Decisão Monocrática nº 51003928120228217000 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Décima Oitava Câmara Cível, 26-05-2022

Data de Julgamento26 Maio 2022
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça do RS
Classe processualAgravo de Instrumento
Número do processo51003928120228217000
Tipo de documentoDecisão monocrática
ÓrgãoDécima Oitava Câmara Cível

PODER JUDICIÁRIO

Documento:20002205844
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

18ª Câmara Cível

Avenida Borges de Medeiros, 1565 - Porto Alegre/RS - CEP 90110-906

Agravo de Instrumento Nº 5100392-81.2022.8.21.7000/RS

TIPO DE AÇÃO: Posse

RELATOR(A): Des. PEDRO CELSO DAL PRA

AGRAVANTE: DANIEL SOUZA BARBOSA

AGRAVANTE: LUCAS ARAUJO BARRETO

AGRAVANTE: JOAO LUIS MURARO BARBOZA

AGRAVANTE: JEFERSON SOUZA LEON

AGRAVANTE: HUYLLER FRANCO MACHADO

AGRAVANTE: GELSON JAIR SILVA

AGRAVANTE: FELIPE RUDENCO PENZ

AGRAVANTE: EUDES SALES BARRETO

AGRAVANTE: ELISANGELA GOMES ALVES

AGRAVANTE: EDIEL SALES BARRETO

AGRAVANTE: CRISTIAN SOUZA AGOSTINI

AGRAVANTE: ALEXSANDRO AGOSTINI

AGRAVANTE: ALESSANDRO OLIVEIRA DA ROSA

AGRAVANTE: ALAIR DE BRITO FONSECA

AGRAVANTE: ADRIANA ALVES GONCALVES

AGRAVANTE: ROBERTO FERREIRA TRINDADE JUNIOR

AGRAVADO: MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

EMENTA

agravo de instrumento. posse (bens imóveis). ação de reintegração de posse. decisão que manteve a medida liminar deferida anteriormente. REQUISITOS DO ART. 561 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PRESENTES. O ACOLHIMENTO DO PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE REQUER O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS DISPOSTOS NO ART. 561 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, EM ESPECIAL A PROVA DA POSSE DA PARTE AUTORA. NO CASO, A PROVA COLACIONADA AOS AUTOS TEM FORÇA PARA, NESTE MOMENTO PROCESSUAL, AUTORIZAR A MANUTENÇÃO DA MEDIDA LIMINAR. DECISÃO AGRAVADA MANTIDA.

RECURSO DESPROVIDO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Vistos.

I – Relatório

Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto por FELIPE RUDENCO PENZ e OUTROS contra a decisão (evento 104) que, nos autos da ação de reintegração de posse promovida pelo MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE, assim dispôs:

"Vistos.

Cadastrem-se como réus FELIPE RUDENCO PENZ, LUCAS ARAÚJO BARRETO, GELSON JAIR SILVA, ALEXSANDRO AGOSTIN, CRISTIAN SOUZA AGOSTINI, EUDES SALES BARRETO, HUYLLER FRANCO MACHADO, JEFERSON SOUZA LEON, DANIEL SOUZA BARBOSA, EDIEL SALES BARRETO, ELISANGELA GOMES ALVES, ALESSANDRO OLIVEIRA DA ROSA, ADRIANA ALVES GONÇALVES, ROBERTO FERREIRA TRINDADE JUNIOR, ALAIR DE BRITO FONSECA e JOÃO LUIS MURANO BARBOZA.

Desde já, mantenho a medida liminar deferida na decisão de evento 3. A despeito das famílias que residem no local e o tempo de permanência na região, o imóvel é inegavelmente público. Logo, segundo já assinalou o colega prolator da decisão, "a posse é inerente ao domínio, e todo particular que nele se instalar deve ser considerado mero detentor da coisa".

É importante salientar que a matéria já está pacificada na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, conforme Súmula n.º 619, e inclusive do Supremo Tribunal Federal, segundo a Súmula n.º 340.

Intimem-se.

Dos termos da contestação, dê-se vista ao autor.

Após, ao Ministério Público.

Havendo interesse das partes, remetam-se os autos ao Cejusc."

Em suas razões, aduz a parte agravante que a decisão recorrida enseja reforma. Discorre, inicialmente, sobre a colisão entre os princípios constitucionais da pessoa humana e o direito à moradia digna e função social da propriedade. Afirma que as famílias ocupam a área há mais de trinta (30) anos e que desde o ano de 2012 não há novos moradores. Alega que o pedido de reintegração de posse foi formulado desacompanhado da destinação que dará para a área. Diz que não há juntada de projeto ou plano diretor que indique o que será executado no local. Sustenta que não há dano irreversível ao feito a permissão para que as famílias ocupantes da área permaneçam no local até o deslinde do feito. Refere ao Projeto de Lei Complementar (PLC) aprovado em 16/05/2022 e que poderá liberar a alienação de bens públicos. Alega que a ocupação é antiga e que os grupos familiares poderão ser beneficiados pelo referido Projeto. Defende necessária a permanência dos ocupantes no local. Aduz que, nos termos da Lei de Regularização Fundiária (REURB), a negociação consensual com os ocupantes é um dever da municipalidade, de modo que o feito deverá ser remetido ao CEJUSC para tentativa de conciliação. Pugna, ao final, pelo provimento do recurso.

Vieram-me os autos conclusos para apreciação.

É a síntese.

II – Fundamentação

Com lastro no inciso IV do art. 932 do Código de Processo Civil, nego provimento ao agravo de...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT