A confiança do usuário na administração de dados da Dataprev

AutorMagali Granja Coutinho - José Roberto Ribas - Paulo Roberto da Costa Vieira
CargoDoutoranda pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Administradora de Dados Sênior da Dataprev. End.: Rua Prof. Álvaro Rodrigues, 460, Botafogo ? RJ. CEP: 22280-040 ? Brasil - Doutor pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Professor Adjunto da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro ? UFRJ. ...
Páginas198-219
198 Revista de Ciências da Administração • v. 13, n. 30, p. 198-219, maio/ago 2011
Magali Granja Coutinho • José Roberto Ribas • Paulo Roberto da Costa Vieira
A Confiança do Usuário na Administração de
Dados da Dataprev
Magali Granja Coutinho1
José Roberto Ribas2
Paulo Roberto da Costa Vieira3
Resumo
A qualidade da informação tem despertado interesse crescente dos estudiosos da
área de negócios, por se tratar de uma peça fundamental na tomada de decisão
em todos os níveis da gestão corporativa. Recomenda-se, portanto, em pensar no
seu conceito não como um meio, da forma como é geralmente concebida, mas
sim como um produto. Neste estudo, enfatiza-se a necessidade dos gestores por
indicadores que possibilitem avaliar a maneira pela qual a informação é percebida
em função de seu uso, seu valor e sua confiabilidade. Desse modo, o objetivo
deste estudo é verificar se a confiança do usuário interno é influenciada pela
qualidade e pelo valor percebido da informação prestada pela área de
Administração de Dados. A pesquisa tipo survey foi realizada na Dataprev, empresa
pública de tecnologia da informação a serviço da previdência social. A amostra
não aleatória foi constituída por 108 respondentes, cujos dados foram coletados
por meio de um questionário estruturado contendo 14 questões medidas por uma
escala Likert com cinco pontos, os quais foram tratados com uma Modelagem de
Equações Estruturais (MEE). Constatou-se que o construto Qualidade da
Informação é um antecedente significativo para o Valor Percebido, o qual atua
como construto mediador para com a Confiança em relação à informação.
Confirmou-se, ademais, a adequação da MEE às questões que envolvam relações
causais entre variáveis latentes.
Palavras-chave: Qualidade da Informação. Confiabilidade. Gestão Corporativa.
1 Doutoranda pela Universidade Federal Fluminense - UFF. Administradora de Dados Sênior da Dataprev. End.: Rua Prof. Álvaro Rodrigues, 460,
Botafogo – RJ. CEP: 22280-040 – Brasil. E-mail: magali.coutinho@previdencia.gov.br.
2 Doutor pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. Professor Adjunto da Escola Politécnica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro – UFRJ. End.: Centro de Tecnologia, Bloco F, Sala 101, Cidade Universitária, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 21941-909 – Brasil. E-
mail: ribas@poli.ufrj.br.
3 Doutor pela COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor do Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade
Estácio de Sá – UNESA. End.: Av. Presidente Vargas, 642, 22º andar, Centro, Rio de Janeiro – RJ. CEP: 20071-001 - Brasil. E-mail: paulorcv@bcb.gov.br.
Artigo recebido em: 15/12/2009. Aceito em: 16/02/2011. Membro do Corpo Editorial Científico responsável pelo processo editorial: Martinho Isnard
Ribeiro de Almeida
Esta obra está sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso.
DOI: 10.5007/2175-8077.2011v13n30p198
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Revista de Ciências da Administração • v. 13, n. 30, p. 198-219, maio/ago 2011
A Confiança do Usuário na Administração de Dados da Dataprev
1 Introdução
Na linha de reflexão desenvolvida por Barbieri (2001) sobre a Evolu-
ção de Dados e Sistemas, procurou-se elucidar as relações relevantes entre
informação, organização e tomada de decisão, tendo como referência histó-
rica, a revolução da informação. Segundo Barbieri (2001, p. 2), no passado
“[...] os dados até então, eram na realidade, meros coadjuvantes de um pro-
cesso de desenvolvimento de sistemas, onde o empirismo metodológico de
muitos e a aspiração de alguns definiam os caminhos a trilhar”. Nos anos 80,
a partir do surgimento de novas metodologias, a exemplo da modelagem,
análise de dados e da engenharia da informação, ocorreu uma
descontinuidade no estilo “processual” mantido até então. Ainda assim, a
orientação tinha profundas raízes tecnológicas, em detrimento da ênfase nos
negócios. Os anos 90 chegaram para confirmar os vaticínios dos anos 70.
Com os dados atingindo o status de objeto e o casamento tecnológico entre
informação e comunicação festejando em todas as esquinas do planeta, a
nossa sociedade começou a fazer uma plástica cultural definitiva. Diferente-
mente da Revolução Industrial, em que as benesses não chegavam a todos
diretamente, a revolução dos dados e das informações, capitaneada pela
internet, tornou-se democrática, evasiva e de amplo alcance.
A informação e o conhecimento são essencialmente criações humanas,
assim, nunca seremos capazes de administrá-los sem levarmos em conside-
ração o papel fundamental desempenhado pelas pessoas (DAVENPORT,
1998). A informação e o conhecimento estão, gradualmente, se tornando os
principais geradores de valor e riqueza, chegando a ter a mesma ou maior
importância do que os recursos naturais, os equipamentos e o capital
(STEWART, 1998). As organizações do Século XXI devem aproveitar o po-
tencial de seus dados, utilizando-os de modo competitivo para alcançar seus
objetivos estratégicos (WANG; LEE; HUANG, 1998). O impacto da informa-
ção é medido por seu poder em satisfazer o usuário, desde o momento inicial
quando se decide por utilizá-la, até momentos posteriores quando se ponde-
ra se a informação adquirida está ou não adequada às necessidades.
Na medida em que a organização se preocupa em mapear o resultado
de sua atuação como prestadora de serviço e produto, ela ampliará o conhe-
cimento necessário para aprimorar seus processos e poderá utilizá-lo para
manter e melhorar a qualidade de seu produto principal – a informação. Para
atingir tal objetivo, é fundamental que os administradores e gerentes da or-

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