Decisão Monocrática nº 51028043020228210001 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Nona Câmara Cível, 19-05-2023

Data de Julgamento19 Maio 2023
ÓrgãoNona Câmara Cível
Classe processualApelação
Número do processo51028043020228210001
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça do RS
Tipo de documentoDecisão monocrática

PODER JUDICIÁRIO

Documento:20003802481
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

9ª Câmara Cível

Avenida Borges de Medeiros, 1565 - Porto Alegre/RS - CEP 90110-906

Apelação Cível Nº 5102804-30.2022.8.21.0001/RS

TIPO DE AÇÃO: Indenização por dano moral

RELATOR(A): Des. EDUARDO KRAEMER

APELANTE: DEISE CRISTINE SOARES (AUTOR)

APELADO: BANCO C6 CONSIGNADO S.A. (RÉU)

EMENTA

APELAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPARAÇÃO POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS E REPETIÇÃO DE INDÉBITO. negativa de contratação. DESCONTO EM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE RESPALDA A RELAÇÃO CONTRATUAL. ATENDIMENTO DO ART. 373, II, DO CPC. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA.

1. DIANTE DA NEGATIVA DA PARTE AUTORA QUANTO À CONTRATAÇÃO QUE TERIA GERADO OS DESCONTOS PROCEDIDOS DIRETAMENTE EM SEU BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, CABIA À INSTITUIÇÃO FINANCEIRA DEMANDADA COMPROVAR A RELAÇÃO CONTRATUAL, ÔNUS DO QUAL SE DESINCUMBIU A CONTENTO, ATENDENDO AO QUE DISPÕE O ART. 373, II, DO CPC.

2. COMPROVADA A CONTRATAÇÃO DO EMPRÉSTIMO CONSIGNADO, NÃO HÁ FALAR EM REPETIÇÃO DE INDÉBITO, CANCELAMENTO DO CONTRATO E, TAMPOUCO, EM INDENIZAÇÃO A TÍTULO DE DANO MORAL, UMA VEZ QUE A INSTITUIÇÃO FINANCEIRA AGIU EM EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO.

apelação desprovida, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.

DECISÃO MONOCRÁTICA

Vistos.

Trata-se de recurso de apelação interposto por DEISE CRISTINE SOARES, em face da sentença (Evento 25 - SENT1, origem) que julgou improcedente a ação declaratória de inexistência de débito c/c reparação por danos extrapatrimoniais e repetição de indébito movida contra o BANCO C6 CONSIGNADO S.A.

Em suas razões (Evento 29 - APELAÇÃO1, origem), repisa a assertiva de que não reconhece o contrato objeto da ação, fazendo jus ao dano moral, à repetição do indébito em dobro, bem assim a suspensão das cobranças. Requer, assim, o provimento do recurso, para que seja julgada procedente a ação, nos termos postulados na exordial, com a fixação de honorários advocatícios para a fase recursal.

Foram apresentadas contrarrazões (Evento 35, CONTRAZAP1, origem), vindo-me, após, conclusos.

É o breve relatório.

Recebo o recurso, porquanto preenchidos os requisitos de admissibilidade.

Consigno, de início, a possibilidade de julgamento monocrático, na forma do art. 932, VIII, do CPC, c/c art. 206, XXXVI, do RITJRS, na medida em que sobre a questão colocada em apreciação há entendimento consolidado nesta Câmara.

Trata-se de ação declaratória de inexistência de débito cumulada com repetição do indébito e danos morais, em que a parte autora alega que vem sofrendo descontos mensais em seu benefício previdenciário de caráter alimentar, atinentes a débito de empréstimo consignado que desconhece. Afirma que não houve a formalização de qualquer contrato desta natureza com a instituição financeira demandada.

Julgada improcedente a ação, inconformada, recorre a parte autora.

Pois bem.

De acordo com o que dispõe o art. 373 do Código de Processo Civil, incumbe à parte autora o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito seu direito (inciso I) e, à parte ré, o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da parte autora (inciso II).

Diante da negativa da parte autora, cabia à parte demandada comprovar a contratação que gerou os descontos mensais objurgados junto ao benefício previdenciário, ônus do qual se desincumbiu a contento.

Com efeito, analisados os autos eletrônicos, entendo que o...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT