Editorial: disputas sem limites

AutorJoaci de S. Cunha - Ângela Borges
CargoEditores
Páginas3-4
Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, v. 47, n. 255, p. 3-4, jan./abr., 2022 | ISSN 2447-861X |
doi>: http://dx.doi.org/10.25247/2447-861X.2022.n255.p3-4
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EDITORIAL: DISPUTAS SEM LIMITES
A China chegou para ficar. É fato. Mas sua presença r epresentará mais um polo
imperialista, alternativo ao estadunidense, ou representa uma efetiva política de colaboração
Sul-Sul? Em qualquer destas possibilidades, o que isto implica para os países da América
Latina e da África? Este, em linhas gerais, é o objeto da edição 255 dos Cadernos do Ceas,
abordado por alguns dos mais importantes pesquisadores de Centros de Investigação de
diversos estados brasileiros e da China.
Deste modo, os Cadernos, depois do problema técnico que deixou leitores e
colaboradores sem acesso à sua plataforma virtual, ratifica mais uma vez o seu compromisso
com a reflexão científica, crítica e de qualidade sobre os rumos do Sul global, e do Brasil em
sua inserção na ordem internacional.
O debate deste tema é ainda mais crucial, tendo -se em conta a atual conjuntura
latino-americana e brasileira. Neste caso, em 2022, com eleições para presidente,
governadores e legisladores nacionais e estaduais, depois de quatro anos de desconstrução
de políticas púb licas, destruição ambiental, irresponsabilidade sanitária e ameaças
institucionais. Ao nosso lado, Bolívia, Argentina, Peru e Colômbia buscam uma correção dos
rumos políticos recentes, após experiências neoliberais ou golpes exasperantes, além do
Chile, que, adicionalmente, busca se livrar da herança constitucional pinochetista.
Em outubro, o Brasil poderá redefinir os caminhos nacionais: vamos aproveitar as
possíveis oportunidades do contexto internacional para aprofundar o modelo econômico
agro-minero-exportador em sintonia com os projetos estrangeiros para o Sul global? Ou,
buscaremos alternativas de desenvolvimento, que envolva nossos vizinhos, que priorize as
demandas socioeconômicas e ambientais do conjunto da população, particularmente, das
classes trabalhadoras e dos grupos étnicos vítimas do histórico apartheid sócio racial?
Enfim, na América Latina, como no Brasil, o retorno efetivo ou potencial de setores
progressistas aos governos coloca, para os movimentos sociais e as organizações da
sociedade civil continentais, e não só para as corporações e organizações estatais desses
países, a necessidade de aprofundar a reflexão sobre suas respectivas realidades, sobretudo,
ante a conf iguração mundial “pós-pandêmica” de confrontação cada vez mais ab erta entre

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