Decisão Monocrática nº 51399168520228217000 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Vigésima Primeira Câmara Cível, 21-07-2022

Data de Julgamento21 Julho 2022
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça do RS
Classe processualAgravo de Instrumento
Número do processo51399168520228217000
Tipo de documentoDecisão monocrática
ÓrgãoVigésima Primeira Câmara Cível

PODER JUDICIÁRIO

Documento:20002463080
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul

21ª Câmara Cível

Avenida Borges de Medeiros, 1565 - Porto Alegre/RS - CEP 90110-906

Agravo de Instrumento Nº 5139916-85.2022.8.21.7000/RS

TIPO DE AÇÃO: IPTU/ Imposto Predial e Territorial Urbano

RELATOR(A): Des. MARCELO BANDEIRA PEREIRA

AGRAVANTE: MUNICÍPIO DE SOLEDADE

AGRAVADO: ROSANE DO COITO LOPES

EMENTA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. IPTU. DESNECESSIDADE DE JUNTADA DE MATRÍCULA ATUALIZADA para penhora do imóvel, cujo iptu está sendo executado. obrigação de natureza propter rem.

Não há necessidade da juntada de matrícula atualizada, tanto para o prosseguimento da execução, quanto para a penhora que recaia sobre o próprio imóvel do qual resultou o débito de IPTU objeto da execução.

Crédito de natureza real que pode ser garantido pelo imóvel do qual oriunda a dívida.

Exegese dos artigos 32, caput, 34, 130, caput, e 131, I, todos do CTN e artigo 3º, IV, da Lei nº 8.009/90.

AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO POR DECISÃO MONOCRÁTICA

DECISÃO MONOCRÁTICA

1. MUNICÍPIO DE SOLEDADE interpõe agravo de instrumento da decisão que, nos autos da execução fiscal ajuizada para a cobrança de IPTU em face de ROSANE DO COITO LOPES, determinou a juntada da matrícula atualizada do imóvel para perfectibilização da penhora (ev. 59 - EF).

Sustenta a desnecessidade de juntada de matrícula atualizada do imóvel gerador da dívida para que possa haver a penhora. Afirma que o imóvel gerador da dívida responde por seus débitos. Cita os artigos 32, caput, 34, 130, caput, e 131, I, todos do CTN. Colaciona julgados e pede provimento, considerando que a penhora do imóvel é para pagamento de obrigação de natureza propter rem.

É o relatório.

DECIDO.

2. Viável o julgamento de plano do presente agravo de instrumento, que hostiliza provimento lançado em feito em que a parte agravada nem representada está nos autos.

Nos termos da jurisprudência desta Câmara e da maioria das Câmaras de Direito Público desta Corte, não há necessidade da juntada de matrícula atualizada, tanto para o prosseguimento da execução, quanto para a penhora que recaia sobre o próprio imóvel, cujo débito de IPTU está sendo executado.

A propósito, vale atentar ao que previsto no artigo 130 do CTN:

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço.

E ainda o artigo 3º, IV da Lei n 8.009/90:

Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer processo de execução civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido:

(...)

IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;

Como mencionado pelo Des. Armínio José Abreu Lima da Rosa na decisão monocrática nº 70052998382, o que se aplica ao presente caso, “(...) totalmente dispensável determinação de juntada da matrícula atualizada do imóvel, tendo em vista serem irrelevantes eventuais...

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