Editorial

AutorValéria Ferreira Santos de Almada Lima
CargoUniversidade Federal do Maranhão (UFMA)
Páginas285-288
285
Esta edição da Revista de Políticas Públi-
cas, v.17, n.2, do Programa de Pós-Graduação
em Políticas Públicas da Universidade Federal
do Maranhão tem como foco um tema atual e
bastante controvertido no meio acadêmico: A
QUESTÃO DO NEODESENVOLVIMENTISMO
E AS POLÍTICAS PÚBLICAS: o debate con-
temporâneo.
Tal debate nasce mais precisamente no iní-
   
países da América Latina, grande parte deles
sob o comando de governos progressistas,
oriundos de partidos de esquerda, vivenciavam
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retomada do crescimento econômico, favoreci-
da por um contexto internacional favorável, e
a melhoria dos indicadores sociais, sobretudo
aqueles relacionados ao mercado de trabalho,
à pobreza e à desigualdade.
De fato, enquanto entre 1990 e 2002, como
resultado das políticas de ajuste estrutural de
orientação neoliberal (inspiradas no Consenso
de Washington), a taxa média de desemprego
na América Latina tinha aumentado de 4,5%
para 11,1%, no período de 2003 a 2010, pela
primeira vez em duas décadas o desemprego
diminuiu na região e os salários mínimos nacio-
nais aumentaram. Além disso, os trabalhado-
res assalariados formais passaram de 65,2%
em 1990 para 69,0% em 2010 e os trabalha-
dores informais, inseridos nos setores de baixa
produtividade, diminuíram de 48,1% em 1990
para 42,7% em 2009. (LIMA et al, 2013)
Paralelamente, em 1999, 43,4% da popula-
ção latino-americana se encontravam em situ-
ação de pobreza e até inícios dos anos 2000
os momentos de crescimento econômico não
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vos na redução da pobreza e da desigualdade
como resultaram no agravamento dos índices
de extrema pobreza. Por outro lado, a partir de
2003, assistiu-se a uma queda sistemática dos
índices de pobreza e de indigência, alcançan-
do-se, em 2012, uma redução de 15 e 7 pontos
percentuais, respectivamente, em relação aos
percentuais alcançados em 1999. Ademais,
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perimentou uma queda na grande maioria dos
países da região. (LIMA et al, 2013)
Particularmente no Brasil, o processo de
reestruturação produtiva, aliado às políticas
neoliberais, acarretou uma desestruturação do
mercado de trabalho em direção à precariza-
ção e ao agravamento do desemprego e da
EDITORIAL
Valéria Ferreira Santos de Almada Lima
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
R. Pol. Públ., São Luís, v. 17, n.2, p. 285 - 288, jul./dez. 2013

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