Aéreo Regional. (Palmas.)
O SR. ALAN ELVIS DE LIMA - Deputado Castello Branco,
inicialmente eu gostaria de dizer da minha imensa satisfação
em estar presente nessa Casa Legislativa, com tantas persona-
lidades significativas para a aviação brasileira como um todo.
Eu sou nascido em Brasília, mas vivi quase metade da
minha vida no estado de São Paulo, tanto na Academia da Força
Aérea - temos o comandante aqui presente - como também no
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, em São
José dos Campos.
Então, me considero parte paulistano, e essa é uma das
razões por que tenho muita, muita satisfação, muito orgulho
de estar aqui hoje para falar um pouco sobre a participação da
Força Aérea na aviação civil como um todo no Brasil, não só
com suas contribuições para a aviação militar, mas sobretudo
para a aviação em geral, da qual temos muitos representantes
aqui, de várias áreas.
Então agradeço muito realmente ao deputado Castello
Branco por essa iniciativa. Saúdo também o deputado estadual
Paulo Nishikawa, que também compõe a Mesa, e os nossos
grandes amigos da Marinha e do Exército Brasileiro, dos quais a
Força Aérea teve origem.
Então agradeço ao contra-almirante Sergio Ricardo, diretor
da Amazul; ao contra-almirante Antoun, diretor do Centro de
Desenvolvimento de Submarinos; o capitão de mar e guerra
Ciola, aqui presente como chefe de estado maior do 8º Distrito
Naval.
Também aos nossos amigos do Exército Brasileiro que se
encontram presentes, da ativa e da reserva, o general Nigri,
também recém-selecionado para a promoção, a próxima estrela.
Parabéns, general. Muitas responsabilidades com certeza
virão adicionalmente, mas comandante da aviação do Exército,
com quem a Força Aérea tem um excelente relacionamento.
Os nossos representantes aqui também da Força Aérea
Brasileira - temos aqui o brigadeiro Pontirolli, o brigadeiro
Gobett, o brigadeiro Mioni. Também os nossos comandantes
chefes e diretores de organizações militares sediadas em São
Paulo, a nossa banda de música, que muito nos honra também
com a sua presença aqui nesta solenidade, meus amigos da
Força Aérea.
Queria também cumprimentar as personalidades da avia-
ção civil presentes aqui, das companhias aéreas, das empresas:
meu amigo Carlos Haroldo Novak, aqui do Aeroporto de Con-
gonhas; senhoras e senhores representantes das empresas de
aviação; coronel Marconi também, que está presente, nosso
veterano do Exército Brasileiro; coronel Rocha, da minha turma,
que se encontra presente, prazer em vê-lo, meu amigo.
Senhoras e senhores, distintos amigos, então a ideia é falar
um pouquinho sobre as contribuições da Força Aérea para a
aviação em geral. Isso é bem interessante, deputado, porque
é uma coisa que eu sempre quis falar a respeito e nunca tive
oportunidade.
Nós sempre estamos presentes em alguns eventos que têm
um caráter eminentemente militar, e eu sempre quis fazer uma
saudação especial à aviação civil, e não tive essa oportunidade
na carreira. Agora também um agradecimento pessoal a todos
os presentes por me darem a oportunidade de externar essas
contribuições da Força Aérea.
Pois bem, o desejo de voar acompanha o homem desde
tempos imemoriais. A imagem de um garoto observando os
pássaros e sonhando com o impossível deslizar pelos ares
remonta a séculos, sonho que parece ter sido uma essência
sempre presente nas diversas fases da história da humanidade.
As mitologias grega e romana, por exemplo, estão repletas de
deuses guerreiros e animais alados travando heroicas batalhas.
Eu, deputado, fui uma dessas crianças que sonhou com
voar, e o Brasil desempenhou um papel de destaque mundial-
mente nesse sonho de tantas crianças. Nos séculos 18 e 19, por
exemplo, o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão tornou-se
famoso por ter inventado o primeiro aeróstato operacional.
Júlio César Ribeiro de Souza, escritor e inventor, foi reco-
nhecido como precursor da dirigibilidade em balões, mas foi
Alberto Santos Dumont, aeronauta, esportista, autodidata e
inventor, quem escreveu o nome do Brasil no ponto mais alto
da história da aviação, ao fazer voar o seu 14-Bis, o primeiro
avião mais pesado que ar a conseguir decolar por meios pró-
prios em 23 de outubro de 1906.
Mas, naquela época, no início do século 20, a aviação se
desenvolvia rapidamente. O transporte aéreo regular de passa-
geiros, por exemplo, começou no Brasil no dia 3 de fevereiro de
1927, data em que a empresa Condor Syndikat, atual Lufthansa,
realizou o primeiro voo comercial no país.
A rota, que ligava Porto Alegre a Pelotas e Rio Grande,
utilizava o avião Dornier Wal D-112, conhecido como Atlântico.
Era um hidroavião. Foi a primeira aeronave registrada no Brasil.
A empresa Varig seria criada em 7 de maio daquele mesmo
ano, 1927, e, em novembro de 1933, nascia a VASP - Viação
Aérea de São Paulo. Hoje nós temos um mercado pungente de
aviação civil no Brasil. Esses foram nossos precursores, mas,
como muitas vezes ocorreu na história da humanidade, um
acontecimento trágico trouxe benefícios inesperados.
A eclosão da Segunda Guerra Mundial impulsionou forte-
mente tanto a produção de aeronaves em larga escala quanto
o desenvolvimento tecnológico dos meios aéreos. Nasciam
aviões com capacidade inimaginável para aquela época, com
maior capacidade de carga, autonomia, velocidade e altitude
de voo. A propulsão a jato das aeronaves também apresentava
resultados promissores.
Essas características se mostrariam fundamentais para
a consolidação da aviação comercial no período pós-conflito,
quando parte da indústria aeronáutica passou a se dedicar à
aviação civil.
E foi justamente nesse cenário incerto, conflituoso e repleto
de desafios que surgiu uma estratégia visionária que iria impac-
tar nosso país de maneira significativa nas próximas décadas: a
criação do Ministério da Aeronáutica.
Em 20 de janeiro de 1941, militares, servidores civis, aviões
e instalações dos ministérios da Marinha, do Exército e da
Viação e Obras Públicas foram reunidos para estruturar a mais
nova das Forças Armadas do País. A instituição, meus amigos, já
nascia com um objetivo estratégico que persiste até hoje, que é
o de impulsionar a aviação civil e militar no País.
Como não poderia deixar de ser, o foco inicial se deu no
fortalecimento do esforço de guerra, com ações que futuramen-
te se mostrariam fundamentais também para a aviação civil.
Salgado Filho, o primeiro a ocupar o cargo de ministro da
Aeronáutica, destacou em seu discurso ao deixar o cargo, no
final de 1945 - vejam como é que foi o estado que foi deixado
pelo nosso primeiro ministro.
Abro aspas para ele: “O Brasil está empenhado em grandes
preparativos para tornar-se se uma potência aérea independen-
te. Deixei uma frota de cerca de 1.500 aviões militares em con-
dições de uso; cerca de 3 mil pilotos treinados; 15 bases aéreas
instaladas; 580 aeroportos funcionando no País, e a maioria
deles, cerca de 70%, com pistas asfaltadas.” Isso em 1945.
O fim da Segunda Guerra, então, consolidou a certeza de
que um país somente exerce a sua soberania de forma deter-
minante com o domínio do seu espaço aéreo. Com o término
do conflito, e após uma participação repleta de vitórias nas
missões aéreas pelo 1º Grupo de Caça, como vimos no vídeo...
Por coincidência, deputado, eu nasci no dia 18 de dezembro,
exatamente o dia de criação do Grupo de Caça.
Pois bem. A aeronáutica, então, com o término da guerra,
voltou-se para o objetivo estratégico de fomentar a indústria
nacional, e essa é uma das partes mais interessantes da nossa
história, que eu considero que não é contada, porque vale des-
tacar a contribuição de um visionário brasileiro pouco conheci-
do: o marechal do ar Casimiro Montenegro Filho, pioneiro do
Correio Aéreo Nacional.
Cearense, nascido em Fortaleza em 29 de outubro de 1904,
oficial do Exército da turma de 1928, foi transferido da aviação
do Exército para a Aeronáutica quando da criação do ministério.
Em novembro de 45, fazendo um resumo muito grande da
história de Montenegro, após visitar bases aéreas americanas e
o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, ele concebeu
um plano ousado: criar um centro técnico no Brasil constituído
por dois institutos tecnicamente coordenados, um para o ensino
técnico superior e outro para pesquisa e cooperação com a
indústria de construção aeronáutica, com a aviação militar, com
a aviação comercial.
Ainda segundo a concepção do plano, que era chamado
de Plano Marshall, quando nos laboratórios houvesse produtos
com potência comercialização, seriam fundadas empresas.
Assim nasceram as bases do desenvolvimento da aviação
brasileira.
Podemos ter um vislumbre do quão desafiador era o plano
de Montenegro quando pensamos que, naquela época, o Brasil
sequer fabricava bicicletas.
Não fabricávamos caminhões no Brasil, deputado. Éramos
um país eminentemente agrícola e tínhamos pessoas numa
situação dessa pensando em construir uma indústria aeronáu-
tica no País.
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Estado de São Paulo
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Volume 132 • Número 136 • São Paulo, sexta-feira, 29 de julho de 2022
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sexta-feira, 29 de julho de 2022 às 05:07:34

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