Debates - 25 DE NOVEMBRO DE 2022 140ª SESSÃO ORDINÁRIA

Data de publicação08 Dezembro 2022
SeçãoCaderno Legislativo
quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 Diário Of‌i cial Poder Legislativo São Paulo, 132 (224) – 13
Ao invés disso, eles puniram a professora Michele agredida:
ela foi transferida da sua escola, do seu local de trabalho. Olhe
só a gravidade da situação. Eu acho que lá em Ilha Comprida
deve ser terra de ninguém. Não deve ter lei, não deve ter
investigação. Alguma coisa muito grave está acontecendo nessa
escola e nessa diretoria de ensino.
Então eu exijo que providências sejam tomadas imedia-
tamente e gostaria, Sra. Presidente, que cópias do meu pro-
nunciamento fossem encaminhadas primeiramente para o
procurador-geral de Justiça, para o Ministério Público estadual,
para que haja uma investigação séria.
Que cópias sejam endereçadas também à Secretaria Esta-
dual da Educação, ao secretário estadual da Educação, e ao
governador do estado de São Paulo para que as providências
sejam tomadas imediatamente, para que a professora seja pro-
tegida e que ela volte ao seu local de trabalho.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado. Solicito à assessoria que faça os
encaminhamentos conforme pleiteado pelo parlamentar da
tribuna. E por falar em solidariedade, quero aqui em meu nome,
em nome da Casa, externar solidariedade ao povo do Espírito
Santo, às famílias.
Acabei de ver aqui que estranhamente escolas estão sendo
atacadas no Espírito Santo no dia de hoje, já com três vítimas
fatais, um aluno, duas professoras, onze pessoas, pelo menos,
feridas.
Uma tristeza para todos nós, por um fato que, com a graça de
Deus, não é comum em nosso País, mas um fato grave que precisa
do olhar da sociedade e de todas as autoridades, não só do estado
que está sofrendo com essa situação, mas de todos nós.
Sigo aqui com a lista dos oradores inscritos, chamando à
tribuna o nobre deputado Coronel Telhada, que terá o prazo
regimental de cinco minutos.
O SR. CORONEL TELHADA - PP - Obrigado, Sra. Deputada.
Hoje, uma sexta-feira, dia 25 de novembro de 2022, quero
saudar a deputada Janaina Paschoal, presidente dos trabalhos,
deputado Carlos Giannazi aqui presente também.
Aliás, sempre estamos juntos aqui nesta missão de ple-
nário. E hoje saudar o deputado eleito Capitão Telhada, meu
filho, que também aqui está nos acompanhando vários dias da
semana. Está estagiando, viu, Giannazi? Está estagiando com
a gente aí, e vale a pena, porque nós somos oriundos de uma
carreira, uma carreira militar, que difere muito da função políti-
ca que ele vai exercer daqui para a frente. Ele está aqui comigo
praticamente quase todos os dias conhecendo os deputados,
conhecendo os trâmites da Casa. Capitão, seja bem-vindo, é um
prazer receber o senhor aqui.
Não preciso dizer que desejo muito sucesso na missão
como deputado estadual aqui por São Paulo. Pois bem, como
disse, hoje é dia 25 de novembro, e hoje eu sou policial militar,
todo mundo sabe disso, nunca neguei.
São 44 anos que se estarão completando agora em 29
de janeiro. E hoje, dia 25 de novembro, deputada Janaina, se
completam 37 anos do meu primeiro tiroteio, e a senhora sabe
que o primeiro tiroteio ninguém esquece, né? Pode por aí por
favor, Vagner?
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- É exibida a imagem.
* * *
Essa ocorrência, uma ocorrência que foi lá na região da
Lapa, mais propriamente na antiga Rua Turiassu, hoje se chama
Rua Palestra Itália, na Rua Turiassu antiga, dois mil e setenta e
sete. Era um depósito, tem até a foto aí, onde quatro criminosos
mantinham onze pessoas como reféns.
Naquela época, o armamento pesado eram escopetas,
calibre 12, calibre vinte e oito. Nós estivemos lá. Eu era do
tático móvel do 4º Batalhão aquela época, a minha equipe, o
sargento Cláudio, o falecido e saudoso cabo Cláudio, o soldado
Bosco. Estariam todos hoje aposentados, mas infelizmente já
faleceram. E o sargento Júnior, também, que faz tempo que eu
não vejo. Foi uma bela ocorrência.
Inclusive, fui condecorado na ocorrência com os demais
policiais. Eu faço questão de trazê-la aqui para dizer que apesar
da idade, apesar de já estarmos com mais de 60 anos, ainda
estamos prontos para o combate aí, para a missão de defender
a população.
Se a pátria nos chamar, nós saberemos honrar o nome do
soldado brasileiro, como diz a canção da Escola de Oficiais.
Falando em Polícia Militar, tenho aqui a lamentar a morte de
um policial militar. Tem uma foto aí, Vagner?
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- É exibida a imagem.
* * *
No Rio de Janeiro, na zona oeste, o Luis Carlos da Silva foi
morto a tiros, na quarta-feira, na Comunidade Cavalo de Aço,
na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele entrou por engano na fave-
la por causa do maldigo GPS, Waze, que acabou confundindo o
caminho e esse cidadão, esse policial militar, acabou entrando
no meio de uma favela e foi morto.
Luis Carlos da Silva, de 52 anos, deixou esposa e dois filhos
órfãos devido ao seu falecimento, muito triste. Deixou um neto
também, dois filhos, a mulher e um neto. Então meus senti-
mentos à família do subtenente da Polícia Militar Luis Carlos
da Silva, de 52 anos, e a todos os colegas da Polícia Militar do
Rio de Janeiro.
Faleceu também outro policial militar no estado do Rio
de Janeiro, lá em Vigário Geral, Maycon Borges da Silva, de
38 anos. Ele estava na Polícia Militar desde 2011. Ele estava à
paisana dentro de uma viatura descaracterizada. Acabou sendo
abordado por criminosos e foi atacado a tiros, chegou a ser
socorrido, mas infelizmente faleceu.
Então, os nossos sentimentos à família do cabo da Polícia
Militar, Maycon Borges da Silva, de 38 anos. Deixou mulher.
Sentimentos nossos à família dele e a todos os amigos e ami-
gas da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Eu não posso aqui também me furtar de comentar a ocor-
rência - que a Janaina falou há pouco - no Espírito Santo.
Ataque em escola deixa três mortos e 11 feridos em Aracruz,
no Espírito Santo. Os disparos ocorreram na Escola Estadual de
Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e, também, em uma
escola particular na mesma avenida.
Dois professores e um aluno foram mortos. Os disparos
aconteceram por volta das 9 horas e 30 minutos, nessa escola
Primo Bitti e numa escola particular, que ficam em Praia de
Coqueiral, a 22km do centro da cidade.
A informação preliminar - segundo um policial militar que
está no local – é de que um jovem seria o autor dos disparos,
mas a identidade ainda não foi divulgada até essa notícia que
chegou para nós.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o autor - ou
seja, o criminoso - invadiu a escola estadual com uma pistola
e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de
ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos dispa-
ros na unidade; dois professores foram mortos.
Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e
seguiu para uma escola particular, Centro Educacional Praia de
Coqueiral, que fica na região. Nessa unidade, mais uma pessoa
foi morta, que é um aluno. Após o segundo ataque, o atirador
fugiu em um carro, e a polícia faz buscas na região.
Pelo que eu entendi, ele não foi ainda localizado, não foi
preso. Dois professores e um aluno foram mortos, 11 pessoas
baleadas e uma delas teve que ser resgatada de helicóptero
ao hospital.
Pois bem, o que eu posso comentar dessa ocorrência. Pri-
meiro, como policial: absurdo, criminoso, triste, imaginável uma
situação dessa. Aqui vai um alerta: muita gente vai falar contra
as armas. “Está vendo? Se não tivesse arma de fogo, isso não
teria acontecido.” Isso é relativo.
25 DE NOVEMBRO DE 2022
140ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: JANAINA PASCHOAL
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - JANAINA PASCHOAL
Assume a Presidência e abre a sessão. Cumprimenta o
deputado estadual eleito, capitão Telhada, presente no
plenário.
2 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Lamenta ataques em escolas do Espírito Santo. Pede que as
autoridades se atentem aos casos.
4 - CORONEL TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - CARLOS GIANNAZI
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - CARLOS GIANNAZI
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de
lideranças.
7 - PRESIDENTE JANAINA PASCHOAL
Defere o pedido. Convoca os Srs. Deputados para a sessão
ordinária do dia 29/11, à hora regimental, com Ordem do
Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão a Sra. Janaina
Paschoal.
* * *
- Passa-se ao
PEQUENO EXPEDIENTE
* * *
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Boa
tarde a todos. Presente o número regimental de Sras. Depu-
tadas e Srs. Deputados, sob a proteção de Deus, iniciamos os
nossos trabalhos. Esta Presidência dispensa a leitura da Ata da
sessão anterior e recebe o expediente.
Imediatamente, dou por aberto o Pequeno Expediente
iniciando a leitura dos oradores inscritos e chamando à tribuna
o nobre deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Depu-
tada Márcia Lia. (Pausa.) Deputado Delegado Olim. (Pausa.)
Deputado Sargento Neri. (Pausa.) Janaina Paschoal. Sigo na
Presidência, não farei uso da palavra. Deputado Edson Giriboni.
(Pausa.) Deputado Jorge do Carmo. (Pausa.) Deputado Castello
Branco. (Pausa.) Deputado Reinaldo Alguz. (Pausa.) Deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Deputado Enio Tatto. (Pausa.) Deputado
Caio França. (Pausa.) Deputado Tenente Nascimento. (Pausa.)
Deputado Alex de Madureira. (Pausa.) Deputado Sebastião San-
tos. (Pausa.) Deputado Coronel Nishikawa. (Pausa.) Deputado
Itamar Borges. (Pausa.) Deputado Carlos Giannazi.
Vossa Excelência terá o prazo regimental de cinco minutos.
Aproveito para cumprimentar o deputado eleito capitão
Telhada, que está nos dando a honra de sua presença.
O SR. CARLOS GIANNAZI - PSOL - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sra. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas,
telespectadores da TV Assembleia, primeiramente cumprimento
também o nosso colega agora, deputado Rafael Telhada, capi-
tão, que vai assumir na próxima legislatura. Seja bem-vindo.
Sra. Presidente, eu quero informar a todos e a todas que
estou ingressando com uma representação, com uma denúncia
gravíssima no Ministério Público Estadual, e pretendo protoco-
lar inclusive diretamente no gabinete do procurador-geral de
Justiça, porque já fiz essa denúncia da tribuna uma vez, mas
sou obrigado a retomar esse assunto, porque o que aconteceu
em uma escola estadual de Ilha Comprida é muito grave.
Uma professora, uma colega nossa, professora da Rede
Estadual de Ensino, uma professora concursada, que tem vários
anos de serviços prestados à Educação Pública, foi novamente
agredida na escola. É a segunda vez que essa professora, a
professora Michele, é agredida por uma mãe de aluno que, por
coincidência, é casada com um professor da mesma escola e
que já ameaçou a professora.
Eu me refiro aqui à professora Michele de Sá Ramos Tei-
xeira, que já tinha sido agredida fisicamente por essa mãe de
aluno no mês de agosto. Eu fiz uma denúncia aqui pela tribuna
da Assembleia Legislativa, entrei em contato com a diretoria de
ensino de Miracatu, porque é a diretoria de ensino responsável
por essa escola, que faz a supervisão da escola, e agora nova-
mente essa professora, a professora Michele, que estava no seu
trabalho, foi agredida fisicamente novamente pela mesma mãe
de aluno.
E agora o que me deixou mais chocado é que a diretoria de
ensino, através da Secretaria da Educação, ao invés de tomar
uma atitude em relação à agressora, ao professor que está na
escola, que é o marido, que já ameaçou também a professora
Michele, a vítima foi punida.
A professora que foi agredida fisicamente duas vezes e
ameaçada pelo professor esposo da pessoa que agrediu a
professora Michele, a professora foi afastada da escola, foi
transferida para uma outra escola em Iguape. Ela estava em
Ilha Comprida.
Então transferiram a professora que foi vítima, agredida
fisicamente. Foi fazer exame de corpo delito; nós temos fotos
aqui mostrando a situação da professora. Essa professora foi
punida porque ela foi agredida.
Olhe só a inversão dos valores. Isso é absurdo. É execrável
uma atitude como essa. A diretoria de ensino tem que tomar
providências imediatas e a Secretaria da Educação também.
Primeiramente, em relação ao professor que ameaçou e é o
marido, o esposo da mãe do aluno da escola que agrediu pela
segunda vez. Gente, é demais.
Isso é inaceitável, é execrável, e nós exigimos providências
imediatas em relação a isso, não punindo a professora com a
transferência. A professora concursada, a professora que tem
um trabalho sério na escola foi transferida para uma outra
escola no município de Iguape. Olhe só a gravidade da situação.
Então, para a gente ver como que a violência contra a
mulher é grave neste País e ninguém faz nada. A professora foi
vítima de violência. Tudo bem, foi uma outra mulher que agre-
diu, mas me parece que com a complacência do professor, que
não é investigado, não acontece nada com ele.
Ele já tinha ameaçado a professora. Não acontece nada
com ele e a professora é transferida da sua escola. Então nós
exigimos que a Secretaria da Educação tome providências
imediatas e o Ministério Público também, porque aí já é caso de
polícia. A polícia tem que investigar, tem boletim de ocorrência.
Logicamente a professora Michele fez um boletim de ocor-
rência. Agora, o que me chama a atenção é que é a segunda
vez que isso está acontecendo na Escola Estadual Professora
Judith Sant'Ana Diegues. Tem uma leniência; me parece que
não querem investigar, não querem tomar uma atitude mais
drástica.
Eu tenho informações que me foram passadas e que esse
professor me parece que trabalha também na prefeitura, na
administração; tem um cargo político lá do PSDB. Me parece
que não querem mexer com o professor porque ele tem algum
tipo de apoio. Não sei exatamente o que acontece.
O fato é que a escola não está tomando providências. A
diretoria de ensino também toma... Eu falei com a dirigente
hoje e ela nem foi prestar solidariedade à professora. É uma
colega dela que foi agredida duas vezes. Não vi nenhum movi-
mento da Secretaria da Educação em dar apoio à professora
Michele.
Então, não é possível aceitar nenhum milímetro de tri-
butação da atividade agropecuária, da atividade produtiva. E
antes que venha aqui a turma da esquerda falar que eu estou
defendendo só o setor dos produtores, quem paga essa conta
no final - deputado Conte sabe, porque é produtor de leite - não
é o produtor, não.
O produtor paga a conta durante seis meses, um ano.
Depois, quem vai pagar a conta é o povo. É o povo pobre, que
precisa de arroz, feijão, farinha de trigo, pão, leite, ovos, que vai
pagar essa conta no final.
E nós vimos essa ação no estado do Mato Grosso, com o
famoso Fethab, que no começo veio com a melhor das inten-
ções de reformar estradas, construir novas estradas. Fundo
Estadual de Transportes e Habitação do Mato Grosso.
E no fim virou para pagar folha de pagamento, professora
Janaina. Não foi mais para fazer nada disso de obra infraestru-
tural; foi para pagar folha de pagamento. Então, essa conversa
mole de que é para investir em infraestrutura no fim vai virar
para sustentar a máquina pública.
Muito obrigado, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Nós
agradecemos, Sr. Deputado.
O SR. CONTE LOPES - PL - Pela ordem, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Pois
não, deputado.
O SR. CONTE LOPES - PL - Para comunicação.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É
regimental.
O SR. CONTE LOPES - PL - PARA COMUNICAÇÃO - Sra.
Presidente, eu quero fazer uma colocação a respeito dos técni-
cos, se é que eu entendi, né, que eu não entendo nada de urna.
Mas, se é que eu entendi, nessas urnas anteriores a 2020, havia
bloqueios. Nas outras, não; mas essas eram bloqueadas, igual a
celular da gente. E quem desbloqueava é o mesário.
E no momento em que ele desbloqueava as urnas para vol-
tar a votar de novo, ele tinha ciência de quem votou em quem,
através do nome daqueles que votaram. Eu entendi isso do que
o cara falou lá.
Quer dizer, eles têm acesso a quem votou na urna, e eu
acho que a partir daí torna inelegível mesmo, totalmente, a legi-
timidade de o voto ser secreto. Eu acho que foi uma colocação;
não sei se V. Exa. chegou a acompanhar.
Os técnicos foram (Inaudível.). Eu lembrei agora, estou
falando agora. Não sei também se é, mas houve essa colocação
que, à medida que ele ia destravar, quando travava a urna, ele
tinha acesso a quem votou em quem lá.
Só uma colocação, não sei se é real.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Obri-
gada, deputado. Eu não consegui ler a integralidade dos laudos
periciais, eu recebi hoje cedo. O que eu li foi a petição.
Na petição, o que o advogado do PL diz é que determinado
grupo de urnas, que são essas anteriores a 2020, não tem como
ser individualizado.
Ou seja, as urnas não teriam um número de identificação,
que seria um patrimônio, uma identidade, um chassi, vamos
dizer assim, e é impossível vincular os votos que estão naque-
las urnas com as urnas propriamente, e que, ao fazerem esse
estudo, eles constataram alguns números de títulos de eleitor e
nomes de eleitores nos logs, que seriam como se fossem extra-
tos das urnas, entendeu?
Então, assim, na verdade eles fizeram uma alegação mais
ligada ao hardware, ou seja, aos equipamentos do que à
programação, à destinação dos votos. Agora, essa parte do des-
trave que o senhor traz, que eu me recorde, não está na petição.
Pode ser que esteja nos estudos, mas aí eu vou lê-los hoje à
noite e posso depois falar para Vossa Excelência.
O SR. CONTE LOPES - PL - É, teria sido um engenheiro do
ITA que teria feito essa colocação, não foi realmente o advoga-
do. Obrigado, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - Às
ordens.
O SR. FREDERICO D'AVILA - PL - PARA COMUNICAÇÃO -
Sra. Presidente, uma comunicação. Sobre essa colocação que a
senhora e o deputado Conte fizeram agora, é importante frisar
o seguinte: a questão de você identificar quem é o eleitor que
está naquela urna já é uma grande violação, porque nós esta-
mos falando não só de São Paulo.
Temos lugares aí no Piauí, em Alagoas, em Sergipe em
que a gente conhece o verdadeiro coronelismo político e cer-
ceamento. Praticamente existe uma coação em cima de certas
pessoas e grupos de pessoas por parte do poder público porque
o poder público praticamente é o provedor de tudo, né?
Então a gente às vezes tem que expandir a nossa visão
para fora do estado de São Paulo, que tem tamanho de país. Se
imaginar que...
O SR. CONTE LOPES - PL - E o crime também, em São
Paulo, agiu também nas eleições.
O SR. FREDERICO D'AVILA - PL - É, com as faixas que o
senhor denunciou. O senhor denunciou as faixas que foram
colocadas em todo o estado de São Paulo com ameaças do
crime organizado.
O fato que a senhora fala de você não poder identificar a
urna como um chassi é o que nos deixa preocupados, porque,
a partir do momento em que você não sabe que aquela urna
é aquela urna, mas, ao mesmo tempo, ela tem o nome das
pessoas, então como é que sabe que o nome das pessoas está
em determinada urna se você não tem o número da urna? É
muito esquisito.
E depois nós vimos aquela desova de urnas, que, segundo o
TSE manifestou, foram urnas que foram descartadas. Mas, se as
urnas não foram utilizadas na eleição, por que elas não foram
descartadas antes?
Por que elas foram descartadas depois? São urnas que
apresentaram problemas? São urnas que não apresentaram
problemas? Não sei. É isso que deixa a população com a pulga
atrás da orelha, é isso que nós não conseguimos entender.
E outra, para finalizar: a imprensa... Eu não vou citar aqui
os veículos de imprensa, quais são e nem genericamente, mas
parece que formaram uma espécie de um consórcio de impren-
sa, um pool para falar.
Deputada Janaina, todos dão exatamente a mesma notícia.
A partir do momento em que foi feito o questionamento pelo
Partido Liberal, todos dizem: “a petição golpista”, “a urna é
segura”, “já foi validado”, “já foi respondido”, “tem como
verificar, sim, que aquela urna é aquela mesma que tem o log”.
Quer dizer, eles já estão com todas as respostas para todos
os questionamentos e de forma totalmente alinhada. Então
parece que... Eu estava vendo ontem o Paulo Figueiredo na
Jovem Pan, lá dos Estados Unidos, ele falando que nós estamos
praticamente... que aqui está parecendo o partido único da
Coreia do Norte, o partido comunista de Cuba.
Quer dizer, a mídia, a imprensa, o Judiciário, todo mundo
alinhado com a mesma verdade absoluta. Então, é tudo muito
estranho. Essa desova das urnas, que o caminhão está em
nome de um petista, lá do Distrito Federal, que o deputado Gil
colocou, no fim de semana, são coisas estranhas, que intrigam
toda a população.
O SR. FREDERICO D’AVILA - PL - Havendo acordo de lide-
ranças, presidente, eu queria pedir o levantamento da sessão.
A SRA. PRESIDENTE - JANAINA PASCHOAL - PRTB - É
regimental. Sras. Deputadas e Srs. Deputados, havendo acordo
entre as lideranças, esta Presidência, antes de dar por levanta-
dos os nossos trabalhos, convoca V. Exas. para a sessão ordiná-
ria de sexta-feira, à hora regimental, sem Ordem do Dia.
Uma excelente tarde a todos, e uma boa noite.
Está levantada a presente sessão.
Muito obrigada.
* * *
- Levanta-se a sessão às 16 horas e 06 minutos.
* * *
19% na última pesquisa autorizada antes do pleito do primeiro
turno. E a presidente Dilma, na ordem de 40 e poucos por cento.
Muitas pessoas tinham receio, inclusive, de que ele nem
fosse para o segundo turno e fosse a candidata Marina Silva,
por ocasião da morte do ex-governador Eduardo Campos.
Passados os três dias, o senador Aécio Neves teve 35%, 34%, e
a Dilma teve 40 e poucos por cento. E ele aparecia com 19 na
última pesquisa.
Nós vimos isso também em pleitos municipais, em 2016.
Também nós vimos em pleitos municipais em 2016, inclusive
aqui, na Capital e em outras cidades do interior do Estado.
Então, como eu disse à senhora, eu sou muito cauteloso
nisso, porque, hoje em dia, praticamente tudo é digitalizado,
desde as nossas compras com cartão de crédito, da nossa
movimentação bancária através do celular ou do computador,
da passagem dos nossos veículos pelos pedágios que registram
cada momento, as câmeras inteligentes que veem não só a
questão de excesso de velocidade, mas veem a questão de
licenciamento dos veículos.
Nós temos que ter a confiança de que aquilo que foi feito
ali, aquilo que foi manifestado na urna, seja realmente a vonta-
de do eleitor. E a questão que eu vi mais grave de todas, que eu
vi a senhora comentar também, é a questão da impessoalidade,
de você não conseguir identificar a pessoa que está votando ali
naquela urna, não é?
Então, não pode pairar essa dúvida, não é, deputado Conte,
no povo brasileiro. Eu estava conversando com o deputado
Conte agora, cinco minutos antes de subir à tribuna, e uma
coisa que me foi perguntada por várias pessoas, várias pessoas
que me procuraram acerca da questão do pleito, a maneira
mais fácil de você vender uma mentira é você misturar ela com
verdades, não é?
Então o que eu quero dizer com isso? É como a conta de
restaurante da churrascaria que eu estava comentando. Eu comi
um peito de frango, o deputado Conte comeu uma picanha, a
senhora comeu uma macarronada, e está tudo certo.
Aí a senhora tomou duas cocas, aparece quatro. O depu-
tado Conte tomou uma cerveja, aparece que ele tomou uma
garrafa de vinho. Aparece que eu tomei duas cervejas, aparece
um litro de pinga. Ou seja, os pratos estão corretos, as bebidas
estão erradas.
Então, aquela pergunta que ficam fazendo: “Então está
invalidada a eleição dos deputados, dos governadores, dos
senadores, dos estaduais, dos federais?”, não é isso que nós
estamos querendo dizer. É isso que nós estamos querendo
perguntar. Às vezes, a eleição da senhora, a minha, do Conte,
está tudo certo. Mas e a outra, será que a outra está certa, do
interesse maior?
Afinal de contas, essa questão de que, se a vontade do
eleitor foi realmente manifestada, é a que tem que ser apurada.
Tem uma prima minha, que mora no estado da Geórgia, casada
com um americano, já é cidadã americana, mora lá há 22 anos.
Ela fala da fraude na eleição americana, onde você pode votar
até por correio.
Uma maneira de você votar por correio é você informar o
serviço eleitoral do estado. Porque, diferente do Brasil, o serviço
eleitoral é estadual. Você requisita que a cédula seja remetida,
pelo serviço eleitoral, até a sua residência. E havia solicitações,
no estado da Geórgia, de defuntos, pessoa de 90 e tantos anos.
Inclusive, tem um documentário, que eu recomendo que
todos assistam, vou falar em inglês e depois em português,
não tem em português, só tem em inglês por enquanto, que se
chama “Two Thousand Mules”, “Duas Mil Mulas”.
Não é mula porque é burro, não. É mula porque carregaram
as urnas físicas nas costas. Onde mostra um senhor de idade,
indo até a autoridade eleitoral do seu estado, que não era a
Geórgia, era outro estado.
E falando assim: “Eu queria saber onde está essa senhora
aqui”. E falou o nome da senhora. A moça falou: “Eu não sei.
O senhor tem que procurar. Aqui não tem como a gente dizer
onde ela está”. “Não, porque ela votou nas duas últimas elei-
ções, e ela morreu um ano e meio antes da penúltima eleição
que ela votou”.
Essa mulher era a esposa dele, e o voto dela havia sido
computado. Então são essas coisas que nós temos que pergun-
tar: se aconteceu, como aconteceu. Porque é muito confortável,
para nós, receber as informações da eleição o mais rápido
possível. Eu lembro, década de 80, década de 90, votava no
domingo, e ia aparecer o resultado quinta-feira, quarta-feira,
sexta-feira.
Era três ou quatro dias de apuração. Mas, pelo menos, você
via. Tinha aqueles fiscais, do PDS, do PT, do PMDB, que ficavam
nas seções eleitorais, com crachá, e ficavam em cima daquelas
pessoas que contabilizavam voto a voto.
Então a minha observação sobre o pleito, com todo o
cuidado, porque hoje nós vivemos um estado de exceção
que diz respeito à manifestação de opinião, é de que o povo
brasileiro apenas quer saber se a sua vontade foi plenamente
manifestada.
Para continuar aqui, e finalizar o meu pronunciamento,
eu queria dizer que ontem eu protocolei, nesta Casa, um pro-
jeto de denominação em homenagem ao ex-deputado Doutor
Ulysses Tassinari, que faleceu na última semana, na cidade de
Itapeva, na Santa Casa de Itapeva, que ele tanto ajudou, tanto
contribuiu, não só como deputado, mas também como médico
naquela Santa Casa.
E me honra muito poder fazer essa homenagem num
dispositivo viário da cidade de Itapeva, bastante conhecido ali
na entrada da cidade denominando “Deputado Doutor Ulysses
Tassinari”. Se não me engano, Projeto de lei nº 632, de 2022.
Então eu queria fazer essa singela homenagem a todos os ita-
pevenses, através da figura do Doutor Ulysses Tassinari.
E transmitir o meu abraço a toda a família, filhos, esposa,
sobrinhos, enfim, todos aqueles da sua família. E dizer que o
deputado Doutor Ulysses, enquanto esteve nesta Casa, sempre
honrou muito a nossa região e sempre trouxe muitos recursos
para a Saúde. Então, fico muito feliz de poder homenagear o
deputado Doutor Ulysses.
E, para finalizar, queria mais uma vez agradecer a con-
fiança do governador Tarcísio Gomes de Freitas em me incluir
na lista dos contribuintes para a transição de governo, na área
da Agricultura, que é a área em que eu milito. E dizer que nós
vamos trabalhar para ter a melhor Secretaria de Agricultura de
todo o Brasil.
E queria dizer aqui que repudio veementemente as ações
do governo do estado de Goiás e do governo do estado do
Paraná, de quererem taxar a atividade agrícola. Onde isso foi
feito, foi um verdadeiro caos. Inclusive, ontem houve a invasão
da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, por parte não
só de produtores rurais, mas também de populares, Conte, que
entraram na sessão para impedir o segundo turno da votação
do aumento...
De um aumento, não: da imposição de taxa sobre a produ-
ção agrícola de um dos estados mais importantes da federação
na produção agrícola, que é o estado de Goiás; e o Paraná, nem
se fala.
Eu tenho a maior admiração pelas figuras do ex-deputado
e atualmente governador Ratinho Júnior e do ex-senador e
atual governador Ronaldo Caiado. Mas, sendo o governador
Caiado produtor rural e o governador Ratinho Júnior filho de
produtor rural... E ambos foram eleitos com a base produtora a
seu favor, fazendo campanha diuturnamente pelos dois.
Não é possível que esses dois governadores experientes
tenham caído no conto do vigário de assessores de Fazenda
ou de arrecadação, a fim de intentar colocar impostos sobre a
atividade agrícola.
A última vez que nós vimos isso de maneira veemente foi
em 1770, nos Estados Unidos, onde teve a Revolução do Chá;
e depois de alguns anos, seis anos, teve a independência dos
Estados Unidos.
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de Sao Paulo - Prodesp
garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2022 às 05:06:10

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