Decisão Monocrática nº 50187508620228217000 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Vigésima Segunda Câmara Cível, 13-07-2022

Data de Julgamento13 Julho 2022
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça do RS
Classe processualAgravo de Instrumento
Número do processo50187508620228217000
Tipo de documentoDecisão monocrática
ÓrgãoVigésima Segunda Câmara Cível

PODER JUDICIÁRIO

Documento:20002436168
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

22ª Câmara Cível

Avenida Borges de Medeiros, 1565 - Porto Alegre/RS - CEP 90110-906

Agravo de Instrumento Nº 5018750-86.2022.8.21.7000/RS

TIPO DE AÇÃO: Oncológico

RELATOR(A): Des. MIGUEL ANGELO DA SILVA

AGRAVANTE: MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

AGRAVADO: THIAGO ALVES PALMA DA SILVA

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO À SAÚDE (ECA E IDOSO). MUNICÍPIO. FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO/TRATAMENTO. SAÚDE. GARANTIA CONSTITUCIONAL. DIREITOS SOCIAIS PRESTACIONAIS. LACOSAMIDA. FÁRMACO NÃO DISPONIBILIZADO PELO SUS. NECESSIDADE DE DEFINIÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOBRE O CUSTEIO DO TRATAMENTO, A DEMANDAR A PRESENÇA DA UNIÃO NO POLO PASSIVO DO FEITO. LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO (TEMA 793/STF). COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ART. 109, I, DA CF/88.

REDISCUSSÃO DE QUESTÕES JÁ DECIDIDAS PELO ARESTO EMBARGADO. INVIABILIDADE NOS ESTREITOS LIMITES DO RECURSO ELEITO.

Aresto que apreciou todas as questões controvertidas e se pronunciou acerca dos dispositivos legais aplicáveis à espécie.

Enfrentamento de matéria já examinada pelo Colegiado. Inviabilidade nos estreitos limites da via recursal eleita.

Ausência dos pressupostos do art. 1.022 do CPC.

Mesmo visando os aclaratórios o prequestionamento da matéria neles suscitada devem estar presentes os requisitos elencados nos incisos do art. 1.022 do CPC, para que o recurso possa ser acolhido. Omissão, obscuridade, contradição interna ou erro material indemonstrados.

EMBARGOS DECLARATÓRIOS DESACOLHIDOS.

DECISÃO MONOCRÁTICA

1 - De saída, reporto-me ao relatório do parecer ministerial lançado nesta instância, que assim sumariou a espécie (evento 41, PARECER1), “verbis”:

"Trata-se de embargos de declaração opostos pelo MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, contra a decisão monocrática que, ao julgar o agravo de instrumento interposto por ele contra THIAGO ALVES PALMA DA SILVA, deu parcial provimento ao recurso para confirmar a decisão lançada no Evento 6 (Evento 20, DECMONO1).

Em suas razões, o embargante sustenta que há omissão, erro material e contradição na decisão monocrática proferida nos autos, pois deve ser chamado ao processo o plano de saúde do autor (IPE-SAÚDE), sendo direcionado a este a responsabilidade pelo fornecimento e/ou pagamento, razão pela qual deve o Município de Porto Alegre ser excluído da lide. Outrossim, em vista do fármaco não fazer parte do rol de medicamentos do SUS, deve ser redirecionada e incluída a União no presente feito, sendo consequentemente direcionado à Justiça Federal os autos e excluído o Município de Porto Alegre, revogando-se a liminar concedida em face da municipalidade. Pede, portanto, o acolhimento dos presentes embargos (Evento 30, EMBDECL1).

Oportunizada resposta ao embargado (Evento 32, DESPADEC1), apresentou contrarrazões aos embargos de declaração (Evento 37, CONTRAZ1)."

A douta Procuradoria de Justiça exarou parecer opinando pelo conhecimento e desacolhimento dos embargos de declaração.

Vieram os autos conclusos.

É o relatório.

2 – Conheço do recurso, atendidos seus pressupostos de admissibilidade.

Entretanto, estou em desacolhê-lo – adianto de logo -, porquanto inocorrentes os vícios ou defeitos elencados nos incisos do art. 1.022 do CPC.

Não flagro obscuridade, omissão, contradição interna ou erro material capazes de autorizar o aclaramento, suprimento ou correção (retificação) do “decisum” embargado, que contém extensa e clara motivação, da qual não destoam suas conclusões.

De ressaltar que somente é atacável na estreita via dos aclaratórios a contradição interna, ou seja, aquela entre a fundamentação e a conclusão do julgado ou entre premissas do próprio julgado. Nesse sentido: “A contradição que autoriza os embargos de declaração é aquela interna, ou seja, no próprio julgado, e não entre este e o entendimento do recorrente ou de outros julgados” (excerto da ementa do EDcl no AgInt no AREsp 938.333/MS, rel. Min. Gurgel de Faria, 1ª Turma, julgado em 14/08/2018, DJe 21/08/2018).

“In casu”, a matéria sob controvérsia foi detidamente enfrentada na decisão monocrática impugnada, não se prestando a via dos declaratórios para rediscussão da causa, pois...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT