Discurso de Posse de Thereza Christina Nahas na Academia Brasileira de Direito do Trabalho (21.10.2019)
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Revista da Academia Brasileira de Direito do Trabalho 399
Discurso de Posse de Thereza Christina
Nahas na Academia Brasileira de Direito
do Trabalho1 (21.10.2019)(*)
(*) Da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, titular da Cadeira n. 43.
(1) Papa FRANCISCO, Encíclica Laudato Si´ (2015), disponível em:
papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html>.
(2) Papa FRANCISCO, Encíclica Laudato Si´......
Excelentíssimo Acadêmico João de Lima Teixeira Filho, DD. Presidente da Academia Brasileira de Direito
do Trabalho.
Excelentíssimos Acadêmicos presentes, membros do Ministério Público da União e dos Estados, Magistra-
dos, Colegas Advogados, Professores, Representante de instituições Públicas e Privadas,
Queridos alunos e amigos,
Minha família!
O início de toda prece deve ser por palavras de agradecimento. As jornadas são concretizadas com esforço e tra-
balho de cada um. Os frutos que são colhidos, resultam de uma longa caminhada em que a maioria conseguirá ver a
glória das luzes deitadas sobre o ponto principal do palco; poucos são os que acompanham a escuridão e atalhos que
são necessários tatear para alcançar o foco de luz. Daí minha emoção em iniciar agradecendo a minha família que, em
vários momentos, esteve privada da minha companhia, sem desistir de fornecer-me, não somente o suporte físico, mas
espiritual, que me permite, de alguma maneira poder ter a pretensão de contribuir para a construção de um mundo me-
lhor, aspiração esta de todo Professor, que dedica sua vida e cátedra a plantar pequenas sementes naqueles que cuidarão
de poder espalha-las pelos mais diversos caminhos que o avanço tecnológico lhes permitir fazer com mais eficiência.
Assim, minha querida filha Victoria Nahas, que tantas fraldas teve trocadas entre computadores e livros, nas
diversas estradas e universidades, é que dedico especialmente este momento. Sua doçura e compreensão me per-
mite trilhar o caminho profissional que abracei com seu apoio e sua companhia, em um mundo que reclama a
luta pela igualdade. A Academia, como pontou um dos seus mais notáveis patronos, Wagner Giglio, “revela o que
há de melhor no Brasil no campo do Direito do Trabalho. Tudo o que o Brasil possui no Direito do Trabalho está
na Academia e, se é da Academia, é porque tem méritos, senão não estaria lá. O papel dela é um papel relevante,
no sentido de produzir trabalhos científicos e ajudar na evolução da ciência”. Por isso, integrar os membros da
Academia, é o resultado da dedicação de uma vida de construção, não somente do estudo da ciência, mas também,
da busca incessante de uma rede multidisciplinar harmônica que possa permitir o desenvolvimento sustentável de
uma nação em efervescente mutação, num ciclo de interligação global.
Como assinala o Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si´, “a contínua aceleração das mudanças na huma-
nidade e no planeta junta-se, hoje, à intensificação dos ritmos de vida e trabalho, que alguns, em espanhol, designam
por «rapidación». Embora a mudança faça parte da dinâmica dos sistemas complexos, a velocidade que hoje lhe
impõem as acções humanas contrasta com a lentidão natural da evolução biológica. A isto vem juntar-se o problema
de que os objectivos desta mudança rápida e constante não estão necessariamente orientados para o bem comum
e para um desenvolvimento humano sustentável e integral. A mudança é algo desejável, mas torna-se preocupante
quando se transforma em deterioração do mundo e da qualidade de vida de grande parte da humanidade”(1).
Somos todos responsáveis pelos modelos de produção e de consumo que afetam as estruturas da nossa socie-
dade. O progresso social e econômico reclama e pressupõe o respeito, na nossa casa(2), ao ser humano e ao meio
ambiente. Vivemos um cenário de profundas mudanças no nosso País e, ciente da necessidade da união para
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