Debates - 7 DE DEZEMBRO DE 2023 $1ª SESSÃO ORDINóRIA

Data de publicação21 Dezembro 2023
SeçãoCaderno Legislativo
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023 Diário Ofi cial Poder Legislativo São Paulo, 133 (228) – 21
a Deus, não quebrou essa parte de vidro aqui que divide o
plenário.
Graças à atuação da Polícia Militar também que, brava-
mente, sob ordem, sob o comando do presidente da Assembleia
Legislativa, foi obrigada a atuar, foi obrigada a usar a força
legitimamente para proteger a vida, para proteger a integridade
física de quem aqui estava procurando trabalhar, de maneira
democrática; para proteger os próprios manifestantes, porque
se quebrasse aquela barreira que eles forçaram ontem, viria
todo mundo aqui, uma queda de dois metros de altura. Com
certeza, iria ter lesão ou coisa pior.
Eu quero parabenizar a Polícia Militar, porque se ontem nós
aprovamos o projeto de lei que privatizou a Sabesp, foi, claro,
por ação direta dos deputados que votaram nesse projeto, que
não se furtaram ao dever de votar o projeto trazido aqui para
esta Casa; mas também por uma atuação importantíssima e
primordial para que a democracia acontecesse, garantindo a
ordem e a manutenção da democracia. E essa atuação direta
para esse projeto acontecer e ser aprovado foi da Polícia Militar.
Eu quero parabenizar a todo o efetivo da Assembleia
Legislativa, na figura da soldado Eduarda, que acabou de sair
do plenário, estava comigo aqui. Na figura dela, quero parabe-
nizar a todas as mulheres policiais militares, a todos os homens
membros da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, da
nossa assessoria, que esteve defendendo com o próprio corpo,
esteve aqui ontem tomando tripezada na cabeça.
Muitos manifestantes se armaram com tripé de câmera
de um metro e meio de altura, de ferro, e atacaram os policiais
militares. Quero parabenizar o 7º Baep, que estava aqui sob o
comando do Capitão Esteves, da minha turma, meu amigo, que
teve dois policiais gravemente feridos na região da cabeça: o
sargento Montovan, e o soldado Piovan, que esteve gravemente
ferido.
Machado, por gentileza, coloca a foto do soldado, do
policial no chão, ferido, ensanguentado. Essa é a democracia
que, infelizmente, esses estudantes sindicalistas, trazidos por
um movimento de esquerda, defendem. Um policial militar
gravemente ferido, quase que acometido por um traumatismo
craniano, a cabeça rachada, ensanguentado no solo.
É esta a democracia que eles defendem: violência. Não
querem o debate, verdadeiros criminosos. Agora, para fazer
teatro eles são bons. Coloca uma foto de uma moça, de uma
manifestante que está com o rosto tampado, fiz questão de não
demonstrar aí a cara dela. Olha lá, cheio de sangue, né? Cheio
de sangue, nossa, quem olha essa foto fala: “Nossa, deve ter
apanhado muito da polícia, né? Totalmente ensanguentada”.
Só que os policiais perceberam que, quando se via de
perto esse sangue, era um sangue quase que cor de rosa, meio
estranho. Suspeitaram, foram fazer revista em algumas pessoas.
Coloque o vídeo - até para encerrar, presidente - que a gente
separou. Olha o sangue - entre aspas, né? -, o sangue que os
manifestantes apresentaram aqui.
Sangue falso, sangue falso, maquiagem. É isso, baseado
na mentira, baseado na falsidade. Sangue falso, jogava na cara
e ia na frente da câmera lá, da grande imprensa, para fingir
que estava ensanguentado, para tentar denunciar a polícia por
agressão. A polícia usou a força legitimamente para a garantia
da ordem e para a continuidade dos trabalhos de todos.
A ordem foi recuperada, uma hora e meia depois este
ambiente aqui da Assembleia Legislativa estava totalmente
recuperado, em condições plenas de exercer o voto, exercer o
direito a esta tribuna, de todos os deputados. Inclusive esteve
aqui, presidente, o nosso amigo Edmir Chedid, que sofreu dois
AVCs recentemente e estava aqui votando.
Diversos deputados com idade avançada, como Barros
Munhoz, como Mauro Bragato, estiveram aqui, diversas mulhe-
res. Então, qualquer comentário sobre “Ah, era impossível entrar
neste ambiente” é mais uma mentira da esquerda. Desculpem-
-me, mas esta é a verdade: é mais uma mentira, porque é isso
que a gente vê.
Parabéns ao 46º Batalhão e ao 12º Batalhão, que estiveram
aqui atuando também, com a Força Tática, Tropa da Área. Nós
acompanhamos todos os feitos da polícia, junto com a tropa,
andando aqui por dentro da Casa, fazendas as varreduras,
vendo se não tinha nenhum objeto estranho deixado aqui
dentro, inclusive, com chance de explosivo ou qualquer coisa
do tipo.
Foi obrigado a fazer uma varredura, corredor por corredor,
ambiente por ambiente na Assembleia Legislativa. Policiais
trabalharam até altas horas da madrugada. Acompanhamos a
apresentação da ocorrência no DP, Parabéns aos deputados da
Segurança Pública, que estiveram junto com os policiais, junto
comigo, dando suporte, retaguarda, legitimidade e segurança
jurídica para os nossos policiais atuarem.
Agora cabe a nós também, junto com o presidente, sermos
testemunha nos inquéritos policiais que serão abertos, é claro,
para a investigação dessa ocorrência ontem. E eu faço questão,
sou testemunha, pode me arrolar no IPM, porque eu vou no
batalhão depor, porque eu presenciei, testemunhei todos os
ataques aos nossos policiais.
Vocês garantem a segurança e a democracia de São Paulo
e do Brasil. Parabéns ao governo Tarcísio de Freitas por esse
avanço, por colocar a empresa Sabesp aberta no mercado. Sem
dúvida nenhuma é um grande passo para a universalidade e
para o alcance do saneamento básico cem por cento na nossa
população nos próximos anos.
Deus abençoe, uma ótima semana a todos.
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Obrigado pelas
palavras, deputado Capitão Telhada. Seguindo a lista suplemen-
tar, deputado Luiz Claudio Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários e
funcionárias da Assembleia Legislativa, rapidamente, dialogan-
do com o Capitão Telhada, nobre deputado, ontem, inclusive, a
bancada do Partido dos Trabalhadores, o PSOL, a Rede e o PV
tomaram um posicionamento de não acompanhar o processo
de votação.
Dificilmente, se fosse feito o encaminhamento em cada um
dos projetos, em cada um dos temas que tinha no dia de ontem,
com certeza V. Exas. também não aguentariam permanecer aqui
neste plenário. Da mesma forma que V. Exa. esteve aqui, eu
também estive, acompanhei, e ficou insalubre aqui o espaço.
Então, só respondendo a V. Exa., ficou insalubre.
Se continuássemos esse debate aqui com encaminhamen-
to, 10, 11 de cada partido, com certeza nenhum dos deputados
conseguiria ter permanecido aqui neste espaço. A votação foi
feita quase de forma simbólica, de forma muito rápida, e V.
Exas., muitos dos que estiveram aqui, continuaram com másca-
ras, muitos deputados se abanando, demonstrando que, de fato,
o espaço ontem estava insalubre.
E reforçar que nós não compactuamos, nossa bancada,
com nenhum tipo de violência, nem do ponto de vista de depre-
dação de espaço público, nem também de violência policial.
Nós não concordamos com nenhum tipo de violência. Então
deixar aqui o registro do nosso Partido dos Trabalhadores.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Permite um aparte rapi-
damente?
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Deputado, não
cabe aparte no Pequeno Expediente.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Tá bom, depois eu faço
uma comunicação.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - Eu quero aprovei-
tar, eu já fiz minha fala em relação ao processo da privatização,
já deixei registrado aqui que o Tarcísio coloca agora no seu
currículo de gestor público como o governador que privatizou a
Sabesp no estado de São Paulo.
Após uma ação violenta, com utilização de cassetetes e
gás de pimenta, que estão registrados hoje em fotografias nos
principais jornais do estado, em que várias pessoas ficaram
feridas, visivelmente utilizando uso desproporcional da força,
três manifestantes foram detidos: Vivian Mendes, presidente
estadual da UP/SP; Lucas Carpenter, professor e (Inaudível.)
Luiz, estudante da Unifesp.
Seus celulares também foram apreendidos. Com a interme-
diação do deputado Marcolino, que estava aqui presidindo a
sessão, foi feito um acordo para que dois manifestantes, Ricar-
do Senese, metroviário, e Izi acompanhassem os manifestantes
detidos na Polícia Judiciária da Alesp.
Acordou-se também que pertences dos manifestantes dei-
xados na galeria do plenário, no momento do confronto, seriam
restituídos aos manifestantes, o que ainda não havia ocorrido
até a hora em que deixamos a Alesp.
Por volta das 20:30 todos foram conduzidos ao 27º DP. No
trajeto, Ricardo Senese também teve seu celular apreendido e
passou de mediador a detido, sem que ninguém explicasse a
motivação do ato arbitrário.
No distrito policial, cinco advogadas, advogados que acom-
panhavam os detidos, indagaram ao delegado titular, Dr. Eduar-
do, quais eram as imputações que justificavam aquela detenção.
Apenas perto da meia-noite uma delegada, que se iden-
tificou como Dra. Maria, chamou os advogados e os quatro
detidos para comunicar que todos estavam presos em flagrante
delito pelo cometimento dos crimes de resistência e associação
criminosa, informando que, após as oitivas, poderiam ser impu-
tados novos crimes.
É importante mencionar que, logo que todos chegaram
ao DP, o delegado titular e o policial militar que conduzia a
ocorrência ficaram reunidos por longo tempo com os deputados
Major Mecca e Delegado Olim. A vereadora Luana chegou ao
DP e solicitou falar com o delegado titular, mas não lhe foi
permitida.
Da mesma forma, foi solicitado ao escrivão o telefone do
aludido delegado para que eu lhe telefonasse, porém, houve
também negativa nesse sentido. Chegaram ao local a deputada
Monica Seixas, o deputado Paulo Fiorilo, além dos deputados
Bove e Gil Diniz.
Foram instaurados dois procedimentos inquisitoriais, quais
serão: um inquérito civil em que figuram como autores de cri-
mes os manifestantes detidos, um inquérito policial militar em
que esses e outros manifestantes machucados figuram como
vítimas de lesões corporais cometidas por policiais militares.
A minha assessora jurídica, a advogada Ligia Daher, dei-
xou o distrito policial por volta de 1 hora e trinta, quando os
envolvidos começaram a ser ouvidos, acompanhados de seus
advogados.
Hoje pela manhã tivemos a notícia ainda não confirmada
de que uma quinta manifestante, de nome Júlia, também teria
ficado presa em flagrante delito. Júlia estava bastante machu-
cada até o momento em que a acompanhamos. Seria ouvida
como vítima de lesão corporal, encaminhada ao IML para
exame de corpo de delito.
Ainda não temos notícias do horário das audiências de cus-
tódia. Importante também demonstrar a minha indignação com
a decisão do presidente André do Prado, que, mesmo após toda
a violência do dia de ontem, optou em continuar os trabalhos
para aprovação do projeto de lei.
O plenário estava impossível de ser frequentado, com um
cheiro forte de spray de pimenta e gás, seja por mim, com 82
anos, para a minha saúde, assim como, por exemplo, para as
deputadas Leci Brandão, Paula da Bancada Feminista, grávida
de nove meses, Monica Seixas, que recentemente havia tido um
tratamento médico, e Andrea Werner.
Então, muito triste, afirmo que esta Casa Legislativa, no dia
de ontem, teve um procedimento que efetivamente nos deixa
indignados. Eu espero que tais procedimentos sejam superados.
E há forma de ser superada.
Podemos, por exemplo, agora estar formulando, e vou ver
como fazê-lo da melhor maneira possível, um projeto para
que se instaure um referendo popular sobre a decisão tomada
ontem.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Seguindo a
lista de oradores inscritos, com a palavra a deputada Professora
Bebel. (Pausa.)
Seguindo a Lista Suplementar, deputado Delegado Olim.
(Pausa.) Seguido da deputada Professora Bebel. (Pausa.) Segui-
da do deputado Jorge Wilson. (Pausa.) Seguido da deputada
Leci Brandão. (Pausa.) Seguida do deputado Carlos Giannazi.
(Pausa.) Seguido do deputado Capitão Telhada.
O SR. CAPITÃO TELHADA - PP - Excelente tarde, Sr. Presi-
dente, a todos os presentes, à galeria, à TV Alesp, aos funcio-
nários da Casa, civis e militares. Hoje estamos aqui de volta à
Assembleia Legislativa, graças a Deus com mais tranquilidade.
Ainda sobram os danos materiais na galeria, do quebra-quebra
que teve ontem aqui.
Atos criminosos, verdadeiros atos criminosos, muito simi-
lares ao que a gente já tem visto nas últimas manifestações
no Brasil. Verdadeiros “black blocks”. Tivemos aqui a galeria
hoje lotada...
Foi permitida pelo nosso presidente, André do Prado, a
entrada de manifestantes na segunda-feira, na terça-feira, na
quarta-feira. O tema era polêmico, votação do Projeto de lei
no 1.501, de fato um tema que chama a atenção e tem que ser
discutido, que foi a privatização da Sabesp.
Essa galeria esteve lotada. Um tamanho desrespeito acon-
teceu na segunda-feira, aconteceu na terça, com deputados que
subiam aqui para defender o seu ponto de vista, para colocar a
sua opinião, que é a opinião de milhares de pessoas.
Cada deputado que sobe aqui nesta tribuna tem, deposita-
do nele, o voto de confiança de cidadãos paulistas, aos milha-
res: 30, 40, 80 mil, 100 mil, 200 mil votos. E cada um que sobe
aqui tem o legítimo direito de colocar a sua palavra.
Só que o que aconteceu aqui nesta Casa nesses últimos
dias, durante essas discussões, foi que enquanto os deputados
da esquerda subiam e eram ouvidos pela plateia democrati-
camente autorizada a acompanhar as sessões de debates e
discussões aqui na Casa Legislativa, não acontecia a mesma
coisa com os deputados da direita, que a todo momento eram
interrompidos, eram xingados, eram tirados muitas vezes aos
gritos de “fora, fora”, de “corrupto”, de “fascista”, típico da
esquerda, típico dos movimentos de manifestantes da esquerda.
Nos chamou a atenção nesses dias que, dos manifestantes
aqui, pouquíssimos estavam ligados diretamente ao assunto,
que era a privatização da empresa Sabesp. A gente via muitos
aposentados, muitos movimentos sindicais, muitos movimentos
ligados à universidade, muitos jovens alunos, estudantes, que
vinham aqui com um único objetivo: evitar que a democracia
ocorresse, evitar que a discussão fosse feita com alto nível.
Mesmo assim, o presidente foi extremamente paciente e
autorizou que ontem, na quarta-feira, dia da votação desse pro-
jeto, estivessem mais uma vez aqui presentes. E inevitavelmente
ocorreu uma infelicidade, algo totalmente repreensível, que
foi o atentado a esta Casa Legislativa, o atentado criminoso,
violento contra os nossos policiais militares. Primeiramente,
tentaram derrubar a divisão que fica aqui, que dá acesso ao
plenário, onde estão os deputados.
Graças a Deus, não aconteceu um desastre, não quebrou
essa barreira que, com certeza, vai ter que ser substituída agora
porque está totalmente danificada. Prejuízo para os cofres
públicos, porque vai ter gasto, vai ter custo do dinheiro público,
justamente para reformar o que esses vândalos, o que esses
baderneiros fizeram aqui na Assembleia Legislativa. Graças
autorização dos municípios. E nós comentamos sobre isso o
tempo todo, durante todo o debate aqui das eleições.
A hora que você faz agora e joga para os municípios a
responsabilidade, o ano que vem tem eleição municipal. O
governador Tarcísio repassa agora o debate que aconteceu
aqui na Assembleia Legislativa no dia de ontem, aprovando a
venda da Sabesp. Vai jogar para os prefeitos e vereadores essa
responsabilidade.
Então já está marcado. Hoje, se pegar o currículo do Tarcí-
sio, já está lá. É o governador que privatizou, que vendeu um
patrimônio público importante para o estado de São Paulo,
colocou em xeque alguns partidos políticos da base de seu
governo que ontem vieram aqui e deram um “sim” pela privati-
zação da Sabesp e, agora, vai jogar para os municípios também
a corresponsabilidade de defender ou não a manutenção da
Sabesp como a sua gestora da água.
E com certeza muitos municípios, que já tinham se coloca-
do como prefeitos e vereadores contrários, vão criar, inclusive,
um imbróglio para a Sabesp se manter. A partir da decisão do
dia de ontem, já está carimbado agora, no currículo do Tarcísio
de Freitas, o governador que vendeu a empresa mais importan-
te do estado de São Paulo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Deputado Luiz
Claudio Marcolino, gostaria de pedir à V. Sa. para assumir a
Presidência.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Luiz Claudio Marcolino.
* * *
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Dando sequência aos oradores inscritos no Pequeno Expediente,
com a palavra o nobre deputado Paulo Mansur. Tem V. Exa. pelo
tempo regimental de cinco minutos no Pequeno Expediente.
O SR. PAULO MANSUR - PL - SEM REVISÃO DO ORADOR -
Ontem, o que houve no Parlamento acabou manchando todo o
trabalho que fizemos da desestatização da Sabesp.
E eu tenho muito orgulho dos deputados que acabaram
ficando no Parlamento depois para demonstrar que tudo que
ocorreu aqui por bandidos que fazem parte, infelizmente muitos
deles, do partido PSOL, do Partido dos Trabalhadores; fizeram
aqui no nosso plenário.
Com vandalismo extremo, não respeitando a palavra de
ordem do nosso presidente André do Prado, que pediu por
diversas vezes para eles se acalmarem, para os manifestantes
seguirem as orientações que são feitas no Parlamento, para que
quando um deputado estiver falando no púlpito, a plateia tem
que ficar em silêncio. Mas me orgulho dos policiais deste Parla-
mento, que, com bravura, acabaram nos defendendo.
Eu nunca pensei que fosse passar por isso neste Parlamen-
to. Meu olho ficou extremamente vermelho, a minha voz ficou
engasgada. Ficamos tossindo dentro do Parlamento, imagino
os policiais que estavam ali na linha de frente também. Os
manifestantes vieram com agressões, eles começaram a briga.
Os policiais são pacíficos. Os policiais aqui de dentro do
Parlamento esperam até o último fio para tomar uma atitude
contra as pessoas que vêm aqui, porque vivemos em um palco
democrático de direito e nós, como deputados, queremos que o
povo venha aqui na plateia se manifestar. Mas se manifestar de
uma maneira pacífica.
Claro que os nossos policiais são orientados a fazerem um
trabalho pacífico, mas que não conseguiram fazer.
E o que me chama atenção é que no dia oito de janeiro
nós tivemos manifestantes pacíficos no Congresso Nacional e
muitos deles tomaram 17 anos de prisão pela Justiça do toga.
Muitos, nas filmagens, não fizeram quebradeira nenhuma
como a gente viu aqui no nosso Parlamento no dia seis de
dezembro, que vai ficar marcado aqui na Alesp também. Aí eu
pergunto: eles vão pagar pelos crimes que eles fizeram?
Eu fui ameaçado aqui no Parlamento. Tem vídeo mostrando
pessoas apontando dedo para mim, que sou parlamentar, falan-
do que vai me bater, que vai me ameaçar. Falando que ia me
matar. Nós temos filmagem. E o que vai acontecer com esses
manifestantes que tentaram destruir o patrimônio público aqui
dentro da Assembleia Legislativa?
No dia nove de janeiro tivemos manifestação dentro da
Câmara Federal, muitas pessoas sendo presas. E aqui neste
Parlamento? A gente precisa de justiça. Isso não pode ocorrer
novamente. Os nossos policiais precisam ser respeitados. Este
Parlamento precisa de respeito.
E muito importante: nós conseguimos aprovar a privatiza-
ção da Sabesp, que vai gerar um caixa de 65 bilhões de reais
dentro dos cofres públicos do Governo do Estado e que vai ser
investido no saneamento básico. O estado de São Paulo vai ser
um dos poucos do Brasil a bater a meta do saneamento básico
que foi colocada pelo presidente Bolsonaro.
Então, só para finalizar, deputado Marcolino: é muito
importante o que ocorreu aqui na privatização, ontem, da
Sabesp. Os empregos vão ser mantidos, está em contrato. O
investimento vai ser garantido para o saneamento básico.
Milhões de pessoas vão ter água potável no nosso estado de
São Paulo.
Me relembro que a turma do PT, do PSOL, sempre se colo-
cou a favor de ficar até o final, que são combatentes. Ontem a
gente viu todo mundo aqui da direita, do centro, com seus posi-
cionamentos, mas aqui no plenário, e não vimos ninguém do
PT no final da história de ontem que foi marcada para o nosso
estado de São Paulo.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT -
Dando sequência aos oradores do Pequeno Expediente, com
a palavra o nobre deputado Atila Jacomussi. (Pausa.) Com a
palavra o nobre deputado Dr. Elton. (Pausa.)
Com a palavra a nobre deputada Márcia Lia. (Pausa.) Com
a palavra o nobre deputado Carlos Cezar. (Pausa.) Com a pala-
vra o nobre deputado Luiz Fernando Teixeira. (Pausa.) Com a
palavra o nobre deputado Marcos Damasio. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Conte Lopes. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Caio França. (Pausa.) Com a
palavra a nobre deputada Letícia Aguiar. (Pausa.) Com a palavra
a nobre deputada Andréa Werner. (Pausa.) Com a palavra o
nobre deputado Reis. (Pausa.) Com a palavra o nobre deputado
Donato. (Pausa.)
Com a palavra o nobre deputado Guilherme Cortez.
(Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Tomé Abduch.
(Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Capitão Telhada.
(Pausa.) Com a palavra o nobre deputado Eduardo Suplicy.
Tem V.Exa. o tempo regimental de cinco minutos no Peque-
no Expediente.
O SR. EDUARDO SUPLICY - PT - SEM REVISÃO DO ORADOR
- Caro presidente, Luiz Claudio Marcolino, Sras. Deputadas, Srs.
Deputados; tivemos um dia triste para a democracia ontem
devido ao que se passou na Assembleia Legislativa.
Não imaginei que iríamos aqui ter confrontos como ontem
e tentativas de impedir que a população, que aqui veio assistir
à nossa sessão, fosse tratada de maneira bastante violenta,
tendo em conta a autorização dada pelo presidente André do
Prado para que os nossos visitantes pudessem ser tratados da
forma como foram.
* * *
- Assume a Presidência o Sr. Paulo Mansur.
* * *
Durante a sessão de ontem para a votação do PL 1501, de
2023, que autoriza o Poder Executivo do estado a promover
medidas de desestatização da Sabesp, a Polícia Militar foi cha-
mada para retirar os manifestantes que ocupavam a galeria do
Plenário Juscelino Kubitschek.
7 DE DEZEMBRO DE 2023
152ª SESSÃO ORDINÁRIA
Presidência: PAULO MANSUR, LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
e CAPITÃO TELHADA
RESUMO
PEQUENO EXPEDIENTE
1 - PAULO MANSUR
Assume a Presidência e abre a sessão.
2 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
3 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Assume a Presidência.
4 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
5 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
6 - PAULO MANSUR
Assume a Presidência.
7 - CAPITÃO TELHADA
Por inscrição, faz pronunciamento.
8 - LUIZ CLAUDIO MARCOLINO
Por inscrição, faz pronunciamento.
9 - CAPITÃO TELHADA
Para comunicação, faz pronunciamento.
10 - CAPITÃO TELHADA
Assume a Presidência.
11 - PAULO MANSUR
Por inscrição, faz pronunciamento.
12 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
13 - PAULO MANSUR
Assume a Presidência. Discorre sobre o direito dos deputados
de usar a tribuna mais de uma vez.
GRANDE EXPEDIENTE
14 - LUCAS BOVE
Por inscrição, faz pronunciamento.
15 - PRESIDENTE PAULO MANSUR
Endossa o pronunciamento do deputado Lucas Bove.
16 - EDUARDO SUPLICY
Para comunicação, faz pronunciamento.
17 - EDUARDO SUPLICY
Por inscrição, faz pronunciamento.
18 - GIL DINIZ
Por inscrição, faz pronunciamento.
19 - PRESIDENTE PAULO MANSUR
Endossa o pronunciamento do deputado Gil Diniz.
20 - GIL DINIZ
Solicita o levantamento da sessão, por acordo de lideranças.
21 - PRESIDENTE PAULO MANSUR
Defere o pedido. Faz aditamento à Ordem do Dia. Convoca
os Srs. Deputados para a sessão ordinária do dia 08/12, à
hora regimental, sem Ordem do Dia. Levanta a sessão.
* * *
- Assume a Presidência e abre a sessão o Sr. Paulo Mansur.
* * *
O SR. PRESIDENTE - PAULO MANSUR - PL - Presente o
número regimental de Sras. Deputadas e Srs. Deputados, sob
a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos. Esta Presi-
dência dispensa a leitura da Ata da sessão anterior e recebe o
expediente.
Oradores inscritos para o Pequeno Expediente: deputado
Itamar Borges. (Pausa.) Deputada Fabiana Bolsonaro. (Pausa.)
Deputado Agente Federal Danilo Balas. (Pausa.) Deputado Dele-
gado Olim. (Pausa.) Deputado Jorge Wilson Xerife do Consumi-
dor. (Pausa.) Deputado Simão Pedro. (Pausa.) Deputado Mauro
Bragato. (Pausa.) Deputado Bruno Zambelli. (Pausa.)
Deputado Carlos Giannazi. (Pausa.) Deputado Alex Madu-
reira. (Pausa.) Deputado Major Mecca. (Pausa.) Deputada Marta
Costa. (Pausa.) Deputada Beth Sahão. (Pausa.) Deputado Rui
Alves. (Pausa.) Deputado Sebastião Santos. (Pausa.)
Deputado Luiz Claudio Marcolino.
O SR. LUIZ CLAUDIO MARCOLINO - PT - SEM REVISÃO DO
ORADOR - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, teles-
pectador da TV Assembleia, público presente na galeria, fun-
cionários desta Casa, a nossa bancada, a Bancada do Partido
dos Trabalhadores, e a Federação PT/PCdoB/PV, durante todo o
processo do debate da privatização da Sabesp, cobrou que seria
necessário que tivesse mais audiências públicas, que fossem fei-
tas, nas comissões pertinentes, de Infraestrutura, na secretaria
de Finanças e Orçamento, na secretaria da CCJ, nas Relações
e Condições de Trabalho, na de Meio Ambiente, deveria ter um
debate com todos os deputados, para ir formatando um projeto
de lei que efetivamente dialogasse com as necessidades da
sociedade em relação à Sabesp no estado de São Paulo.
Nada disso foi observado. A nossa Bancada do Partido dos
Trabalhadores questionamos também a questão do PL em vez
de uma PEC. Nós estamos falando de uma entrega do patri-
mônio público, que tem que ter uma alteração na Constituição.
Quando você deixa de ter o controle acionário e você passa
para a gestão do setor privado, teria que ter uma alteração
na Constituição estadual. Mas nada disso foi observado. Foi
feito todo o debate em relação à privatização, foi discutido por
seis horas. Depois das seis horas, teriam os encaminhamentos
necessários para o processo da votação.
No dia de ontem, o governador conseguiu, no estado de
São Paulo, vender a Sabesp. Então essa privatização já começa
a ser uma ação que o governador Tarcísio implementa no esta-
do de São Paulo, e vai ficar marcada já na sua história.
O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
assume o governo do estado de São Paulo e vende uma das
principais empresas que nós temos no estado de São Paulo,
pública, que é a Sabesp.
Ela é uma empresa que hoje tem um papel, como tenho
dito aqui em quase todas as minhas falas, no desenvolvimento
do estado de São Paulo, seja um diálogo com os parques indus-
triais, nos desenvolvimentos regionais, seja na regularização
fundiária, seja em relação à regularização de bairros, ou de
regiões, ou de autorizações de aprovações de conjuntos habi-
tacionais pelo estado de São Paulo dependem de saneamento
básico, automaticamente dependem da Sabesp.
E nós sabemos que ao olhar para os municípios - que hoje
são muitos municípios, 375 municípios no estado de São Paulo
-, muitos deles não teriam condições de manter uma estrutura
de saneamento básico se não fosse pela Sabesp. Já com cem
por cento de água tratada, cem por cento de esgoto coletado e
tratado. Já é universalizado para esses municípios.
Por serem municípios que não dão lucro, com certeza,
com uma nova empresa que eventualmente venha a contratar
a Sabesp - com certeza -, esse direito, esses municípios irão
perder.
Mas tem outro elemento também; que ao encaminhar um
projeto de lei para a Assembleia Legislativa para privatizar a
Sabesp, o governador Tarcísio coloca também em xeque os par-
tidos dos deputados que aprovaram esse projeto.
Nós tivemos aqui: a Federação do PSDB Cidadania, tivemos
aqui o MDB, tivemos o PL, tivemos o PODEMOS, o PSD, os
Republicanos, Solidariedade, União Brasil.
Esses partidos, ontem, vieram aqui na Assembleia Legisla-
tiva, aí avalizaram o projeto do governador Tarcísio vendendo
a Sabesp, que é uma empresa importante para o estado de
São Paulo.
Mas mais do que isso, o governador Tarcísio agora encami-
nha também para os municípios, porque agora precisa de uma
A Companhia de Processamento de Dados do Estado de Sao Paulo - Prodesp
garante a autenticidade deste documento quando visualizado diretamente no
portal www.imprensaoficial.com.br
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023 às 05:04:10

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