Editorial - Da Europa, França, Bahia a Gaza Brasílis

AutorJoaci de S. Cunha, Ângela Borges
CargoDoutor em História pela Universidade Federal da Bahia (UFBA, 2011)/Doutora, mestre e graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Páginas3-6
Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, v. 48, n. 258, p. 3-6, jan./abr., 2023 | ISSN 2447-861X |
doi>: http://dx.doi.org/10.25247/2447-861X.2023.n258.p3-6
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EDITORIAL DA EUROPA, FRANÇA, BAHIA A GAZA BRASÍLIS
Os Cadernos do CEAS, neste editorial, se solidarizam com os povos palestino e
negro-periférico de Salvador e de todo país, qu e guardada as devidas proporções, sofrem
com a violência em seus territórios. Como protesto contra as atrocidades perpetradas há 70
anos contra os moradores multisseculares de Gaza e da Cisjordânia, publicamos a firme
denúncia de Craig Mokhiber, feita em sua carta de demissão do cargo de diretor do
Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Nova
York.
Para esse importante defensor dos Direitos Humanos, que renunciou ao cargo na
ONU em razão da omissão e impotência desta frente ao genocídio, “o atual massacre do
povo palestino, está enraizado numa ideologia colonial étnico-nacionalista”, e representa a
continuidade de “décadas de perseguição e limpeza étnica sistemáticas”. As intenções
explícitas do “governo e dos líderes militares israelitas”, não deixam dúvidas. “Em Gaza,
casas, escolas, igrejas, mesquitas e instalações médicas estão a ser atacadas
desenfreadamente e milhares de civis estão a ser massacrados.” Mesmo em “Jerusalém
ocupada, as casas são confiscadas e realocadas apenas com base na raça... O apartheid
reina em todo o país.”
Atentos ao cenário mundial, mas com os olhos e pés em solo nacional, repercutimos
a indignação da sociedade civil baiana contra a escalada da violência no rastro da chamada
“guerra às drogas”, cujas vítima são milhares de famílias negras enlutadas dos bairros
pobres de Salvador, Rio, São Paulo e de muitas capitais e cidades deste país, onde também
as comunidades rurais tem sido vítimas de agressões aos seus direitos e mortes em áreas
afetadas pelo crescimento da grilagem, mineração e do agronegócio.
Em sua Carta à Sociedade Civil e ao Estado, diversas e representativas entidades
afirmam que a “Bahia ocupou o primeiro lugar no ranking de letalidade policial em 2 022,
quando apenas uma vítima das 299 pessoas mortas pela polícia era branca”. E pergunta:
“até quando o racismo orientará as práticas de ‘segurança pública?’” E seguem

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