Decisão Monocrática nº 70085728459 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Tribunal Pleno, 07-03-2023

Data de Julgamento07 Março 2023
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça do RS
Classe processualMandado de Segurança
Número do processo70085728459
Tipo de documentoDecisão monocrática
ÓrgãoTribunal Pleno

PODER JUDICIÁRIO


@ (PROCESSO ELETRÔNICO)

NWN
Nº 70085728459 (Nº CNJ: 0022334-52.2022.8.21.7000)

2023/Cível


MANDADO DE SEGURANÇA.
PRECATÓRIO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. SELIC. ANATOCISMO. JUROS COMPOSTOS. ec nº 113/2021. resoluções nº 303/2019 e nº 448/2022 do cnj. matéria já apreciada em sede de agravo regimental. reexame pelo mesmo órgão julgador. não cabimento.
1. O impetrante se insurge contra posicionamento desta Corte de Justiça no que toca à incidência de juros SELIC sobre parcela de juros calculados em período anterior à EC nº 113/2021.
2. Questão que já foi decidida por este mesmo Órgão Especial no julgamento do Agravo Regimental nº 2428-22/000059-6 (fls. 66/77). À unanimidade, os julgadores negaram provimento ao recurso por entenderam que não há irregularidade na aplicação da taxa SELIC ao valor do débito principal somado aos juros de mora, ainda que anteriores a 01/12/2021.
3. Incabível reexame da matéria pelo mesmo órgão julgador na via do mandado de segurança. Art. 8º, V, ?b?, do RITJRS. Art. 95, XII, ?b?, da CE/89. O mandado de segurança não pode ser utilizado como sucedâneo recursal. Súmula nº 267 do STF. Art. 5º da Lei nº 12.016/2009. Precedentes desta Corte.

4. A extinção do feito, sem resolução do mérito, é medida que se impõe. Art. 485, IV e VI, do CPC, c/c art. 6º, §5º, da Lei nº 12.016/2009.
MANDADO DE SEGURANÇA EXTINTO, SEM JULGAMENTO DE MÉRITO, EM DECISÃO MONOCRÁTICA.


Mandado de Segurança


Órgão Especial



Nº 70085728459 (Nº CNJ: 0022334-52.2022.8.21.7000)




INSTITUTO DE PREVIDENCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


IMPETRANTE

PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO DO RS


COATOR

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


INTERESSADO

MARIA DE LOURDES GROSSMANN


INTERESSADO

MARIA DE SOUZA GROSSMANN


INTERESSADO

DIRLEI DE SOUZA


INTERESSADO

ROSELAINE DA ROSA GROSSMANN


INTERESSADO

JUREMA GROSSMANN DE REZENDE


INTERESSADO

ROGERIO DE SOUZA


INTERESSADO

ROSANGELA DA ROSA GROSSMANN


INTERESSADO

SANDRA TERESINHA GROSSMANN DE SOUZA DA ROSA


INTERESSADO

INGRID DOS SANTOS GROSSMANN


INTERESSADO

ALEXNALDO DA ROSA GROSSMANN


INTERESSADO

FERNANDA DOS SANTOS GROSSMANN


INTERESSADO

IONARA GROSSMAM DE SOUZA


INTERESSADO

IVONETE DOS SANTOS GROSSMANN


INTERESSADO

JESSE ARMANDO DOS SANTOS GROSSMANN


INTERESSADO

JURACI GROSSMANN MONTEIRO


INTERESSADO


DECISÃO MONOCRÁTICA

Vistos.


1. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado pelo INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (IPERGS) contra atos atribuídos ao TRIBUNAL PLENO DESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
O impetrante relata que impugnou o anatocismo decorrente da utilização da SELIC como índice de atualização monetária.
Informa que a Presidência desta Corte afastou sua impugnação sob o fundamento de que a SELIC foi aplicada em conformidade com os artigos 21 e 22 da Resolução nº 303/2019 do CNJ, na redação dada pela Resolução nº 448/2022, também do CNJ. Acrescenta que interpôs agravo regimental, o qual foi desprovido. Defende que o mandamus é tempestivo, pois a decisão foi disponibilizada em 22/09/2022. Narra que a SELIC foi introduzida como critério de atualização de débitos da Fazenda Pública pela EC nº 113/2021, a qual prevê que deve incidir apenas uma única vez até o efetivo pagamento. Argumenta que a SELIC é fator de correção monetária e também índice de juros de mora, portanto, não pode ser cumulada com outro índice. Entende que os totais já são compostos de parcelas de principal corrigido e parcela de juros apurados, portanto, a aplicação da SELIC deve incidir somente sobre a parcela do principal corrigido anterior, e não sobre a parcela de juros anteriormente apurada. Em outras palavras, requer que não haja incidência da SELIC sobre os juros já apurados em período anterior à EC nº 113/2021, havendo necessidade de segregar a rubrica de juros. Colaciona julgados. Aduz que o proceder da Administração fere a isonomia (artigo 5º, caput, da Constituição Federal), visto que a Fazenda Pública adota juros simples na cobrança de seus créditos. Sustenta que a cobrança de juros SELIC sobre a parcela de juros calculados antes de 01/12/2021 é vedada pelo artigo 4º Lei de Usura (Decreto nº 22.626/1933), além de ser rechaçada pela Súmula nº 121 do Supremo Tribunal Federal (fls. 04/12).
Juntou documentos (fls.
14/74).
A autoridade coatora prestou informações.
Defendeu que sua posição tem espeque no §1º do artigo 22 da Resolução nº 303/2019, acrescido pela Resolução nº 448/2022, ambas do CNJ, o qual prevê que a taxa SELIC deverá incidir sobre o valor consolidado do montante principal corrigido e dos juros moratórios. Pondera que as disposições da Lei de Usura (Decreto nº 22.626/1933), de índole infraconstitucional, e o teor da Súmula nº 121 do Supremo Tribunal Federal, não poderiam se sobrepor à norma da EC nº 113/2021 (fls. 100/103 e 107).

Intimado, o Estado do Rio Grande do Sul não se manifestou (fl. 109).


Em parecer, o Ministério Público opinou pela extinção do feito, sem resolução do mérito (fls.
114/123).
É o breve relatório.
Decido.

2. Por meio do presente mandamus o impetrante se insurge contra posicionamento desta Corte de Justiça no que toca à incidência de juros SELIC sobre parcela de juros calculados em período anterior à EC nº 113/2021.
Antes de mais nada, é imperioso apontar que a questão já foi decidida por este mesmo Órgão Especial, em sessão de julgamento ocorrida em 09/09/2022, no julgamento do Agravo Regimental nº 2428-22/000059-6 (fls.
66/77).

À unanimidade, os julgadores negaram provimento ao recurso por entenderam que não há irregularidade na aplicação da taxa SELIC ao valor do débito principal somado aos juros de mora, ainda que anteriores a 01/12/2021.


Eis a ementa do julgado:
AGRAVO REGIMENTAL.
PRECATÓRIO. ARTIGOS 21 E 22 DA RESOLUÇÃO 303/2019 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CONSTITUCIONALIDADE. VIABILIDADE DE APLICAÇÃO DA TAXA SELIC SOBRE O VALOR DO DÉBITO PRINCIPAL SOMADO AOS JUROS DE MORA ANTERIORES A 01/12/2021. RECURSO NÃO PROVIDO. UNÂNIME.
Na ocasião, consignou a Desª.
Relª. Iris Helena Medeiros Nogueira:
(...)
Esta mudança no procedimento adotado pelo SPP foi ocasionada pelo advento da Resolução n. 448/2022 que, por sua vez, alterou a Resolução n. 303/2019, em que, além de se prever a aplicabilidade da taxa SELIC
...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT